A HISTÓRIA DE ARTHUR E SEUS CAVALHEIROS (1)
Embora em nossa última publicação sobre esse assunto tenhamos dito que o que ocorreu a partir do ano 570 DC não interessasse diretamente ao nosso assunto específico, ainda para o completo entendimento da participação do personagem Arthur na época em que viveu, faremos um breve relato sobre a consolidação plena do domínio Anglo-Saxon sobre a Britain.
Na verdade, logo após 550 os Saxons reiniciaram sua ofensiva em direção ao oeste, com uma vitória importante em Old Sarum, próximo a Salisbury (Sorviodunum dos romanos e Searoburh após a batalha). Em 577 os Britons do sudoeste foram totalmente separados do resto da Britain após um triunfo Saxon na batalha de Dyrham, quando Bath, Cirencester e Gloucester foram perdidas.
Na verdade, logo após 550 os Saxons reiniciaram sua ofensiva em direção ao oeste, com uma vitória importante em Old Sarum, próximo a Salisbury (Sorviodunum dos romanos e Searoburh após a batalha). Em 577 os Britons do sudoeste foram totalmente separados do resto da Britain após um triunfo Saxon na batalha de Dyrham, quando Bath, Cirencester e Gloucester foram perdidas.
Salisbury (em verde, ao sul), Bath (em negro, noroeste), Cirencester (em azul, no centro da figura) e Gloucester (em vermelho, mais ao norte) |
Por algum tempo, os Britons parecem ter se embrenhado nos pântanos de Somerset (a oeste da área anterior), mas em 614 os Saxons se moveram para Devon e em torno de 682 tinham o efetivo controle de todo o sudoeste peninsular, com exceção da Cornwall, que permaneceu independente até 962.
Cornwall no contexto da Britain e detalhe |
Numa escala macroscópica, ao sul do rio Thames os invasores eram, predominantemente, Saxons, enquanto que ao norte eles eram Angles. Nessas últimas áreas, Midlands e o Norte da England, os Angles moveram-se em direção ao oeste um pouco mais tarde do que os Saxons, em torno do início do Século VII. No extremo norte, o poderoso reino da Northumbria rapidamente emergiu dos reinos Anglian menores da Bernicia e Deira. Contudo, no Século VIII, a Northumbria foi eclipsada pelo reino central English da Mercia, que cresceu sob o seu famoso líder Offa, empurrando os Britons remanescentes para as montanhas Welsh. A fase final Anglo-Saxon viu o crescimento do reino Saxon de Wessex, que alcançou notoriedade sob Alfred, o Grande, no Século IX. Foi o seu sucessor, Athelstan, que efetivamente uniu os Anglo-Saxons em um só reino, em torno de 927 DC. Essa enorme nação Anglo-Saxon, primeiro chamada de Angelcynn e então Englaland, tornou-se finalmente conhecida por England.
Os Reinos da Bernicia, Deira e Mercia e o Reino unificado da Northumbria, pela união dos dois primeiros |
Os British nativos foram gradualmente empurrados para fora da England, reduzidos a três remanescentes da civilização Celtic: Wales, Cornwall e o Noroeste, ao passo que outros fugiram através do English Channel, estabelecendo-se na Bretagne. Ao final, mesmo a Cornwall e o Noroeste foram dominados pelos Anglo-Saxons, deixando apenas a área que hoje chamamos Wales como o lar sobrevivente dos nativos Britons. Do Século X para a frente, não se tratava mais de uma questão de Britain Anglo-Saxon e nativa, mas de dois países separados, England e Wales.
Foi esta divisão que permitiu a sobrevivência das histórias do Rei Arthur, primariamente, no Wales e Cornwall. Isso explicaria porque os “Annales Cambriae” (Anais de Wales) mencionam Arthur, ao passo que o English “Anglo-Saxon Chronicle” (Crônica Anglo-Saxon) não o menciona; e também porque o monge Welsh Nennius faz menção a Arthur, enquanto que ele é omitido da obra do monge English Bede. É certamente nas áreas de Cornwall e Wales que o folclore do Rei Arthur é mais evidente, onde o seu nome e feitos heroicos parecem ter sobrevivido até o período dos romancistas medievais. Como veremos adiante, isso bem poderia explicar porque Geoffrey of Monmouth coloca o nascimento e morte de Arthur em Cornwall e sua corte em Wales.
A partir desse momento, contamos com todos os elementos necessários para um bom entendimento da História da England, desde as suas origens, sumamente importantes, para que possamos passar a discutir o nosso assunto principal, que é a história/mito do Rei Arthur e seus Cavalheiros.
Foi esta divisão que permitiu a sobrevivência das histórias do Rei Arthur, primariamente, no Wales e Cornwall. Isso explicaria porque os “Annales Cambriae” (Anais de Wales) mencionam Arthur, ao passo que o English “Anglo-Saxon Chronicle” (Crônica Anglo-Saxon) não o menciona; e também porque o monge Welsh Nennius faz menção a Arthur, enquanto que ele é omitido da obra do monge English Bede. É certamente nas áreas de Cornwall e Wales que o folclore do Rei Arthur é mais evidente, onde o seu nome e feitos heroicos parecem ter sobrevivido até o período dos romancistas medievais. Como veremos adiante, isso bem poderia explicar porque Geoffrey of Monmouth coloca o nascimento e morte de Arthur em Cornwall e sua corte em Wales.
A partir desse momento, contamos com todos os elementos necessários para um bom entendimento da História da England, desde as suas origens, sumamente importantes, para que possamos passar a discutir o nosso assunto principal, que é a história/mito do Rei Arthur e seus Cavalheiros.
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