Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A REFORMA E OS REFORMADORES - PARTE 3

IV - IDEIAS ORIGINAIS E OBJETIVOS DOS REFORMADORES

O primeiro impulso da secessão foi fornecido pela oposição de Martin Lutero, na Alemanha, e de Ulrich Zwingli (Ulrico Zuínglio, como é conhecido em Português), na Suíça Alemã, à promulgação, pelo Papa Leão X, de indulgências para contribuições à reconstrução da Basílica de São Pedro, em Roma. As “Indulgências” constituem um tema tão complexo e importante na questão da Reforma, que vamos dedicar ao assunto um subcapítulo especial, dedicado aos leitores que queiram se aprofundar um pouco mais no assunto.

IV.1 - INDULGÊNCIAS

A palavra “Indulgência” talvez encoraje mais falsos juízos do que qualquer outro ensinamento na teologia católica. As pessoas que atacam a Igreja pelo uso das indulgências, confiam na – e tiram vantagem disso – ignorância de católicos e não católicos.
O que é uma indulgência? Originalmente significava uma gentileza ou favor; posteriormente veio a significar a remissão de uma taxa ou débito. Na lei romana e no Velho Testamento ela foi usada para expressar liberação do cativeiro ou punição. Em linguagem teológica a palavra é algumas vezes empregada em seu sentido original para significar benevolência e perdão de Deus. A Igreja explica: “Uma indulgência é uma remissão (perdão), diante de Deus, da punição temporal devido aos pecados cuja culpa já foi perdoada, que o fiel cristão, devidamente disposto recebe, sob certas condições definidas, com a ajuda da Igreja quando, como ministro de redenção, ela dispensa e aplica com a autoridade do tesouro das satisfações conquistadas por Cristo e os Santos”.
No ensinamento da Igreja Católica Romana, uma indulgência é “uma forma de reduzir o tamanho da punição que alguém deve sofrer por ter pecado”, que pode reduzir a penitência necessária após cometer um pecado que foi confessado e perdoado e/ou, após a morte, o tempo a permanecer no Purgatório[1].
O recebedor de uma indulgência deve realizar alguma ação para recebe-la. Na maioria das vezes, trata-se de dizer, uma ou mais vezes, uma oração ou conjunto de orações específicas, mas pode também incluir a visitação a um local determinado ou a realização de boas obras específicas.
As indulgências foram introduzidas visando a remissão das severas penas da Igreja primitiva e concedidas pela intercessão de cristãos que aguardavam o martírio ou, pelo menos, que tivessem sido presos pela fé. Eram sacadas do “Tesouro do Mérito[2]” acumulado pelo sacrifício meritório superabundante de Cristo na cruz e pelas virtudes e penitências dos Santos. São concedidas por boas obras e orações específicas proporcionalmente à devoção com que elas são praticadas ou recitadas.
De acordo com os ensinamentos do Catecismo da Igreja Católica, dois tipos de consequências ocorrem quando alguém peca: eternas e temporais (ou seculares). Um pecado mortal (muito grave e cometido consciente e livremente) é equivalente a recusar amizade com Deus e comunhão com a única fonte de vida eterna. A perda da vida eterna com Deus e a eterna morte no inferno, efeito desta rejeição, é chamada de “punição eterna” do pecado. Além desta punição devido ao pecado mortal, cada pecado (incluindo os venais) afasta o cristão de Deus através do que o Catecismo chama de ligação insalubre às criaturas, uma ligação que deve ser purificada aqui na Terra ou, após a morte, no Purgatório. A necessidade resultante de quebrar essa conexão às criaturas é uma outra punição do pecado, chamada de “punição temporal” porque, não sendo uma rejeição total de Deus, não é eterna e pode ser superada com o tempo. Mesmo quando o pecado é perdoado, a conexão associada pode permanecer; a punição temporal que segue o pecado é assim experimentada durante a vida terrena ou no purgatório. Nesta vida, a purificação necessária da ligação às criaturas pode, pelo menos em parte, ser alcançada pela opção a Deus, pela oração, penitência e obras de perdão e caridade.
As indulgências seriam uma ajuda para que se alcançar esta purificação. A doutrina católica da comunhão dos Santos ensina que o trabalho de purificação ou santificação não necessita ser feita inteiramente pela pessoa diretamente interessada, dado que por esta comunhão, “a vida de cada filho de Deus, em Cristo e por Cristo, é ligada por um maravilhoso vínculo, à vida de todos os seus outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural do Corpo Místico de Cristo até que uma só pessoa mística seja formada”. A comunicação dos bens espirituais, que incluem os méritos infinitos do próprio Cristo, o “Tesouro da Igreja”, e considerando a interpretação da Igreja do “poder de atar ou desatar” garantido por Cristo, a Igreja considera que pode administrar, aos que estão sob sua jurisdição, os benefícios desses méritos em vista de orações ou outras obras pias empreendidas pelos fiéis. Ao abrir aos cristãos individuais seu tesouro, “a Igreja não quer simplesmente vir ao auxílio desses cristãos, mas também estimulá-los aos trabalhos de devoção, penitência e caridade”.
Assim, uma indulgência não perdoa a culpa do pecado, nem libera o castigo eterno que a doutrina da Igreja associa com pecados mortais não perdoados. A Igreja Católica ensina, ao contrário, que as indulgências apenas abrandam o castigo temporal resultante do efeito do pecado e que a pessoa ainda necessita ter seus graves pecados absolvidos, normalmente pelo sacramento da Confissão, para receber a salvação. Similarmente, a indulgência não é uma licença para pecar, um perdão para um pecado futuro, nem uma garantia de salvação para ninguém. Ordinariamente, o perdão de pecados mortais é obtido através da confissão.
Uma vez que aqueles que morreram em estado de graça (com seus pecados mortais perdoados) são membros da comunhão dos santos, crê a Igreja Católica que os vivos podem ajudar àqueles a quem a purificação de seus pecados ainda não foi completada, não apenas por orações, mas também pela obtenção de indulgências para eles. E como a Igreja da Terra não tem jurisdição sobre os mortos, as indulgências podem ser ganhas somente por um ato de intercessão.
Uma indulgência pode ser plenária, quando redime toda a punição temporal exigida para purificar a alma da conexão a tudo com exceção de Deus; ou parcial, quando redime somente parte da punição temporal (purificação) devido ao pecado. Para receber uma indulgência plenária, uma pessoa deve excluir toda a ligação ao pecado de qualquer espécie, mesmo pecados veniais, realizar as obras ou dizer as orações pelas quais a indulgência é concedida, bem como preencher as três condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Papa. A condição mínima para receber uma indulgência parcial é ter o coração contrito; nessas condições, um católico que realiza a obra ou recita a oração prescrita, recebe, através da Igreja, a remissão da punição temporal de mesmo valor que a obtida pela própria ação da pessoa.
Ponto importantíssimo a considerar, no que foi dito até aqui sobre as indulgências, é a crença que o fiel deve possuir na doutrina da Igreja Católica. Se a pessoa não acredita na doutrina da Igreja, ela não vai aceitar a indulgência como ferramenta importante e válida para a sua salvação.
Na Igreja antiga, especialmente do século III para a frente, autoridades eclesiásticas autorizavam um confessor ou cristão aguardando o martírio a interceder por outro cristão para encurtar sua penitência canônica. O Concílio de Epaone, em 517, testemunha o surgimento da prática de substituir severas penitências canônicas por uma nova mais suave: o seu 29º Canon reduzia para dois anos a penitência a que os apóstatas[3] se deviam sujeitar no seu retorno à Igreja, mas os obrigava a jejuar um dia em três, durante aqueles dois anos, para virem à igreja e tomar o seu lugar na porta dos penitentes e sair com os catecúmenos[4]. Qualquer um que objetasse ao novo arranjo, deveria observar a antiga penitência muito mais longa.
Após saber o que são as indulgências, é muito importante que se esclareça o que elas não são e, para isso, aqui colocamos os sete mitos mais comuns sobre as indulgências, segundo a Igreja.
Mito 1: Uma pessoa pode evitar a sua ida para o inferno com a compra de indulgências.
Tal ideia é totalmente sem fundamento. Uma vez que as indulgências perdoam só as penas temporais, elas não podem perdoar a pena eterna do inferno. Uma vez que a pessoa esteja no inferno, nenhuma quantidade de indulgências jamais mudará tal fato. A única forma de evitar o inferno é através do apelo à eterna misericórdia de Deus enquanto ainda vivo. Após a morte, o destino eterno de alguém está selado.
Mito 2: Uma pessoa pode comprar indulgências por pecados ainda não cometidos.
A Igreja sempre ensinou que indulgências não se aplicam a pecados ainda não cometidos. A Enciclopédia Católica observa: “Uma indulgência não é uma permissão para cometer pecados, nem um perdão para futuros pecados; nenhum deles pode ser garantido por qualquer poder”.
Mito 3: Uma pessoa pode “comprar perdão” com indulgências.
A definição de indulgência pressupõe que o perdão já foi concedido. Indulgências não perdoam pecados em nenhuma hipótese. Elas tratam com as punições aplicadas após os pecados terem sido perdoados.
Mito 4: As indulgências foram inventadas como forma da Igreja levantar fundos.
As indulgências se desenvolveram a partir de reflexões sobre o sacramento de reconciliação. Elas são apenas um meio de encurtar a penitência de doutrina sacramental e estavam em uso séculos antes de surgirem problemas relacionados a dinheiro.
Mito 5: Uma indulgência encurtará o seu tempo no purgatório por um número fixado de dias.
O número de dias que costumava ser ligado às indulgências, eram referências ao período de penitência que alguém poderia ter durante a vida na terra. A Igreja Católica não afirma conhecer algo sobre quão longo ou curto o purgatório é, em geral, muito menos no caso de uma pessoa.
Mito 6: Uma pessoa pode comprar indulgências.
O Concílio de Trento instituiu severas reformas na prática de concessão de indulgências e, por causa de abusos anteriores, “em 1567 o Papa Pio V cancelou toda a concessão de indulgências envolvendo quaisquer taxas ou outras transações financeiras”. Esse ato provou a seriedade da Igreja quanto a cessar os abusos relativos a indulgências.
Mito 7: Uma pessoa costumava poder comprar indulgências.
Nunca alguém pode comprar indulgências. O escândalo financeiro envolvendo indulgências, o escândalo que deu a Martin Luther uma desculpa para sua heterodoxia, envolveu esmolas – indulgências em que a doação de esmolas para algum fundo ou fundação de caridade foi usado como a ocasião para conceder a indulgência. Nunca houve uma franca venda de indulgência. A Enciclopédia Católica estabelece: “É fácil de ver como os abusos se infiltraram. Entre as boas obras que poderiam ser encorajadas para se tornarem condição de uma indulgência, a doação de esmolas naturalmente iria ocupar um local proeminente. É bom observar que nestes objetivos não há nada de essencialmente mau. Dar dinheiro a Deus ou ao pobre é um ato louvável e, quando isso é feito por motivos corretos, não ocorrerá sem uma recompensa”.
Esses sete mitos ajudam a entender as indulgências, mas ainda há algumas questões a serem postas, sempre segundo a Igreja:
Quantas punições temporais de alguém podem ser perdoadas?
Potencialmente, todas elas. A Igreja reconhece que Cristo e os Santos são interessados em ajudar os penitentes a tratar das consequências de seus pecados, como indicado pelo fato de que eles sempre oram por nós. Cumprindo o seu papel na administração das punições temporais, a Igreja saca o farto estoque de recompensas que Deus escolheu conceder aos Santos – que O agradaram – e ao Seu Filho – que Lhe agradou mais que todos. As recompensas que a Igreja extrai são infinitas porque Cristo é Deus, de forma que as recompensas que ele provê são infinitas e nunca serão exauridas. As recompensas dos Santos são adicionadas às de Cristo não porque algo esteja faltando, mas porque unindo as suas recompensas às d’Ele, os Santos estarão unidos com Ele. Embora imensas, suas recompensas são finitas, mas as dele são infinitas.
Se a Igreja possui os recursos para apagar as punições temporais de todos, por que ela não faz isso?
Porque Deus não deseja que isso seja feito. O próprio Deus instituiu o padrão de punições temporais serem deixadas pendentes. Elas preenchem várias funções, uma delas disciplinar. Se uma criança não fosse disciplinada, nunca aprenderia a obediência. Deus nos disciplina como suas crianças, de forma que algumas punições temporais devem permanecer. Da mesma forma que o arrependimento e a fé são necessários para a remissão das punições eternas, elas são também necessárias para a remissão das punições temporais. O Papa Paulo VI estabeleceu: “As indulgências não podem ser ganhas sem uma sincera conversão de perspectiva e unidade com Deus”. Poderíamos dizer que o grau de remissão depende de quão bem o penitente aprendeu a sua lição.
Como alguém sabe a quantidade de que sua punição foi reduzida?
Antes do Concílio Vaticano II, cada indulgência removia um certo número de “dias” do castigo de alguém – por exemplo, um ato poderia receber uma “indulgência de 300 dias” -, mas o uso do termo “dias” confundia as pessoas, dando-lhes a impressão enganosa de que no Purgatório o tempo, como o conhecemos, ainda existe, e que podemos calcular nosso “bom tempo” de uma forma mecânica. O número de dias associado às indulgências, nunca significou, de fato, que aquele tempo seria retirado da estada de alguém no Purgatório; apenas significava que uma quantidade indefinida de remissão, mas parcial, nunca total, seria concedida, adequada ao que os Cristãos antigos teriam recebido pela realização daquela penitência de tantos dias. Assim, alguém que ganhasse 300 dias de indulgência, ganhava, grosseiramente, o que um Cristão antigo teria ganho por, digamos, recitar uma oração particular que valesse 300 dias. Para superar a confusão, Paulo VI editou uma revisão do manual de indulgências. Hoje, o número de dias não está associado às indulgências, mas elas apenas podem ser plenárias ou parciais.
Qual a diferença entre uma indulgência parcial e uma plenária?
Uma indulgência é parcial ou plenária se ela remover parte ou toda a punição temporal devida ao pecado. Somente Deus sabe exatamente quão eficaz é uma particular indulgência parcial ou se uma indulgência plenária foi totalmente recebida.
As indulgências não duplicam ou mesmo negam as obras de Cristo?
A despeito do suporte bíblico às indulgências, alguns são críticos agudos delas e insistem em que a doutrina suplanta o trabalho de Cristo e nos transforma em nossos próprios salvadores. Esta objeção resulta da confusão sobre a natureza das indulgências e sobre a forma como o trabalho de Cristo é aplicado a nós. As indulgências aplicam-se somente às punições temporais, não às eternas. A Bíblia indica que essas punições podem permanecer após um pecado ter sido perdoado e que Deus atenua essas punições como recompensa aos que o agradaram. Se a Bíblia indica isso, o trabalho de Cristo não pode ter sido suplantado pelas indulgências. Os méritos de Cristo, dado que são infinitos, compreendem a maioria dos que compõem o Tesouro de Méritos. Aplicando esses méritos aos crentes, a Igreja atua como serva de Cristo na aplicação do que ele tem feito por nós e sabemos, das Escrituras, que o trabalho de Cristo é consagrado a nós ao longo do tempo e não de uma só feita.
Não seria melhor colocar toda a ênfase somente em Cristo?Se ignoramos o fato das indulgências, esquecemos como Cristo age através de nós e falhamos em reconhecer o valor do que ele tem feito em nós. São Paulo usa a mesma espécie de linguagem: “Agora eu me alegro em meus sofrimentos por Vós e em minha carne eu completo o que está faltando nas aflições de Cristo, por este corpo, isto é, a Igreja” (Col. 1:24). Embora os sofrimentos de Cristo fossem superabundantes (muito mais do que o necessário para pagar qualquer coisa), São Paulo falou em completar o que “faltava” nos sofrimentos de Cristo. Se essa forma de discurso era permitida a Paulo, é permitida a nós, embora a linguagem Católica sobre indulgências seja muito menos chocante que a linguagem de Paulo sobre seu papel na salvação. Os Católicos não deveriam ser defensivos sobre as indulgências. Elas são baseadas em princípios diretos da Bíblia e podemos ter confiança, não apenas de que as indulgências existem, mas que são úteis e valiosas de obter. O Papa Paulo VI declarou: “A Igreja convida todos os seus filhos a pensar e ponderar em suas mentes, tão bem quanto possam, sobre como usar as indulgências em benefício de suas vidas e da sociedade cristã... Apoiados por essas verdades, a Santa Mãe Igreja novamente recomenda a prática de indulgências aos fiéis, que tem sido tão cara ao povo cristão por tantos séculos bem como em nossos próprios dias. A experiência prova isso. ”

Para ganhar uma indulgência, você deve ser um católico, para estar sob a jurisdição da Igreja, e estar em estado de graça porque, afastado da graça de Deus, nenhuma de suas ações é fundamentalmente agradável a Deus (meritória).
Aqueles que alegam que indulgências não fazem mais parte dos ensinamentos da Igreja, têm o desejo admirável de se distanciar dos abusos ocorridos à época da Reforma Protestante. Também desejam remover obstáculos que impedem não católicos de terem uma visão positiva da Igreja. Embora esses motivos sejam admiráveis, a alegação é falsa. A prova disso é o Catecismo da Igreja Católica que estabelece: “Uma indulgência é obtida através da Igreja que, pelo poder de atar e desatar a ela concedido por Jesus, intervém em favor dos cristãos individuais, abrindo a eles o tesouro dos méritos de Cristo e dos Santos, para obter do Pai a remissão da punição temporal devida por seus pecados”. A Igreja faz isso não apenas para ajudar os Cristãos, mas também para estimulá-los aos trabalhos de devoção, penitência e caridade. As indulgências são parte do ensinamento infalível da Igreja, significando que nenhum Católico tem liberdade para descrer delas. O Concílio de Trento estabeleceu que condena com o anátema (excomunhão) àqueles que dizem que as indulgências são inúteis ou que a Igreja não tem o poder de concedê-las, colocando-as no domínio do ensinamento definido como infalível.

[1] Purgatório, de acordo com a doutrina da Igreja Católica, é um estado intermediário, após a morte física, em que aqueles que são destinados ao Céu, “são submetidos à purificação para alcançar a santidade necessária para obter a alegria do Céu”. Somente aqueles que morrem em estado de graça, mas durante a vida não alcançaram um nível suficiente de santidade, podem ir ao Purgatório; no Purgatório ninguém permanecerá para sempre naquele estado ou irá para o Inferno.
[2] O “Tesouro do Mérito” ou “Tesouro da Igreja”, de acordo com a crença católica, são os méritos de Jesus Cristo e seus fiéis, um tesouro que, por causa da comunhão dos Santos, beneficia também outras pessoas. De acordo com o Dicionário Westminster de Termos Teológicos, a crença católica é uma forma de expressar a visão de que as boas obras de Jesus e outros podem beneficiar outras pessoas. Os teólogos católicos contemporâneos o vêm como uma metáfora dos caminhos pelos quais a fé de Cristo e dos Santos pode ajudar a outros.
[3] Apostasia significa o afastamento definitivo e deliberado de alguma coisa, uma renúncia de sua anterior fé ou doutrinação, que pode manifestar-se abertamente ou de modo oculto. Dependendo de cada religião, um apóstata, afastado do grupo religioso do qual era membro, pode ser vítima de preconceito, intolerância, difamação e calúnia por parte dos demais membros ativos. Um caso extremo é a aplicação da pena de morte para apóstatas da religião islâmica em países muçulmanos, como por exemplo, na Arábia Saudita.
[4] O catecumenato ou formação dos catecúmenos, tem por finalidade permitir às pessoas, em resposta à iniciativa divina e em união com uma comunidade eclesial, a sua conversão e a obtenção da fé. Trata-se de uma "formação à vida cristã integral (...) pela qual os discípulos são unidos a Cristo, seu mestre. Por isso, os catecúmenos devem ser iniciados (...) nos mistérios da salvação e na prática de uma vida evangélica, e introduzidos, mediante ritos sagrados celebrados em épocas sucessivas, na vida da fé, da liturgia e da caridade do povo de Deus "

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