Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

A HISTÓRIA DO IMPÉRIO PERSA (IRÃ) - Parte 1

I -INTRODUÇÃO

A história do Irã que nos propomos apresentar, registra os acontecimentos históricos no território correspondente aos atuais Irã, Afeganistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, Azerbaijão e outras áreas vizinhas, ao longo de um período de tempo que começa com as primeiras civilizações pré-arianas, passa pelo Império Persa em todas as suas fases, prossegue com o período helenístico, domínio pelos muçulmanos, até o início da idade moderna. Em suas várias formas, trata-se de uma das mais antigas grandes civilizações de existência contínua. 
Localização de Anshan dentro do Império Elamita
A Pérsia é, oficialmente, admitida como um sinônimo para Irã, embora este último tenha se tornado mais usual, no Ocidente, após 1935. O país sempre foi chamado "Irã" (Terra dos Arianos, derivado de Aryanam, forma encontrada em textos persas antigos.) pelo seu povo, para se referir ao seu próprio país, pelo menos desde 600 AC, embora durante séculos tenha sido referido pelos europeus como Pérsia (Persis pelos gregos). Este termo provém do persa Pars ou Parsa ou ainda Fars, o nome do clã principal de Ciro (a ser visto com detalhe) e que também deu o nome à região onde habitavam os persas (hoje, a moderna província de Fars ao sul do Irã) principalmente devido aos escritos dos historiadores gregos. Em 1935 o governo especificou que o país deveria ser chamado Irã; entretanto, em 1959 ambos os nomes passaram a ser admitidos. No uso corrente, o termo Pérsia costuma ser reservado para referir-se ao Império Persa durante suas diversas fases históricas, uma sucessão de Estados que controlaram o Planalto Iraniano e os territórios adjacentes ao longo do tempo, a começar pela dinastia aquemênida, fundada por Ciro, o Grande, no século VI AC, fundado originalmente por um grupo étnico (os persas) a partir da cidade de Anshan (veremos adiante), no que é hoje a província iraniana de Fars, e governado por dinastias sucessivas (persas ou estrangeiras). 
Mapa topográfico do "Platô Iraniano"
O latim apanhou o termo do grego, transformando-o em Persia, forma adotada pelas diversas línguas européias. Em 1935, o Xá Reza Pahlavi solicitou, formalmente, que a comunidade internacional passasse a empregar o nome nativo do país, Iran (Irã ou Irão, em português). Em 1959, o mesmo governante anunciou que tanto Pérsia como Irã eram formas corretas de referir-se ao seu país.
O Planalto Iraniano ou Persa é uma grande formação geológica no Oriente Médio e na Ásia Ocidental e Central, parte da Placa Euroasiática meridional. Cobre a maior parte do Irã (aproximadamente 2/3 do país, da Cordilheira de Zagros para o leste), o Afeganistão (principalmente as porções meridional e oriental do país), o oeste do Paquistão (o Baluchistão e a Província da Fronteira Noroeste) e a parte sul do Turcomenistão, bem como uma pequena área do sul do Azerbaijão. Estende-se desde a Cordilheira Elburz (ou Alborz) na direção sul, até o mar. Seus extremos são marcados pela Cordilheira de Zagros, a oeste, pela Cordilheira de Hindu Kush, a leste, Mar Cáspio e a cadeia montanhosa Kopet Dag, ao norte, o Estreito de Ormuz e o Golfo Pérsico, ao sul. 
Localização geral do Irã moderno
A figura ao mostra o mapa do Irã, oficialmente República Islâmica do Irã, um estado soberano da Ásia Ocidental, nos dias de hoje. Palco de inúmeras guerras, personagens controvertidos e uma das culturas mais antigas do mundo, uma área cheia de conflitos históricos que ainda permanecem, desde milhares de anos antes da Era Cristã. Uma das razões de sua conturbada história, reside exatamente em sua posição geográfica: o país em foco faz fronteiras com, nada mais, nada menos, Turquemenistão, Azerbaijão, Armênia e Mar Cáspio, ao norte, Turquia e Iraque a oeste, Afeganistão e Paquistão a leste, e Golfo Pérsico e Golfo de Omã ao sul. É a história deste país que nos propomos contar nesta postagem.
A história da Pérsia no mundo ocidental, está entrelaçada com a história de uma região mais ampla, até certo ponto conhecido como “Irã Maior” ou “Grande Irã”, compreendendo a área que vai da Anatólia[1], Estreito de Bósforo e Egito, no oeste, às fronteiras da antiga Índia e o Syr Darya (rio da Ásia Central[2]), no leste, e do Cáucaso (região na fronteira entre a Europa e Ásia, situada entre os mares Negro e Cáspio) e a Estepe Eurasiática (a Grande Estepe da Eurásia), no norte, ao Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, no sul.
O Irã é o lar de uma das mais velhas civilizações contínuas do mundo, com povoações históricas e urbanas que datam de 7.000 AC. As áreas sudoeste e oeste do Platô Iraniano, participaram do tradicional Antigo Oriente Próximo com o Elam (sudoeste do Irã moderno), do início da Idade do Bronze e, mais tarde, com vários outros povos, como os Cassitas, Manneanos (noroeste do atual Irã) e Gutianos. 
Localização das ruínas de Persépolis
Georg Wilhelm Friedrich Hegel diz que os persas foram o primeiro Povo Histórico. Os Medas (ou Medos) unificaram o Irã como nação e império em 625 AC. O Império Aquemênida (550-330 AC), fundado por Ciro II, o Grande, foi o primeiro dos impérios persas a reinar dos Balcãs à África Norte e também na Ásia Central, cobrindo três continentes a partir do seu trono de poder em Persis (Persépolis, cidade dos persas), capital cerimonial do Império Aquemênida, situada a 60 km da cidade de Shiraz, na província de Fars, Irã. Os mais antigos vestígios de Persépolis datam de 515 AC, exemplificando o estilo de arquitetura Aquemênida, tendo sido declarado pela UNESCO, em 1979, Sítio de Herança Mundial. A palavra portuguesa Persépolis é a própria palavra grega, composta de Perses e Polis e significando a “Cidade dos Persas”. Para os persas antigos, a cidade era conhecida como Parsa, palavra usada para “Persia” ou, mais precisamente, a região de Persis. Foi o maior império jamais visto e o primeiro império mundial. O Primeiro Império Persa foi a única civilização em toda a história a conectar mais de 40% da população global, avaliada em 49,4 milhões da população mundial de 112,4 milhões de pessoas, cerca de 480 AC. Eles foram sucedidos pelos Impérios Selêucida, Parta e Sassânida, que sucessivamente governaram o Irã por quase 1.000 anos e o fizeram novamente uma importante potência mundial. Seu arquirrival foi o Império Romano e seu sucessor, o Império Bizantino. O Império Persa, propriamente dito, iniciou na Idade do Ferro, seguindo o influxo dos povos iranianos, que deram origem aos impérios que o sucederam na antiguidade clássica.
Como um império de tais proporções, o Irã também resistiu a várias invasões, pelos gregos, árabes, turcos e mongóis. Ao longo dos séculos, o Irã continuamente reafirmou sua identidade nacional, desenvolvendo uma entidade política e cultural distintas.
A conquista muçulmana da Pérsia (633-656) encerrou o Império Sassânida, definindo um ponto de inflexão na história iraniana. A “islamização” do Irã teve lugar entre os séculos VIII e X, conduzindo ao declínio do Zoroastrismo[3] bem como de várias de suas crenças. Contudo, as conquistas das civilizações persas anteriores não foram perdidas, mas foram, numa grande extensão, absorvidas pelo novo sistema político e civilização.
O Irã, com sua longa história de culturas e impérios originais, havia sofrido muito, particularmente com o final da Idade Média e início do Período Moderno. Muitas invasões de tribos nômades, cujos líderes tornaram-se governantes deste país, afetaram-no negativamente.
O Irã foi mais uma vez reunido, como estado independente, em 1501, pela Dinastia Safávida (falaremos dela adiante), que converteu o Irã ao Islamismo Xiita (que também veremos em detalhe, oportunamente), como religião oficial do seu império, no ponto crítico da história do Islamismo. Novamente atuando como uma potência líder, desta feita na vizinhança do Império Otomano, seu arquirrival por séculos, o Irã havia sido uma monarquia comandada por um imperador, quase sem interrupção, de 1501 até a revolução iraniana de 1979, quando oficialmente tornou-se uma república islâmica em abril de 1979.
Ao longo da primeira metade do século XIX o Irã perdeu muitos dos seus territórios no Cáucaso (que ele havia governado intermitentemente por milênios), compreendendo hoje a Geórgia Oriental, Dagestão, Azerbaijão e Armênia (todos ao noroeste do Irã), para o seu rival vizinho, rapidamente emergente e em expansão, o Império Russo, após as guerras Russo-Persa, entre 1804-1813 e 1826-1828.

II – PRÉ-HISTÓRIA

II.1 – PALEOLÍTICO (2,5 milhões de anos a 10.000 AC)
Divisão da História
em Eras

Apenas para simplificar a vida dos nossos leitores que não estejam muito acostumados com o assunto, apresentamos ao lado uma tabela simplificada com as divisões da História em eras.
Os mais antigos artefatos arqueológicos no Irã foram encontrados nos sítios de Kashafrud e Ganj Par, que datam do ano 100.000, no Paleolítico Médio. As ferramentas de pedra Musteriana (ou Musteriense, nome dado por arqueólogos a um estilo de ferramentas ou indústria predominantemente de pederneira) feitas por homens de Neandertal[4], também foram encontradas. Há mais resíduos culturais dos homens de Neandertal datando do período do Médio Paleolítico que foram principalmente encontrados na região das montanhas Zagros e alguns poucos no Irã Central, em vários sítios arqueológicos. Em 1949 um rádio (osso do braço) Neanderthal foi descoberto por Carleton S. Coon, na caverna de Bisitun. Há também evidências dos períodos Paleolítico Superior e Epipaleolítico (final do Paleolítico Superior, já mergulhando no Mesolítico), principalmente nas Montanhas Zagros, nas cavernas de Kermanshah e Khorramabad e alguns sítios no Alborz e Irã Central.

II.2 – NEOLÍTICO AO CALCOLÍTICO

O Calcolítico é a transição entre o Neolítico e a Idade do Bronze, também chamada de Idade do Cobre, porque aí surgiram o cobre e os monumentos megalíticos.
As mais antigas comunidades agrícolas começaram a florescer cerca de 10.000 AC na região das montanhas Zagros e entorno, no Irã ocidental. Pela mesma época, os mais antigos vasos de argila e figuras humanas e de animais, de terracota começaram a ser produzidas, também no oeste do Irã. O sudoeste do Irã era parte do “Fértil Crescente”[5], onde a maioria das primeiras culturas importantes foram realizadas, em vilas como Susa, um dos mais velhos povoamentos do Irã e do mundo, fundado, possivelmente cerca de 4.400 AC (próximo de Anshan) e povoamentos como Chogha Mish, datando de 6.800 AC; há jarras de vinho escavadas nas montanhas Zagros, com cerca de 7.000 anos de idade e ruínas de povoamentos da mesma idade. As duas povoações principais do Iraniano neolítico são a Cultura do rio Zayandeh e Ganj Dareh.

II.3 – IDADE DO BRONZE

O Elam foi uma das primeiras civilizações de que se tem registro no extremo oeste e sudoeste do que é hoje o Irã, sendo tradicionalmente considerada o ponto inicial da história do Império Persa (e, em decorrência, do Irã). Existiu cerca de 2700 AC até cerca de 539 AC, em seguida ao chamado Período Proto-Elamita, que teve início em cerca de 3200 AC (a cidade capital era Anshan), quando Susa, que viria a ser a capital dos elamitas, começou a ser influenciada por culturas do Planalto Iraniano. Baseado na busca de idade com o C14 (Carbono 14 ou radio carbono, é um isótopo radioativo do carbono, cuja presença em materiais orgânicos é a base do método para determinação de idades de amostras arqueológicas, geológicas e hidrogeológicas), a época de fundação de Susa é cerca de 4.400 AC, além da época de civilização da Mesopotâmia. A percepção geral entre os arqueólogos é que Susa foi uma extensão da cidade sumeriana de Uruk. Há também dúzias de sítios pré-históricos no platô iraniano indicando a existência de culturas antigas e povoações urbanas no quarto milênio. 
Área do Império Elamita, em vermelho, e áreas vizinhas
O Elam situava-se a leste da Suméria e da Acádia (atualmente, o Iraque). No período Elamita Antigo, constituía-se de reinos no Planalto Iraniano, cujo centro era Anshan, e, a partir do II milênio AC, Susa. Sua cultura desempenhou um papel fundamental no Império Persa, em especial durante a dinastia Aquemênida (que veio a suceder a civilização elamita na região), quando a língua elamita continuou a ser empregada oficialmente. O período elamita costuma ser considerado o ponto inicial da história do Irã (embora tenha havido culturas mais antigas no Planalto Iraniano). Os elamitas foram rivais dos sumérios e acádios e, posteriormente, dos babilônios, na disputa pela hegemonia no Oriente Próximo, até que finalmente foram dominados definitivamente por Nabucodonosor II da Babilônia, no século VII AC. Posteriormente, quando a Babilônia caiu ante os persas de Ciro, o Grande, os elamitas passaram a ser gradativamente absorvidos por outras populações iranianas e semitas.
A língua elamita não tem parentesco com as línguas iranianas (nem com as línguas indo-europeias ou as semíticas), embora alguns estudiosos enxerguem uma relação com as línguas dravídicas. O Elam conviveu com o Reino Jiroft, uma das mais antigas civilizações do platô iraniano, estabelecido no que são hoje as províncias orientais do Irã, enquanto que os elamitas controlavam a porção ocidental, na região da Cordilheira de Zagros; posteriormente sucedeu-o, estendendo-se por todo o platô iraniano. 
Taça de prata de Marvdasht
do terceiro milênio AC
Suas escavações arqueológicas conduziram à descoberta de vários objetos pertencentes ao quarto milênio AC. Há uma grande quantidade de objetos decorados com inconfundíveis gravações de animais, figuras mitológicas e motivos arquitetônicos. Os objetos e sua iconografia diferem de qualquer outra coisa já vista por arqueólogos. Muitos são feitos de clorita, pedra macia verde-cinza; outros são de cobre, bronze, terracota e até lápis-lazúli. Escavações recentes no local produziram a inscrição mais antiga do mundo, que antecede as inscrições da Mesopotâmia.
Há registros de numerosas outras civilizações antigas no platô iraniano antes da emergência dos povos iranianos durante a primitiva Idade do Ferro. O início da Idade do Bronze viu a ascensão da urbanização em cidades-estados organizadas e na invenção da escrita (Período Uruk) no Oriente Próximo. Enquanto o Elam da Idade do Bronze usou a escrita em tempos antigos, a escrita Proto-Elamita permanece indecifrada e registros da Suméria pertencentes ao Elam são escassos.
Há uma corrente teológica que afirma terem sido os elamitas descendentes de Elam, um dos filhos de Sem e neto de Noé nascido após o dilúvio bíblico.

II.4 – INÍCIO DA IDADE DO FERRO

O princípio do primeiro milênio AC testemunhou a segunda grande invasão do Planalto Iraniano por tribos indo-arianas provenientes da Transoxiana[6] e do Cáucaso, entre as quais os medos e os persas. O primeiro registro a respeito dos persas vem de uma inscrição assíria de cerca de 844 AC, que se refere aos parsu (Parsuash, Parsumash), localizando-os na área do Lago Urmia (noroeste do Irã), juntamente com outro grupo, os madai (medos).
Os registros tornam-se mais tangíveis com a ascensão do Império Neo-Assírio (911-612 AC), na Mesopotâmia, e seus registros de incursões do Platô Iraniano. A partir do século XX AC, tribos emigraram da estepe Ponto-Caspiana (hoje territórios da Ucrânia, Rússia e Cazaquistão) para o Platô Iraniano. A chegada no Platô Iraniano forçou os elamitas a renunciarem às suas áreas, buscando refúgio no Elam, Khuzistão ou Khuzestão (uma das províncias do Irã) e áreas vizinhas que só então se tornaram limítrofes com o Elam. Pelo meio do primeiro milênio AC, medas, persas e partas povoavam o Platô Iraniano. Até a ascensão dos medas, todos permaneceram sob dominação assíria, como o resto do Oriente Próximo.

[1] Anatólia, também conhecida como Ásia Menor, denota a protrusão ocidental da Ásia, que compõe a maior parte da Turquia. A região é banhada pelo mar Negro ao norte, o mar Mediterrâneo ao sul e o mar Egeu, a oeste. O mar de Mármara forma uma ligação entre os mares Negro e Egeu através dos estreitos de Bósforo e Dardanelos e separa a Anatólia da Trácia, no continente europeu. Aproximadamente corresponde a dois terços ocidentais da parte asiática da Turquia.
[2] A Ásia Central espalha-se do Mar Cáspio, no oeste, à China, no leste e do Afeganistão, no sul, à Rússia, no norte, mas nunca houve uma demarcação oficial da área. Coloquialmente, ela se refere também aos “stãos”, já que os países geralmente considerados dentro da região, possuem todos o sufixo persa “stão”, que significa “terra de”.
[3] O zoroastrismo, masdaísmo, masdeísmo ou parsismo é uma religião fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro. É considerada como a primeira manifestação de um monoteísmo ético. De acordo com historiadores da religião, algumas das suas concepções religiosas, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias, viriam a influenciar o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Tem seus fundamentos fixados no Avesta (parte das escrituras sagradas do Zoroastrismo) e admite a existência de duas divindades (dualismo), as quais representam o Bem (Aúra-Masda) e o Mal (Arimã). Da luta entre essas divindades, sairia vencedora a divindade do Bem.
[4] O Neandertal (algumas vezes chamado de "Vale do Neander") é um pequeno vale do rio Düssel, no estado alemão do North Rhine-Westphalia, localizado cerca de 12 km a leste de Düsseldorf, a capital do estado. Em agosto de 1856 a área tornou-se famosa com a descoberta do Neanderthal 1, o primeiro espécime do Homo neanderthalensis a ser encontrado.
[5] Também conhecido como “Berço da Civilização”, o “Fértil Crescente” é uma região em forma de quarto crescente que contém a terra comparativamente úmida e fértil das terras áridas e semiáridas da Ásia Ocidental, o vale do Nilo e o Delta do Nilo. O conceito originou-se no estudo da história antiga e logo desenvolveu-se, retendo hoje significados nas relações geopolíticas e diplomáticas internacionais. No uso corrente, todas as definições do Fértil Crescente incluem a Mesopotâmia, as áreas dos vales dos rios Tigre e Eufrates e o Levante, a costa oriental do Mar Mediterrâneo. Os países atuais, com território significativo no Fértil Crescente, são Iraque, Síria, Líbano, Chipre, Jordânia, Israel, Estado da Palestina, Egito, bem como a borda sudeste da Turquia e as bordas do Irã ocidental. A região viu o desenvolvimento de algumas das mais antigas civilizações que floresceram graças às fontes hídricas e recursos agrícolas existentes no Fértil Crescente. Avanços tecnológicos da região incluem o desenvolvimento da escrita, o vidro, a roda, a agricultura e a irrigação.
[6] A Transoxiana é uma denominação obsoleta para uma região da Ásia Central correspondente aos atuais Uzbequistão, Tadjiquistão e sudoeste do Cazaquistão. Geograficamente, localiza-se entre os rios Amu Dária e Sir Dária. No período Aquemênida, a região chamava-se Sogdiana.

Nenhum comentário: