Esta postagem é dedicada ao meu companheiro de tênis, Cel. Álvaro Raul Mesquita. O Cel. Raul foi contemporâneo de meu pai, Cel. Carlos Ferreira de Azambuja, no Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, quando Aspirante, ao tempo em que meu pai era Capitão. Hoje, além de meu companheiro de “raquetadas”, o Raul é meu particular amigo.
O assunto da postagem teve sua origem ao final de um dos nossos encontros esportivos, quando um lapso de nossas memórias (acontecimento cada vez mais frequente à nossa idade) impediu-nos de concordar sobre a autoria da ópera “Fausto”. A busca para a solução da pendência, eminentemente simples, levou-me a escrever esse artigo, sempre perseguindo a obtenção do conhecimento. Logo a razão ficará muito bem entendida.
Embora não seja totalmente do meu agrado, também esta postagem, devido à extensão do assunto proposto, será apresentada em três partes. Esta é a primeira delas.
I - INTRODUÇÃO
Para bem iniciar este assunto, é preciso que se diga que na Alemanha dos séculos XV e XVI, realmente existiu um médico, mágico e alquimista, Dr. Johannes Georg Fausto, a partir do qual o nome “Fausto” passou a ser usado como base de diversas obras de ficção, o mais famoso deles tendo sido o do autor alemão Goethe. E por que?
Não são muitas as fontes que fazem referência a Johannes Georg Fausto e as conhecidas apresentam muitas informações incompletas ou conflitantes, além de poderem ser julgadas apócrifas (obra ou fato sem autenticidade ou de autenticidade não comprovada). Knittlingen, Helmstadt e Roda (atualmente Stadtroda) são indicados como os possíveis locais de nascimento do Dr. Fausto. É em Knittlingen, entretanto, que hoje se encontram o Fausto-Museum e o Fausto-Archive (Museu e Arquivo de Fausto).
Também não há consenso quanto ao ano de nascimento de Johann Fausto. Há fontes que indicam que ele teria nascido em 1466, em 1478 e, finalmente, entre 1480 e 1481, informação contida na maioria dos textos sobre a personagem histórica. As informações comuns, entre as diferentes fontes, é que Dr. Fausto teria estudado para tornar-se alquimista, astrólogo, mago e vidente. O teólogo protestante Philipp Melanchton, que viveu em período próximo ao de Fausto (1497-1560), produziu um texto onde consta que Fausto teria estudado em Cracóvia, onde a magia era então matéria curricular. O teólogo menciona também uma conferência que teria sido realizada por Fausto em 1539, na qual "muitas pessoas se deixaram iludir". Quando o Dr. Fausto morre, em 1540/1541, Melanchton menciona que muitos acreditavam ser obra do diabo e admite a hipótese de tratar-se de morte sobrenatural.
A parte considerada apócrifa menciona que, em 1507, foi nomeado mestre-escola em Kreuznach "um homem muito douto e místico", chamado Georgius Sabellicus Fausto Junior, que, conforme carta achada na abadia de Sponheim, "abusou dos alunos e fugiu". Em 15 de janeiro de 1509 colou grau de bacharel em teologia, na universidade de Heidelberg, um certo Johannes Fausto. Conrad Mutianus Rufus, da paróquia de St. Marien, em Gota, conta que um tal Georg Fausto blasfemava soberbamente em Erfurt, em setembro de 1513. O bispo de Bamberg declarou ter pago a um Fausto, em 10 de fevereiro de 1520, dez moedas de ouro, para que ele lhe lesse o horóscopo. Documentos rezam que um doutor Georg Fausto foi banido de Ingolstadt, em 15 de junho de 1528, como charlatão. Um doutor Fausto teve negado salvo-conduto, em Nuremberg, a 10 de maio de 1532. Em Münster, o doutor Fausto, em 25 de junho de 1535, predisse a capitulação da cidade pelo bispo, como de fato veio a ocorrer.
Em pouco tempo, outros mitos e lendas, que envolviam personagens como Simão Mago, Cipriano e Teófilo, episódios bíblicos e medievais, burlas e fábulas, começaram a compor uma tão considerável tradição oral e apócrifa acerca desse Fausto, que ele acabou por tornar-se figura literária.
Com o objetivo de compilar tudo quanto se acreditava e dizia acerca de Fausto, Johann Spiess, livreiro e escritor de Frankfurt, compôs, no ano de 1587, a primeira narrativa literária dessa personagem. Era um volume de 227 páginas, intitulado a “Historia von Dr. Johann Faustoen”, cujo enredo contava como ele se vendeu ao diabo, por prazo estipulado, as extraordinárias aventuras que viveu nesse ínterim, a magia que praticava, e por fim sua morte e danação. Tudo isso publicado para servir de advertência sincera contra os que levavam a curiosidade intelectual além do limite estabelecido pelas igrejas. Muitos críticos e estudiosos avaliam esse primeiro romance ‘Faustoiano’, ou ‘Faustobuch’, como mera propaganda luterana para doutrinação e proselitismo. Controvérsias à parte, outros escritores perceberam que a personagem poderia servir a temas mais profundos e complexos. Com efeito, Fausto tornou-se figura recorrente ao longo de cinco séculos de literatura ocidental.
Dois anos depois da publicação de Spiess, ou seja em 1589, o escritor e dramaturgo inglês Christopher Marlowe (1563-1593) transforma Fausto em peça teatral, onde sutilmente retrata o dilema do novo homem ocidental, então dividido entre a religiosidade medieval e o humanismo renascentista.
Quase dois séculos depois, no ano de 1760, foi a vez do escritor alemão Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781) criar uma nova versão dramática do Fausto, na qual ele encarnaria o heroísmo do intelecto humano, capaz por si mesmo de triunfar sobre o mal, personificado no diabo. A obra de Lessing, porém, hoje encontra-se fragmentada.
Não obstante, Fausto se tornaria um dos personagens preferidos do período romântico, que vai de meados do século XVIII ao século XIX, a notória época do "Sturm und Drang" (literalmente, "Turbulência e Urgência"), um movimento no início do Romântico da literatura e música Germânica, que teve lugar entre o final dos anos 1760 e o início dos anos 1780, quando a subjetividade individual e, em particular, os extremos da emoção, tiveram livre expressão, como reação às limitações do racionalismo imposto pelo Iluminismo (ou Idade da Razão) e os movimentos estéticos associados. A personagem apareceria em muitas obras do romantismo alemão como o “Faustos Leben” (“A Vida de Fausto”, 1778), escrita por Maler Müller e o “Faustos Leben, Taten und Höllenfahrt” (“Vida, feitos e danação de Fausto”, 1791) escrito por F. M. Klinger. Além destes, Nikolaus Lenau também fez uma versão romântica do Fausto.
II - O FAUSTO DE GOETHE
Mas seria através do poeta Johann Wolfgang von Goethe que Fausto alcançaria a sua máxima expressão. A tragédia de Fausto foi a obra de toda a vida de Goethe.
II.1 – UMA CURTA BIOGRAFIA DE GOETHE
Johann Wolfgang von Goethe |
Johann Wolfgang von Goethe, nascido em Frankfurt am Main, em 28 de agosto de 1749 e falecido em Weimar, em 22 de Março de 1832, foi um escritor e pensador alemão que também fez incursões pelo campo da ciência. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Juntamente com Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão “Sturm und Drang”. De sua vasta produção, fazem parte romances, peças de teatro, poemas, escritos autobiográficos, reflexões teóricas nas áreas da arte, literatura e ciências naturais. Além disso, sua correspondência epistolar com pensadores e personalidades da época é grande fonte de pesquisa e análise de seu pensamento.
Era o filho mais velho de Johann Caspar Goethe, homem culto, jurista que não exerceu a profissão e viveu dos rendimentos de sua fortuna. A mãe de Goethe, Catharina Elisabeth Goethe (1731–1808), procedia de família de poder econômico e posição social, casou-se aos 17 anos e teve outros filhos, dos quais apenas uma chegou à idade adulta. Educados, inicialmente, pelo próprio pai e, depois, por tutores contratados, Goethe e a irmã receberam uma ampla educação que incluía o estudo de francês, inglês, italiano, latim, grego, ciências, religião e desenho. Goethe teve aulas de violoncelo e piano, além de dança e equitação. O contato com a literatura se deu desde a infância, através das histórias contadas por sua mãe e da leitura da Bíblia. A família tinha uma biblioteca que continha mais de 2000 volumes.
Por decisão de seu pai, Goethe inicia os estudos na Faculdade de Direito de Leipzig em 1765, mostrando-se, porém, pouco interessado. Goethe dedica-se mais às aulas de desenho, xilogravura e gravura em metal, e aproveita a vida longe da casa dos pais entre teatros e noites na boemia. Possivelmente acometido por tuberculose, volta para a casa dos pais em Frankfurt am Main, em 1768, a fim de recuperar a saúde debilitada. Enquanto se recupera, dedica-se a leituras, experiências com alquimia e astrologia e, no mesmo ano, escreve sua primeira comédia: “Die Mitschuldigen”. Em 1769 publica sua primeira antologia, “Neue Lieder”.
Em abril de 1770 volta aos estudos de direito, agora em Estrasburgo, Alsácia, dessa vez mostrando-se mais interessado. Durante esse período, conhece Johann Gottfried Herder,. teólogo e estudioso das artes e da literatura, que influencia Goethe trazendo-lhe leituras como Homero, Shakespeare e Ossian, assim como o contato com a poesia popular (Volkspoesie).
Nesse período, Goethe escreve poemas a Friederike Brion, com quem mantinha um romance. Esses, mais tarde, ficaram conhecidos como “Sesenheimer Lieder”. Neles já se expressa, fortemente, o início de uma nova produção literária lírica. No verão de 1771, Goethe licencia-se na faculdade de direito.
De volta a Frankfurt am Main, Goethe trabalha sem muito ânimo em seu escritório de advocacia, dando maior importância à poesia. Ao fim de 1771 escreveu “Geschichte Gottfriedens von Berlichingen mit der eisernen Hand”, que veio a ser publicado dois anos depois, sob o título “Götz Von Berlichtungen” (O cavaleiro da mão de ferro). A peça veio a valer como a primeira obra do movimento "Sturm und Drang" (Tempestade e Ímpeto). Em 1772 Goethe mudou-se para Wetzlar, a pedido do pai, para trabalhar na sede da corte da justiça imperial. Lá conheceu Charlotte Buff, noiva de seu colega Johann Christian Kestner, por quem se apaixonou. O escândalo dessa paixão obrigou-o a deixar Wetzlar.
Em 1774, Goethe publica “Die Leiden des Jungen Werther” (Os Sofrimentos do Jovem Werther), através do qual torna-se rapidamente conhecido em toda a Europa, pois o livro lá provocou uma onda de suicídios. O período entre seu retorno de Wetzlar e a partida a Weimar foi um dos mais produtivos de sua carreira. Além de Werther, Goethe escreve, entre outros, poemas que se tornaram exemplares de sua obra, como Prometheus, Ganymed e Mahomets Gesang, além de peças como Clavigo, Stella, e outras mais curtas como Götter, Helden und Wieland. É nesse período que Goethe inicia o projeto de seu mais conhecido escrito, Fausto.
Em 1775, Karl August herda o governo de Saxe-Weimar-Eisenach e convida Goethe a visitar Weimar, capital do ducado. Disposto a desfrutar os prazeres da corte, Goethe aceita o convite a acaba por mudar-se para Weimar. Goethe viveu até 1786 na cidade, onde veio a exercer diversas funções político-administrativas. Em Weimar, Goethe vive um afetuoso romance com Charlotte von Stein, do qual restam documentadas mais de 2 mil cartas e bilhetes. Com o trabalho diário na administração da cidade resta-lhe pouco tempo para sua prática poética. Nesse período Goethe trabalha na escrita em prosa de “Iphigenie auf Tauris” (Ifigênia em Táuride), além de outras e vários poemas.
Por volta de 1780, Goethe passa a ocupar-se sistematicamente com pesquisas na área das ciências naturais. Seu interesse surge, principalmente, nas áreas de geologia, botânica e osteologia. No mesmo ano, juntamente com Herder, torna-se membro de uma sociedade secreta, os Illuminati (conhecida como Maçonaria Iluminada, extinta pelo governo da Baviera em 1787), que alcança grande prestígio entre as elites europeias.
Cada vez mais insatisfeito com o trabalho na administração pública e seu relacionamento com Charlotte desgastado, Goethe entra em crise com relação ao rumo tomado por sua vida. Por conta disso, em 1786, já autor famoso, parte sem pré-aviso para a Itália usando um pseudônimo e assim evitando ser reconhecido. Goethe passou por Verona, Veneza, Lago di Garda, até chegar a Roma, onde permanece até 1788. Em abril desse ano, Goethe deixa Roma e chega, dois meses depois, de volta a Weimar, totalmente restabelecido.
Poucas semanas após o retorno, Goethe conhece Christiane Vulpius, uma mulher de 23 anos, de origem simples, sem prestígio social. Mesmo com a pouca aceitação da sociedade weimarense, Goethe e Christiane casam-se em 1806 e permanecem unidos até a sua morte, em 1816.
Logo Goethe assume cargos de influência política nas áreas da cultura e científica. De 1791 a 1817 Goethe dirige o teatro de Weimar, após dirigir a escola de desenho. Ao mesmo tempo torna-se membro conselheiro na Universidade de Jena, onde conhece, entre outros, Friedrich Schiller, Georg Hegel e Friedrich Schelling.
Em 1794, inicia amizade com Friedrich von Schiller, que passa também a residir em Weimar. Essa amizade entre os dois grandes escritores é celebrada como um dos maiores momentos da literatura alemã. Interessante saber que na década de 1790, Goethe escreve uma série de comédias satirizando a Revolução Francesa, que desaprova, como Schiller.
Era o filho mais velho de Johann Caspar Goethe, homem culto, jurista que não exerceu a profissão e viveu dos rendimentos de sua fortuna. A mãe de Goethe, Catharina Elisabeth Goethe (1731–1808), procedia de família de poder econômico e posição social, casou-se aos 17 anos e teve outros filhos, dos quais apenas uma chegou à idade adulta. Educados, inicialmente, pelo próprio pai e, depois, por tutores contratados, Goethe e a irmã receberam uma ampla educação que incluía o estudo de francês, inglês, italiano, latim, grego, ciências, religião e desenho. Goethe teve aulas de violoncelo e piano, além de dança e equitação. O contato com a literatura se deu desde a infância, através das histórias contadas por sua mãe e da leitura da Bíblia. A família tinha uma biblioteca que continha mais de 2000 volumes.
Por decisão de seu pai, Goethe inicia os estudos na Faculdade de Direito de Leipzig em 1765, mostrando-se, porém, pouco interessado. Goethe dedica-se mais às aulas de desenho, xilogravura e gravura em metal, e aproveita a vida longe da casa dos pais entre teatros e noites na boemia. Possivelmente acometido por tuberculose, volta para a casa dos pais em Frankfurt am Main, em 1768, a fim de recuperar a saúde debilitada. Enquanto se recupera, dedica-se a leituras, experiências com alquimia e astrologia e, no mesmo ano, escreve sua primeira comédia: “Die Mitschuldigen”. Em 1769 publica sua primeira antologia, “Neue Lieder”.
Em abril de 1770 volta aos estudos de direito, agora em Estrasburgo, Alsácia, dessa vez mostrando-se mais interessado. Durante esse período, conhece Johann Gottfried Herder,. teólogo e estudioso das artes e da literatura, que influencia Goethe trazendo-lhe leituras como Homero, Shakespeare e Ossian, assim como o contato com a poesia popular (Volkspoesie).
Nesse período, Goethe escreve poemas a Friederike Brion, com quem mantinha um romance. Esses, mais tarde, ficaram conhecidos como “Sesenheimer Lieder”. Neles já se expressa, fortemente, o início de uma nova produção literária lírica. No verão de 1771, Goethe licencia-se na faculdade de direito.
De volta a Frankfurt am Main, Goethe trabalha sem muito ânimo em seu escritório de advocacia, dando maior importância à poesia. Ao fim de 1771 escreveu “Geschichte Gottfriedens von Berlichingen mit der eisernen Hand”, que veio a ser publicado dois anos depois, sob o título “Götz Von Berlichtungen” (O cavaleiro da mão de ferro). A peça veio a valer como a primeira obra do movimento "Sturm und Drang" (Tempestade e Ímpeto). Em 1772 Goethe mudou-se para Wetzlar, a pedido do pai, para trabalhar na sede da corte da justiça imperial. Lá conheceu Charlotte Buff, noiva de seu colega Johann Christian Kestner, por quem se apaixonou. O escândalo dessa paixão obrigou-o a deixar Wetzlar.
Em 1774, Goethe publica “Die Leiden des Jungen Werther” (Os Sofrimentos do Jovem Werther), através do qual torna-se rapidamente conhecido em toda a Europa, pois o livro lá provocou uma onda de suicídios. O período entre seu retorno de Wetzlar e a partida a Weimar foi um dos mais produtivos de sua carreira. Além de Werther, Goethe escreve, entre outros, poemas que se tornaram exemplares de sua obra, como Prometheus, Ganymed e Mahomets Gesang, além de peças como Clavigo, Stella, e outras mais curtas como Götter, Helden und Wieland. É nesse período que Goethe inicia o projeto de seu mais conhecido escrito, Fausto.
Em 1775, Karl August herda o governo de Saxe-Weimar-Eisenach e convida Goethe a visitar Weimar, capital do ducado. Disposto a desfrutar os prazeres da corte, Goethe aceita o convite a acaba por mudar-se para Weimar. Goethe viveu até 1786 na cidade, onde veio a exercer diversas funções político-administrativas. Em Weimar, Goethe vive um afetuoso romance com Charlotte von Stein, do qual restam documentadas mais de 2 mil cartas e bilhetes. Com o trabalho diário na administração da cidade resta-lhe pouco tempo para sua prática poética. Nesse período Goethe trabalha na escrita em prosa de “Iphigenie auf Tauris” (Ifigênia em Táuride), além de outras e vários poemas.
Por volta de 1780, Goethe passa a ocupar-se sistematicamente com pesquisas na área das ciências naturais. Seu interesse surge, principalmente, nas áreas de geologia, botânica e osteologia. No mesmo ano, juntamente com Herder, torna-se membro de uma sociedade secreta, os Illuminati (conhecida como Maçonaria Iluminada, extinta pelo governo da Baviera em 1787), que alcança grande prestígio entre as elites europeias.
Cada vez mais insatisfeito com o trabalho na administração pública e seu relacionamento com Charlotte desgastado, Goethe entra em crise com relação ao rumo tomado por sua vida. Por conta disso, em 1786, já autor famoso, parte sem pré-aviso para a Itália usando um pseudônimo e assim evitando ser reconhecido. Goethe passou por Verona, Veneza, Lago di Garda, até chegar a Roma, onde permanece até 1788. Em abril desse ano, Goethe deixa Roma e chega, dois meses depois, de volta a Weimar, totalmente restabelecido.
Poucas semanas após o retorno, Goethe conhece Christiane Vulpius, uma mulher de 23 anos, de origem simples, sem prestígio social. Mesmo com a pouca aceitação da sociedade weimarense, Goethe e Christiane casam-se em 1806 e permanecem unidos até a sua morte, em 1816.
Logo Goethe assume cargos de influência política nas áreas da cultura e científica. De 1791 a 1817 Goethe dirige o teatro de Weimar, após dirigir a escola de desenho. Ao mesmo tempo torna-se membro conselheiro na Universidade de Jena, onde conhece, entre outros, Friedrich Schiller, Georg Hegel e Friedrich Schelling.
Em 1794, inicia amizade com Friedrich von Schiller, que passa também a residir em Weimar. Essa amizade entre os dois grandes escritores é celebrada como um dos maiores momentos da literatura alemã. Interessante saber que na década de 1790, Goethe escreve uma série de comédias satirizando a Revolução Francesa, que desaprova, como Schiller.
Como resultado de suas discussões a respeito dos fundamentos estéticos da arte, Schiller e Goethe desenvolvem ideias artísticas que dão origem ao Classicismo de Weimar. Nesse período, Schiller convence Goethe a retomar a escrita de Fausto e acompanha o nascimento de “Wilhelm Meister Lehrjahr” (Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister).
No ano de 1805, ocorre a morte de Schiller, grande perda para o amigo Goethe, que adoece sucessivamente nos anos seguintes. Em 1806, ano em que Goethe se casa com Christiane Vulpius, Weimar é invadida pelas tropas de Napoleão. Atormentado com os acontecimentos, Goethe vive uma fase pessimista. Desta época provém seu último romance, Die Wahlverwandschaften, de 1809. Um ano depois Goethe começa a escrever sua autobiografia e publica a "Teoria das Cores".
Em 1808, Napoleão condecora Goethe, no Congresso de Erfurt, com a grande cruz da Legião da Honra. De acordo com sua correspondência, Goethe ficara bastante aturdido com a Revolução Francesa. Prova disso, é a segunda parte de Fausto, publicada postumamente, conforme seu pedido a Eckerman de somente abri-la após a sua morte, num profundo lamento, prevendo que sua literatura cairia no esquecimento.
Um ano após a morte da esposa (1816), Goethe organiza seus escritos e publica os seus últimos trabalhos. Em 1823, Jean-Pierre Eckerman torna-se secretário de Goethe e o ajuda na revisão e publicação de escritos, até sua morte.
Durante esse período Goethe dedica-se à escrita de Fausto, que veio a finalizar após 16 anos de trabalhos contínuos, em 1831. Aos 82 anos, em 22 de março de 1832, Goethe morre na cidade de Weimar, sendo sepultado no Cemitério Histórico, Weimar, Turíngia, na Alemanha.
Goethe foi aclamado como gênio no Segundo Reich e suas ideias foram fundamentais para a instauração da República de Weimar, após a Primeira Guerra Mundial. Já na Alemanha Nazista, sua obra foi deixada de lado, pois suas ideias humanistas não cooptavam com a ideologia nazista.
No ano de 1805, ocorre a morte de Schiller, grande perda para o amigo Goethe, que adoece sucessivamente nos anos seguintes. Em 1806, ano em que Goethe se casa com Christiane Vulpius, Weimar é invadida pelas tropas de Napoleão. Atormentado com os acontecimentos, Goethe vive uma fase pessimista. Desta época provém seu último romance, Die Wahlverwandschaften, de 1809. Um ano depois Goethe começa a escrever sua autobiografia e publica a "Teoria das Cores".
Em 1808, Napoleão condecora Goethe, no Congresso de Erfurt, com a grande cruz da Legião da Honra. De acordo com sua correspondência, Goethe ficara bastante aturdido com a Revolução Francesa. Prova disso, é a segunda parte de Fausto, publicada postumamente, conforme seu pedido a Eckerman de somente abri-la após a sua morte, num profundo lamento, prevendo que sua literatura cairia no esquecimento.
Um ano após a morte da esposa (1816), Goethe organiza seus escritos e publica os seus últimos trabalhos. Em 1823, Jean-Pierre Eckerman torna-se secretário de Goethe e o ajuda na revisão e publicação de escritos, até sua morte.
Durante esse período Goethe dedica-se à escrita de Fausto, que veio a finalizar após 16 anos de trabalhos contínuos, em 1831. Aos 82 anos, em 22 de março de 1832, Goethe morre na cidade de Weimar, sendo sepultado no Cemitério Histórico, Weimar, Turíngia, na Alemanha.
Goethe foi aclamado como gênio no Segundo Reich e suas ideias foram fundamentais para a instauração da República de Weimar, após a Primeira Guerra Mundial. Já na Alemanha Nazista, sua obra foi deixada de lado, pois suas ideias humanistas não cooptavam com a ideologia nazista.
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