Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

segunda-feira, 12 de julho de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - TERMINOLOGIA GEOGRÁFICA E POVOS FORMADORES (Conclusão) (Terceira Parte)

No artigo anterior iniciamos a "Terminologia Geográfica e Povos Formadores", que concluimos nesse artigo, com os povos formadores.

Brython (Bretão)
Brython e Brythonic (britânico) são termos que se referem aos nativos, antes dos romanos, habitantes que falavam céltico, da maioria da ilha da Grã Bretanha e sua cultura e língua, as línguas britânicas. Esse grupo étnico também é referido como tribos britânicas, os antigos Britons, ou simplesmente Britons. Não se sabe, presentemente (e talvez não se possa saber) se a população total da Grã Bretanha era brythonic. Os termos “Brython” e “Briton” são tradicionalmente usados para referir-se aos habitantes da antiga Britain (Bretanha), excluídos os Picts, cujas demais características culturais, afora a língua, permanecem diferentes dos Brythons.

O termo “Celts” (Celtas), pronunciado “kelt”, refere-se a qualquer de um grande número de povos antigos da Europa que usavam as línguas celtas, um ramo das línguas Indo-Européias, bem como outros povos cuja língua seja desconhecida, mas onde traços culturais associados, como a arte celta, são encontrados em evidência arqueológica. Hoje, “Celtic” é muitas vezes usado para descrever as línguas e correspondentes culturas da Irlanda, Escócia, País de Gales, Cornwall (Cornuália), Isle of Man e a região francesa da Brittany (Bretagne).

Picts
Os Picts eram uma confederação de tribos que viveram ao norte e no centro da Escócia, do terceiro ao décimo século DC, ao norte do canal de Forth and Clyde, que une o estuário do rio Forth (cidade de Alooa) ao estuário do rio Clyde (cidade de Dumbarton), na parte mais estreita das partes baixas da Escócia.
Eram descendentes dos Caledonianos (habitantes da Caledônia, assim denominada, pelos romanos, a terra além da fronteira romana) e de outras tribos mencionadas pelos historiadores romanos. No ano 142 DC os romanos construíram a Muralha Antonina, do Forth para o Clyde para tentar impedi-los de perturbar a paz do Império. Pictland, também conhecida por Pictavia, tornou-se o reino de Alba (Scotland em Scottish Gaelic) durante o século X DC e os Picts tornaram-se os Albannach ou Scots.

Gaul (em Latim Gallia) era a região da Europa ocidental ocupada hoje em dia pelo norte da Itália, França, Bélgica, oeste da Suíça e partes da Holanda e Alemanha à margem ocidental do rio Reno. Em inglês, a palavra Gaul também se refere ao habitante celta daquela região nos tempos antigos, embora os gauleses estivessem espalhados pela Europa nos tempos dos romanos, falando uma língua gaulesa (um derivativo do celta primitivo).

Angles
Angles é a palavra moderna para um povo de língua germânica que tomou o seu nome do ancestral cultural de Angeln, um distrito moderno localizado em Schleswig, Alemanha. O nome étnico teve várias ortografias; comprovadamente a mais antiga foi Anglii, uma tribo germânica mencionada na “Germânia”, de Tacitus. Um indivíduo dessa identidade seria um Anglius (masculino) ou um Anglia (feminino), que no plural seria Anglii ou Angliae; o masculino seria usado como forma genérica. Hoje a maioria dos estudiosos acredita que os Anglii tenham vivido, inicialmente, nas costas do Mar Báltico, provavelmente na parte sul da península da Jutland (atual Dinamarca). O antigo historiador anglo-saxão, o Venerável Bede, declara que antes de virem para a Grã Bretanha, os Anglii habitaram uma terra chamada Angulus e evidência similar é dada na Historia Brittonum. O Rei Alfred, o Grande, e o narrador Æthelweard identificaram esse lugar com o distrito agora chamado Angeln, na província de Schleswig (Slesvig), identificação que concorda bem com as indicações dadas por Bede.
Durante o século V DC os anglii invadiram a Grã Bretanha, após o que seu nome não voltou a ser ouvido no continente. De acordo com o Venerável Bede, após a invasão da Grã Bretanha, os Angles se dividiram e fundaram os reinos do Nord Angelnen (Northumbria), Ost Angelnen (East Anglia) e a Mittlere Angelnen (Mercia). Graças à influência dos Saxões (falaremos deles a seguir), as tribos foram coletivamente chamadas de Anglo-Saxons pelos Normandos (descendentes dos Vikings da Escandinávia e habitantes do norte da França) e a região da Inglaterra é ainda conhecida como East Anglia. De qualquer forma esta pequena e relativamente oriental localização geográfica do original grupo tribal Angeln, conduziu a um dos duradouros mistérios da invasão Anglo-Saxon: como é possível que os Anglo-Saxões fossem tão freqüentemente mencionados como colonizadores da antiga Grã Bretanha, enquanto que a evidência da vizinha e muito mais poderosa influência colonizadora dos Frisians (vindos do norte da Alemanha, Dinamarca e sul da Escandinávia) tenha sido tão limitada a descobertas na ciência arqueológica e, mais freqüentemente, apenas a inferências e deduções lógicas? Com certeza, sabe-se que os étnicos Frisians habitaram a terra diretamente no caminho de qualquer rota de emigração de Angeln para a Grã Bretanha (com exceção da longa e difícil rota pelo mar, em torno da ponta norte da Dinamarca) e, de fato, eles também habitaram as terras entre o antigo domínio saxônico e a Grã Bretanha; contudo, eles são raramente mencionados como tendo tomado parte na grande migração.

Saxons
Os Saxons ou povo da Saxon são (hoje em dia) parte do povo alemão com suas principais áreas de assentamento nos estados federais da Alemanha de Schleswig-Holstein, Lower Saxony, Saxony-Anhalt e a parte norte da North-Rhine-Westphalia. Mencionados pela primeira vez pelo antigo geógrafo grego Ptolomeu, o assentamento pré-cristão do povo saxão originalmente cobria uma área pouco mais ao noroeste, com partes do sul da península Jutland, Old Saxony e pequenas seções da Netherlands oriental. Durante o século V DC os Saxões fizeram parte dos povos que invadiram a Grã Bretanha, formando os Anglo-Saxons.

Jutes
Os Jutes eram um povo germânico que se pensa ter originado da Jutland, moderna Dinamarca e parte da costa Frísia. Os Jutes, juntos com os Angles, Saxons e Frisians, estavam entre as tribos germânicas que navegaram através do Mar do Norte para atacar e, finalmente, invadir a Grã Bretanha a partir do final do século IV DC, deslocando, absorvendo ou destruindo os povos nativos celtas que lá habitavam. De acordo com o Venerável Bede, acabaram por estabelecer-se em Kent, Hampshire e a Isle of Wight.
Já alguns séculos antes do colapso da autoridade romana no oeste e de sua regência na Ilha, saxões vinham ameaçando as praias da Britannia, onde lhes tinha sido permitido estabelecer-se como fazendeiros. Contudo, em 449 DC, após um ataque devastador dos Picts e seus aliados, a administração Romano-British convidou dois senhores da guerra Jutish – Hengist e Horsa – para ocupar a ilha de Thanet, ao norte de Kent (sudeste da Grã Bretanha) e atuar como mercenários contra os Picts no mar. Após terem os Jutes executado a sua missão e derrotado os Picts, eles retornaram com demanda por mais terras. Como seu pedido foi rejeitado, eles se revoltaram e provocaram uma insurreição que contou com todos os fazendeiros estabelecidos da família germânica. Com a revolta vitoriosa, surgiram três reinos Saxon separados:

1. Os Saxões do leste: estabelecidos em torno de Colchester, que criaram a área de Essex;
2. Os Saxões do sul: liderados por Aelle, que criaram a área de Sussex;
3. Os Saxões do Oeste: liderados por Cerdic, que criaram o reino de Wessex, e sua capital Winchester.

Os historiadores se dividem sobre o que se seguiu. Alguns argumentam que a posse das terras baixas da Grã Bretanha pelos Anglo-Saxões foi pacífica. Contudo, de acordo com o relato de Gildas, um Briton nativo que viveu naquele tempo, muitas guerras ocorreram entre o nativos Romano-Britons e os invasores Jutes, Saxons and Angles por cerca de 400 anos, sendo os Britons gradualmente empurrados e contidos nas fortalezas montanhosas do País de Gales, sudoeste e noroeste da England e vale do Rio Clyde, já na Escócia. Alguns teriam mesmo fugido, por mar, para a Bretanha Francesa.
Coletivamente, os colonizadores Germânicos da Grã Bretanha, em sua maioria Saxons, Angles e Jutes, vieram a ser chamados Anglo-Saxons.

sábado, 10 de julho de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - TERMINOLOGIA GEOGRÁFICA E POVOS FORMADORES (Segunda Parte)

Recapitulando ... Essa pretensiosa idéia de escrever uma história da Inglaterra teve a sua origem motivada pela figura histórico/lendária de um dos seus personagens mais ilustres, o Rei Arthur. Desde muito cedo peguei gosto pela literatura Arthuriana e só depois de velho consegui o almejado direito ao “ócio produtivo”, para poder dedicar-me a uma pesquisa mais aprofundada sobre a vida desse personagem. Ora, a vida do Rei Artur está diretamente ligada à vida da Inglaterra que, por sua vez, é um dos países de história mais complexa do mundo por, pelo menos, dois motivos principais: (1) trata-se de uma grande ilha, além de física (bem, tudo tem o seu limite, como veremos), culturalmente separada do continente europeu, por veemente e própria opção; (2) a sua peculiar origem e a forma de colonização que sofreu ao longo do seu estabelecimento como um só país. Uma coisa leva a outra e chegamos à conclusão que, para contar uma pequena história do Rei Artur, deveríamos contar um pouco da história da Inglaterra, que não é pequena e começou há muito, mas muito tempo atrás.
Há hoje, e sempre houve, muita confusão quanto à terminologia envolvida na definição das áreas que pertencem, ou estão mais estreitamente ligadas, à nação inglesa, bem como dos povos que as ocuparam. Por essa razão, antes de adentrar a história da Inglaterra, propriamente dita, vamos tentar esclarecer a terminologia envolvida na matéria.
Esse assunto é bem delicado desde o seu início. Queremos que o leitor tenha em mente que estamos tratando, ao final, de uma terminologia assim utilizada na língua inglesa e estamos escrevendo este artigo em língua portuguesa. Por essa razão procuraremos, sempre que possível e para errar menos, manter as palavras originais inglesas, embora com possível pequeno prejuízo para os que desconhecem essas palavras em seu original. Sempre que não atrapalhar ou causar confusão, faremos a tradução das palavras originais para o português.
Evidentemente, não pretendemos que o que segue seja decorado pelo leitor. O texto deve ser visto como uma referência e guardado para ser utilizado sempre que se tornar necessária alguma pesquisa futura.

A palavra “Britain” (do Latim “Britannia) é um termo informal usado (de forma abreviada ou por conveniência) quando se referindo:

• A) à ilha da Great Britain (Grã Bretanha), constituída pelas nações da England (Inglaterra), Scotland (Escócia) e Wales (País de Gales);



• B) ao país United Kingdom of Great Britain and Northern Ireland (o "United Kingdom" – Reino Unido - ou "UK"), o Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte;


• C) algumas vezes à província Romana chamada Britain or "Britannia" (região da França ocidental - Bretanha), ao tempo dos romanos e ainda hoje (Bretagne, em francês).





England é o maior e o mais populoso país constituinte do United Kingdom. Ele é, sozinho, responsável por mais de 83% da população total do UK, ocupa a maior parte (dois terços), ao sul, da ilha da Great Britain e reparte terras de fronteira com a Scotland ao norte e Wales a oeste. No restante, ela faz limite com o North Sea (Mar do Norte), Irish Sea (Mar Irlandês), Oceano Atlântico e English Channel (Canal da Mancha).
A palavra England vem dos Angles (em Old English, "Engla", de onde, "Engla Land" – terra dos Engla), uma das numerosas tribos germânicas que se teria originado em Angeln, no norte da Germany (Alemanha), que se estabeleceram na England durante os séculos V e VI DC. Esta é também a origem do seu nome latino Anglia. É sempre importante lembrar – e vamos ver esse assunto com bastante detalhe – que boa parte da Great Britain esteve, durante séculos, ocupada pelos romanos e daí a justificativa para a grande quantidade de vocábulos latinos na língua inglesa. England não possui mais identidade política distinta desde 1707, quando o Kingdom of Great Britain (Reino da Grã Bretanha) foi estabelecido como uma entidade política unificada; contudo, ela tem uma identidade legal separada da Scotland e Northern Ireland, como parte da entidade England e Wales.

A maior cidade da England, London (Londres), é também a capital do United Kingdom.
A palavra England é algumas vezes usada, incorretamente, como um sinônimo para Great Britain ou United Kingdom, usualmente originado de uma inocente confusão sobre terminologia geopolítica local.
A Northern Ireland (Irlanda do Norte) é um dos quatro constituintes do United Kingdom. Ela está situada na ponta nordeste da ilha de Irlanda, na província de Ulster e é constituída por seis distritos (counties). A Northern Ireland é a única parte do United Kingdom com uma fronteira terrestre externa (com a Republic of Ireland). Foi criada por Ato do Governo da Irlanda, de 1920 e tem sua forma própria de governo, de uma forma similar à Scotland e Wales. Contudo, o Congresso da Northern Ireland está presentemente suspenso. Northern Ireland foi, por vários anos, o local de uma amarga campanha de violência étnica/religiosa entre uma minoria de Nacionalistas (que eram predominantemente católicos e queriam a reunião com a Republic of Ireland) e uma maioria de Unionistas (que eram predominantemente protestantes e queriam permanecer como parte do United Kingdom).

A Scotland (Gaelic: Alba) é uma nação ao noroeste da Europa e um dos países que constituem o United Kingdom. O país ocupa o terço norte da ilha da Great Britain, partilha uma fronteira terrestre, ao sul, com a England e é limitada pelo North Sea a leste, o Oceano Atlântico ao norte e oeste e o North Channel (Canal do Norte) e Irish Sea a sudoeste. Além da parte terrestre, mais importante, a Scotland é constituída por mais de 790 ilhas. Sua capital administrativa, Edinburgh, é um dos maiores centros financeiros da Europa. As águas escocesas consistem de um grande setor do Atlântico Norte e do North Sea, contendo as maiores reservas de óleo da União Européia. O reino da Scotland foi um estado independente até 1º de maio de 1707, quando os “Atos da União” definiram uma união política com o reino da England, criando o reino da Great Britain. A Scotland permanece como um estado e uma jurisdição separadas, na Lei Internacional Pública. A lei, o sistema educacional e a igreja escocesa têm sido as pedras fundamentais que contribuem para o prosseguimento da cultura e identidade nacional escocesas desde a União.

Wales (País de Gales) é uma das quatro nações constituintes do United Kingdom. Wales está localizado a sudoeste da Great Britain e tem fronteiras pelos condados ingleses de Cheshire, Shroshire, Herefordshire, and Gloucestershire a leste, o Bristol Channel (Canal de Bristol) ao sul, Saint George’s Channel (Canal de Santo George) a sudoeste e o Irish Sea a oeste e ao norte. O termo “Principality of Wales” (Principado de Gales) é algumas vezes usado, embora o Príncipe de Gales não tenha qualquer papel no governo de Wales e seja bem impopular entre alguns. Wales deixou de ser politicamente independente após 1282, quando o Rei Edward I da England derrotou o monarca galês Llywelyn II na batalha de Cilmeri, embora a lei galesa não tenha sido substituída de forma integral pela lei inglesa até as Leis dos Atos Galeses de 1535-1542. A capital do Wales desde 1955 é Cardiff, embora Caernarvon seja o local  onde o Príncipe de Gales foi investido e Machynlleth tenha sido o lar do parlamento. Em 1999 foi formada uma Assembléia Nacional para o Wales, com poderes domésticos limitados e que foram expandidos em 2007.

A seguir ... Os Povos Formadores da Inglaterra ...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO (Primeira Parte)

INTRODUÇÃO

O título da postagem foi proposital e jocosamente escolhido, com o objetivo antecipado de, claramente, demonstrar que não possuo qualquer pretensão de escrever um tratado sobre a Inglaterra, por razões óbvias, que nem sequer necessitam ser arroladas. A origem dessa postagem, como da maioria de todas as anteriores e, possivelmente, de muitas das que se seguirão, é a ignorância do próprio autor. Eu possuo o hábito de pesquisar sobre o assunto tratado em qualquer livro, ou publicação em geral, que leio, visando aprofundar o meu conhecimento sobre a matéria ou suas partes; isso inclui a região onde se desenvolve a história, o autor da matéria, um personagem abordado etc.
Nesse caso específico, a explicação do motivo que me levou a escrever essa matéria é muito mais necessária, porque preciso justificar a amplitude da pesquisa e a superficialidade com que será tratado o assunto; com isso trato também de justificar, antecipando-me às críticas que certamente ocorrerão, as lacunas e imprecisões que certamente existirão. Portanto, os leitores já devem estar prevenidos de que esta matéria não deverá ser encarada como um manual de pesquisa sobre a história da Inglaterra, mas visou, fundamentalmente, a satisfação das minhas necessidades pessoais.
Tudo teve início quando comecei a interessar-me pela saga Arthuriana e seus cavaleiros da "távola redonda". Especificamente, ao concluir a leitura do volume "Idylls of the King", de Alfred, Lord Tennyson, considerado um dos cem maiores livros do mundo, assunto já abordado em uma das minhas postagens. Alfred, Lord Tennyson, foi um autor inglês, nascido em 1809 e falecido em 1892, considerado o principal representante da época vitoriana, na poesia. A obra contém doze poemas narrativos em versos brancos, que contam os feitos de vários cavaleiros, incluindo Lancelot, Geraint, Galahad, Balin e Balan, Merlin e a Dama do Lago. Há uma pequena transição entre os idílios, mas a figura central de Arthur liga todas as histórias.
Tendo já lido outras obras sobre o mesmo assunto, visto filmes, acompanhado discussões sobre lenda ou história, comecei a interessar-me pela figura do Rei Arthur e parti para a pesquisa. E a primeira constatação foi a de que há uma séria dúvida sobre esse personagem, mesmo entre os ingleses pesquisadores e muita relação, documentada, entre a lenda arthuriana e a história da Inglaterra. Como é natural, à medida que a pesquisa prosseguia, tanto mais ampla e profunda ela se tornava e decidi então a escrever, não mais sobre o Rei Arthur, mas sobre a própria Inglaterra. Tarefa árdua, a começar pelo fato de que o país tem uma história que se confunde com o tempo, ao contrário do nosso, descoberto em 1500 DC.
Em vista disso, adotamos a estratégia de apresentar a postagem em capítulos e, além disso, dividir a narrativa em quatro grandes grupos que serão descritos e mencionados, durante as várias postagens. Esta primeira postagem corresponde apenas a uma introdução ao assunto, mas uma introdução muito necessária para que todos entendam o que seguirá.
Numa primeira grande seção, apresentarei uma espécie de terminologia da área geográfica envolvida e dos povos que tomaram parte nas origens da formação do atual povo inglês. Há muita confusão sobre a terminologia da geografia da Ilha e ainda muita controvérsia sobre as diferentes raças que contribuíram para o caldeirão da raça inglesa.
A seguir, apresentarei uma linha temporal macroscópica da história da Inglaterra, para que se tenha, de imediato, um grande conjunto das várias épocas pelas quais este país transitou, antes de nos determos na sua história detalhada, propriamente dita.
Iniciaremos então a história da Inglaterra, propriamente dita e, na hora oportuna, introduziremos um capítulo especial que é a razão primeira da nossa pesquisa, inteiro e detalhadamente dedicado ao Rei Arthur.
Preparem-se, pois se o trabalho de pesquisar e escrever será árduo, a minha "vingança" será o trabalho a ser dedicado em sua leitura ... pelos leitores.
Eu quero dedicar este trabalho - sem o seu conhecimento, será uma surpresa -, a uma pessoa que conheci através das minhas publicações e que acabou por tornar-se uma assídua seguidora deste blog. Mais do que isso, uma ferrenha incentivadora das minhas publicações, não permitindo, de forma alguma, a minha ociosidade. Foi por ela que tomei a decisão de iniciar a publicação deste artigo num momento de longa inatividade literária, motivada por outros afazeres que me absorveram totalmente. À minha querida amiga Gilda Silveira Souto, das bandas do Alegrete.