Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

HISTÓRIA DO POVO JUDEU APÓS O RETORNO DE SEU EXÍLIO NA BABILÔNIA (PARTE 2)

III – O NOVO IMPÉRIO BABILÔNICO


O Novo Império Babilônico ou Segundo Império Babilônico, historicamente conhecido como Império Caldeu, foi o último sistema governado por monarcas nativos da Mesopotâmia (região do atual Iraque). Iniciado com a coroação de Nabopolassar como rei da Babilônia em 626 AC e estabelecendo-se firmemente com a queda do Império Neo-Assírio em 612 AC, o Novo Império Babilônico foi conquistado pelo Império Persa Aquemênida em 539 AC.
A queda do Novo Império Assírio e a subsequente transferência de poder de Nínive para a Babilônia, marcou a primeira vez em que a cidade e, em geral, o sul da Mesopotâmia, havia se levantado para dominar o antigo Oriente Próximo desde o colapso do Antigo Império Babilônico sob Hamurabi, cerca de mil anos antes. O Novo Império Babilônico mantém uma posição notável na memória cultural dos dias atuais devido a um desagradável retrato da Babilônia e seu maior rei, Nabucodonosor II, pintados nos textos da Bíblia judaica. A cobertura bíblica de Nabucodonosor II foca em sua campanha militar contra o Reino de Judá e, particularmente, no cerco babilônico sobre Jerusalém em 587 AC que resultou na destruição do Templo de Salomão e o subsequente cativeiro babilônico do povo judeu. As fontes babilônicas descrevem o reino de Nabucodonosor II como uma idade dourada que transformou a Babilônia no maior império do seu tempo. 
Cidades importantes da Mesopotâmia no Novo Império
Ainda sob autoridade do rei do Novo Império Assírio na Babilônia, Sin-shar-ashkun, o então oficial do sul, general Nabopolassar, usou a política de instabilidade na Assíria, causada por uma breve guerra civil anterior entre Sin-shar-ashkun e o general Sin-shumu-lishir, para se revoltar. Em 626 AC Nabopolassar assaltou e dominou com sucesso as cidades da Babilônia e Nippur. A resposta de Sin-shar-ashkun foi rápida e decisiva, recapturando Nippur e sitiando Nabopolassar na cidade de Uruk em outubro do mesmo ano, mas sem conseguir retomar a Babilônia. Nabopolassar resistiu ao cerco de Uruk e expulsou o exército assírio. Em novembro de 626 AC Nabopolassar foi formalmente coroado Rei da Babilônia, como reino independente após mais de um século de direto mando assírio. Em 623 AC, Sin-shar-ashkun conduziu um contra-ataque maciço que poderia tê-lo tornado vitorioso, mas teve que abandonar a campanha devido a uma revolta na Assíria que ameaçava sua posição como rei. A ausência de exército assírio permitiu aos babilônios conquistar os remanescentes postos assírios na Babilônia e manter firme controle sobre Uruk e Nippur até 620 AC, assim consolidando o controle de Nabopolassar sobre toda a Babilônia, o que fez rapidamente desmoronar o Império Assírio.
Ao final de 615 AC, os Medos (da Média, Pérsia) sob o rei Cyaxares, também antigos inimigos da Assíria, conquistaram a região assíria em torno de Arrapha. No meio do ano de 614 AC, os Medos começaram a atacar as cidades de Kalhu e Nínive, além de sitiar, com sucesso, Assur, antigo coração político da Assíria, promovendo saque brutal. Nabopolassar chegou em Assur somente após o início do saque, encontrando-se com e aliando-se a Cyaxares, com quem assinou um pacto contra os assírios. Em abril ou maio de 612 AC, início do 14º ano de Nabopolassar como rei da Babilônia, o exército combinado Medo-Babilônio marchou sobre Nínive. De junho a agosto do mesmo ano sitiaram a capital assíria e em agosto as muralhas foram rompidas, conduzindo a um novo longo e brutal saque durante o qual supõe-se que Sin-shar-ashkun tenha morrido. Seu sucessor Ashur-uballit II, último rei da Assíria, foi derrotado em Harran em 609 AC. O Egito, aliado da Assíria, continuou a guerra contra a Babilônia por alguns anos, sendo finalmente derrotado pelo príncipe da coroa de Nabopolassar, Nabucodonosor, em Carchemish, em 605 AC. 
Nabucodonosor II, responsável pelo cativeiro Judeu

Nabucodonosor II sucedeu a Nabopolassar, seu pai, em 605AC. O império que herdou estava entre os mais poderosos do mundo e ele rapidamente reforçou a aliança de seu pai com os Medos, casando-se com a filha ou neta de Cyaxares, Amytis. Algumas fontes sugerem que os famosos “Jardins Suspensos da Babilônia”, uma das “Sete Maravilhas do Mundo Antigo”, foram construídos por Nabucodonosor, para sua esposa, para lembrá-la de sua terra natal. Os 43 anos do reinado de Nabucodonosor trouxeram uma idade de ouro para a Babilônia que a tornou o mais poderoso do Oriente Médio.
Suas campanhas mais famosas foram as realizadas no Levante, relativamente no início do seu reinado, para estabilizar seu reino e consolidar o seu império – a maioria dos reinos e cidades-estados recém independentes no Levante eram vassalos do Novo Império Assírio. Sua destruição de Jerusalém em 587 AC acabou com o Reino de Judá, então sob o reinado de Sedequias, e dispersou sua população, com a maioria de seus cidadãos de elite sendo enviados para a Babilônia, iniciando um período conhecido como “Cativeiro Babilônico”.
O exílio dos Judeus, de Canaã à Babiônia, segundo James Tissot, 1896
 Subsequentemente, ele sitiou o Tiro por 13 anos e embora não tivesse capturado a cidade, ela rendeu-se a ele em 573 AC, concordando em ser governada por reis vassalos. 
A partir desse ponto, a fonte principal da pesquisa passa a ser “As Antiguidades dos Judeus”, de Flavius Josephus. (Parte 3 na próxima postagem).

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