Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

A HISTÓRIA DO IMPÉRIO PERSA (IRÃ) - Parte 7

IV.1.3 – A IDADE DE OURO MUÇULMANA, O MOVIMENTO SHU’UBIYYA E O PROCESSO DE PERSIFICAÇÃO
 
Abu Muslim Khorasani, o general
que depôs o Império Abássida
A islamização foi um longo processo pelo qual o Islamismo foi gradualmente adotado pela maioria da população do Irã. A história indica que somente 10% do Irã se converteu ao Islã durante o período Omíada. Com o período Abássida e sua mistura de mandantes persas e árabes, a percentagem da população muçulmana cresceu. À medida que que os muçulmanos persas consolidavam seu governo do país, a população muçulmana cresceu para aproximadamente 40% pelo meio do século IX até próximo de 100% pelo final do século XI, demonstrando que o rápido crescimento da conversão foi ajudado pela nacionalidade persa dos mandatários. Embora os persas tenham adotado a religião muçulmana dos seus conquistadores, com o passar dos séculos eles trabalharam para proteger e reviver sua língua e cultura diversas, num processo conhecido por persificação, com árabes e turcos participando do processo.
Nos séculos IX e X, súditos não árabes do Ummah[1] criaram um movimento chamado Shu’ubiyyah em resposta ao status privilegiado dos árabes. A maioria dos que estavam por trás do movimento eram persas, mas também foram atestadas referências a egípcios, berberes e arameus. Citando como sua base, as noções islâmicas de igualdade de raças e nações, o movimento preocupava-se, primariamente, com a preservação da cultura persa e a proteção da identidade persa, embora num contexto muçulmano. O mais notável efeito do movimento foi a sobrevivência da língua persa até os dias atuais. 
Rudaky, primeiro gênio literário da
moderna língua persa
A dinastia Samânida (819-999), fundada por Saman Khoda, conduziu ao renascimento da cultura persa e de vários dos seus festivais. O primeiro poeta persa importante após a chegada do islamismo, Rudaki, nasceu durante esta era e foi louvado pelos reis samânidas. Rudaki é visto como o primeiro grande gênio literário da moderna língua persa; compôs poemas no novo alfabeto persa e é considerado o fundador da Literatura Clássica Persa. Infelizmente, somente uma pequena parte de sua extensa poesia sobreviveu até hoje. Os samânidas foram a primeira dinastia de origem iraniana a controlar a Ásia Central e o leste do Irã, desde a invasão árabe e governaram um imenso império por 102 anos.
Seus sucessores foram os Gaznávidas (ou Gaznévidas), dinastia muçulmana de origem turca não iraniana (origem mameluca), também muito importantes para o renascimento da cultura persa. A dinastia foi fundada por Sabuktigin, após assumir o governo de Ghazna (hoje Ghazni, uma das 34 províncias do Afeganistão, localizada na região sudeste do país), com a morte de seu sogro, Alp Tigin, um ex-general do Império Samânida. Embora a dinastia fosse de origem turca da Ásia Central, ela foi fortemente persificada em termos de língua, cultura, literatura e hábitos, sendo por isso vista por alguns como uma dinastia persa e não turca. O filho de Sabuktigin, Mahmud de Ghazni, declarou sua independência do Império Samânida e expandiu o Império Gaznávida até o Amu Darya (também chamado Rio Amu, historicamente conhecido por seu nome latino Oxus, um dos principais rios da Ásia Central), na última década do século X, o Rio Indus e o Oceano Índico, no ano 1000, para o leste, e para o Rey (capital do distrito de mesmo nome, na província de Teerã, no Irã) e Hamadan (na província do mesmo nome, no Irã), ao oeste.
Sob o reino de Mas’ud I, a dinastia Gaznávida começou a perder controle sobre seus territórios ocidentais para a dinastia Seljúcida, após a batalha de Dandanagan, resultando numa limitação de suas propriedades para os modernos Afeganistão, Punjab, Paquistão e Baloquistão. Em 1151, o sultão Bahran Shah perdeu o Ghazni para o rei Ghurid, Ala al-Din Husayn. 
Estátua de Firdawsi na Praça de
mesmo nome, Teerã, Irã.
O auge do movimento de Persificação foi o Shahnameh (Livro dos Reis), o poema épico nacional do Irã, escrito quase integralmente em persa, pelo cultuado poeta Abu al-Qasim Firdawsi, durante quase trinta anos. Este volumoso trabalho reflete a antiga pré-história e história do Irã, começando com a criação do mundo, seus valores culturais sem paralelo, sua religião Zoroastriana, pré-islâmica, e seu senso de nacionalidade, terminando com a conquista islâmica da Pérsia durante o reinado de Yazdegerd III, último rei da dinastia sassânida.
Historiadores conhecidos dizem que o Irã foi islamizado, mas não foi arabizado e que os persas permaneceram persas. Foi esse islamismo persa, e não o islamismo árabe, que foi levado a novas áreas e novos povos: aos turcos, primeiro na Ásia Central e então no Oriente Médio, ao país que veio a se chamar Turquia e, com certeza, na Índia. Os turcos otomanos[2] trouxeram uma forma de civilização iraniana até os muros de Viena.
A islamização do Irã traria profundas transformações dentro da estrutura cultural, científica e política da sociedade iraniana. O desabrochar da literatura, filosofia, medicina e arte persas, tornou-se elemento fundamental da nova civilização muçulmana em formação. A herança de milhares de anos de civilização e sua situação no cruzamento das principais estradas culturais, contribuíram para que a Pérsia emergisse com o que culminou com a “Época Áurea do Islamismo”. Durante este período, centenas de estudiosos e cientistas contribuíram de maneira importante para a tecnologia, a ciência e a medicina, posteriormente influenciando a ascensão da ciência europeia durante a Renascença. Os mais importantes estudiosos de quase todas as seitas e escolas muçulmanas do pensamento foram persas ou viveram no Irã, incluindo os mais notáveis e confiáveis colecionadores Hadith (relatórios da descrição das palavras, ações ou costumes do profeta islâmico Maomé) xiitas e sunitas, os maiores teólogos, físicos, matemáticos, metafísicos, filósofos e cientistas.

IV.1.4 – ESTADOS E DINASTIAS DO PERSIANATO[3] (977-1219)

Os seljúcidas que eram, como os gaznávidas, um persianato por natureza e de origem turca, lentamente conquistaram o Irã ao longo do século XI. A dinastia tinha suas origens nas confederações tribais turcomanas da Ásia Central e marcou o início do poder turco no Oriente Médio. Eles estabeleceram um poder muçulmano sunita por partes da Ásia Central e Oriente Médio, do século XI ao século XIV. Estabeleceram um império conhecido como Grande Império Seljúcida, que se espalhou desde a Anatólia, no oeste, até o Afeganistão ocidental, no leste e as fronteiras ocidentais da moderna China, no nordeste, sendo alvo da Primeira Cruzada. Hoje eles são vistos como ancestrais culturais dos turcos ocidentais, os habitantes do atual Azerbaijão, Turquia e Turcomenistão, sendo lembrados como grandes clientes da cultura, arte, literatura e língua Persa. 
Omar Khayyam, filósofo, matemático
e poeta do Rubaiyat
O fundador da dinastia, Tughril Beg, que reinou de 1037 a 1063, dirigiu seus exércitos contra os gaznávidas, no Khorasan, movendo-se para o sul e então oeste, conquistando todas as cidades em seu caminho, sem devasta-las. Em 1055 o califa de Bagdá deu-lhe, além de túnicas e presentes, o título de “Rei do Leste”. Com seu sucessor, Malik Shah (1072-1092), o Irã assistiu a um renascimento cultural e científico, por muitos atribuído ao seu brilhante vizir iraniano Nizam al Mulk. Esses líderes estabeleceram o observatório onde Omar Khayyam realizou a maioria dos seus experimentos para um novo calendário e construíram escolas religiosas em todas as principais cidades. Trouxeram Abu Hamid Ghazali, um dos maiores teólogos muçulmanos, e outros estudiosos eminentes para Bagdá, a capital seljúcida, apoiando os seus trabalhos.
Quando Malik Shah I morreu, em 1092, o império rachou quando seus quatro filhos e seu irmão brigaram pela partilha do império entre eles. Na Anatólia, seu sucessor foi Kilij Arslan I, que fundou o Sultanato do Rum; na Síria ele foi sucedido por seu irmão Tutush I; Na Pérsia, seu sucessor foi o seu filho Mahmud I, cujo reino foi contestado por seus outros três irmãos, Barkiyaruq no Iraque, Muhammad I em Bagdá e Ahmad Sanjar no Khorasan. A medida que poder seljúcida no Irã enfraquecia, outras dinastias começaram a surgir em seu lugar, incluindo um ressurgente califado abássida e os Khwarazm Shahs. O Império Khwarezmid, correspondente, foi uma dinastia do Persianato Muçulmano Sunita, de origem turca oriental, que governou na Ásia Central. Originalmente vassalos dos seljúcidas, aproveitaram o seu declínio para a sua expansão no Irã. Em 1194, o Khwarazm Shah Ala ad-Din Tekish derrotou o sultão seljúcida Togrul III em batalha, resultando no colapso seljúcida no Irã. Com isso, do império seljúcida original somente restou o Sultanato do Rum na Anatólia.
Uma séria ameaça interna aos seljúcidas, durante seu reinado, veio dos Ismailis, ramo muçulmano xiita, uma seita secreta com quartel general em Alamut, entre Rasht e Teerã. Eles controlaram a área vizinha por mais de 150 anos e, esporadicamente, enviavam sectários para reforçar seu poder, com o assassinato de funcionários importantes. Várias das teorias sobre a etimologia da palavra assassino derivam desses matadores.
Partes do Irã noroeste foram conquistados no início do século XIII, pelo reinado da Georgia, conduzido por Tamar, o Grande.

IV.2 – INVASÃO MONGOL (1219-1221)
Genghis Khan, fundador do Império Mongol
 
O Império Khwarezmid somente durou umas poucas décadas, até a chegada dos Mongóis, um grupo étnico do leste central asiático, nativo da Mongólia. Genghis Khan havia unificado os mongóis e, sob o seu comando, o Império Mongol rapidamente se expandiu em várias direções, até que cerca de 1218, ele chegou às fronteiras do Khwarazm. Nesta época, o Império Khwarezmid era governado por Ala ad-Din Muhammad (1200-1220). A intenção de Muhammad, como a de Genghis, era expandir suas terras e já havia ganho a submissão da maior parte do Irã. Declarou-se shah e exigiu reconhecimento formal do califa abássida na-Nasir; quando o califa rejeitou sua exigência, Muhammad proclamou um de seus nobres, califa e, sem sucesso, tentou depô-lo.
A invasão mongol do Irã começou em 1219, após o massacre de duas missões diplomáticas enviadas por Genghis ao Khwarazm. Entre 1220 e 1221, Bukhara, Samarkand, Herat, Tus e Nishapur foram arrasadas e as suas populações massacradas. O Khwarazm Shah fugiu, para morrer em uma ilha da costa do mar Cáspio. Durante a invasão da Transoxiana, em 1219, com a principal força mongol, Genghis Khan fez uso de uma unidade especialista chinesa em catapultas, que foram usadas novamente, em 1220, na Pérsia. Os chineses podem ter usado as catapultas para lançar bombas de pólvora pois já as conheciam neste tempo e serviam ao exército de Genghis Khan. Muitos historiadores sugerem que a invasão mongol tinha trazido várias armas com uso de pólvora à Ásia Central, uma delas uma espécie de morteiro feito na China.

IV.2.1 – DESTRUIÇÃO SOB OS MONGÓIS

Antes de sua morte em 1227, Genghis Khan havia alcançado o Azerbaijão Ocidental, pilhando e incendiando cidades à sua passagem. A invasão mongol foi desastrosa para os iranianos. Embora os mongóis invasores eventualmente se convertessem ao islamismo e aceitassem a cultura do Irã, a destruição mongol da área central islâmica marcou uma profunda mudança de direção para a região. Muito dos seis séculos de aprendizado, cultura e estrutura islâmica foi destruída quando os invasores queimaram bibliotecas e substituíram mesquitas por templos budistas.
A destruição dos sistemas de irrigação com uso de água subterrânea, por gravidade, encerrou o padrão de povoamentos relativamente contínuos, produzindo numerosas cidades oásis em uma terra onde elas eram antigamente raras. Muitas pessoas, particularmente homens, foram mortos; entre 1220 e 1258, a população total do Irã pode ter caído de 2.500.000 para 250.000 como resultado de exterminação em massa, emigração e fome.

IV.2.2 – KHANATO (1256-1335)

Após a morte de Genghis Khan, o Irã foi governado por vários comandantes mongóis. Seu neto Hulagu Khan foi encarregado da expansão do domínio mongol embora ao tempo de sua ascensão ao poder, o Império Mongol já se tivesse dissolvido, dividido por diferentes facções. Chegando com um exército, ele estabeleceu-se na região e fundou o Ikhanato, um estado distinto do Império Mongol que governaria o Irã pelos próximos oitenta anos tornando-se um novo persianato no processo. Khanato (ou Canato) era uma entidade política governada por um Khan (como Genghis), típica de povos da estepe eurasiana, equivalente a uma chefia tribal, principado, reino ou mesmo império. O Ikhanato (ou Icanato) se estabeleceu como um canato que formava o setor sudoeste do Império Mongol, governado pela casa mongol de Hulagu; sua capital foi em Bagdá e, em 1258, executou o último califa abássida. O avanço de suas forças para o oeste foi, contudo, interrompido pelos mamelucos, na Batalha de Ain Jalut, na Palestina, em 1260. As campanhas de Hulagu contra os muçulmanos também enfureceu Berke, khan da “Horda Dourada”, convertido ao Islamismo. Berke foi o líder da “Horda Dourada”, uma divisão do Império Mongol que efetivamente consolidou o poder da “Horda Azul” e da “Horda Branca”, de 1257 a 1266. Ele sucedeu a seu irmão, Batu Khan, da “Horda Azul” (oeste) e foi responsável pelo estabelecimento do primeiro estabelecimento oficial do islamismo num khanato do Império Mongol. Hulagu e Berke lutaram entre si, demonstrando o enfraquecimento do Império Mongol. O governo do bisneto de Hulagu, Ghazan Khan (1295-1304) viu o estabelecimento do Islamismo como religião oficial do Ikhanato. Ghazan e seu famoso vizir iraniano Rashid al-Din, levaram o Irã a um breve e parcial renascimento econômico. Os mongóis reduziram os impostos para os artesãos, encorajaram a agricultura, reconstruíram e expandiram os trabalhos de irrigação e melhoraram a segurança das rotas de comércio. Como resultado, o comércio cresceu dramaticamente. Itens da Índia, China e Irã passavam facilmente através das estepes asiáticas, com isso enriquecendo culturalmente o Irã. Como exemplo, os iranianos desenvolveram um novo estilo de pintura baseado numa fusão única de pintura mesopotâmica sólida e bidimensional com plumagens, leves batidas com o pincel e outros motivos característicos da China. Após a morte do sobrinho de Ghazan, Abu Said, em 1335, contudo, o Ikhanato se inclinou para a guerra civil sendo dividido entre várias dinastias insignificantes – Jalayrids, Muzaffarids, Sarbadarsd e Kartids. A Epidemia Negra do século XIV matou cerca de 30% da população do país.

IV.2.3 – SUNISMO E XIISMO NO IRÃ PRÉ-SAFÁVIDA

Antes da ascensão do Império Safávida, a religião dominante era o islamismo sunita, praticada por 90% da população da época, que permaneceu sunita até a chegada dos Safávidas. A dominação dos sunitas não significou que os xiitas não possuíam raiz no Irã. Os escritores dos “Quatro Livros” (um termo do maior ramo muçulmano xiita que se refere às suas mais conhecidas coleções hadith xiita) eram iranianos, bem como muitos outros grandes estudiosos xiitas.
A dominação do credo sunita durante os nove primeiros séculos islâmicos caracterizou a história religiosa do Irã deste período. Houve, contudo, algumas exceções a esta dominação geral que emergiu sob a forma dos Zaiditas[4] do Tabaristão (uma das províncias do Irã, ao norte, às margens do Mar Cáspio), dos Buyidas, dos Kakuyidas (dinastia relacionada aos Buyidas que tomaram o poder na Pérsia Ocidental, Jibal e Iraque persa), do governo do Sultão Muhammad Khudabandah (oitavo governador da dinastia Iikhanid, em Tabriz, no Irã) e dos Sarbedarans (mistura de ascetas religiosos muçulmanos e governantes seculares que governaram parte do Khorasan ocidental no meio da desintegração do Ikhanato Mongol, meados do século XIV).
Além dessa dominação, ainda existiu durante esses nove séculos, primeiramente inclinações xiitas entre os muito sunitas da terra e, em seguida, o xiismo Imami, bem como o xiismo Zaydi tiveram prevalência em algumas partes do Irã. Durante este período o xiismo no Irã foi alimentado por Kufah (cidade do Iraque a 170 km ao sul de Bagdá), Bagdá e, posteriormente, por Najaf (cidade do Iraque Central, a 160 km ao sul de Bagdá) e Hillah (outra cidade do Iraque Central a cerca de 100 km ao sul de Bagdá). O xiismo foi a seita dominante no Tabaristão, Qom (oitava maior cidade do Irã a 125 km a sudoeste de Teerã), Kashan (cidade da província de Isfahan, Irã), Avaj (cidade da província de Quazvin, ao norte do Irã) e Sabzevar (cidade da província de Razavi Khorasan, no nordeste do Irã). Em muitas outras áreas uma população de xiitas e sunitas viviam fundidas.
Durante os séculos X e XI os Fatímidas (califado muçulmano do ramo ismaili dos xiitas) enviaram missionários ao Irã e outras terras muçulmanas. Quando os Ismailis se dividiram em duas seitas, os Nizaris (seu maior ramo, também conhecidos como assassinos, já mencionados) estabeleceram sua base no Irã com Hassan-i Sabbah, seu líder, conquistando fortalezas e capturando Alamut[5] em 1090, mantida até uma incursão mongol em 1256.
Após a incursão mongol e a queda dos Abássidas, as hierarquias sunitas vacilaram, perdendo seu califado para os xiitas, cujo centro não era no Irã, à época. Durante este período, várias dinastias xiitas foram então aí estabelecidas.
A partir daí a principal alteração na área religiosa ocorreu no início do século XVI, quando os ismailis fundaram a dinastia Safávida iniciando uma política religiosa para reconhecer o islamismo xiita como a religião oficial do Império Safávida. O fato do Irã permanecer até hoje como um Estado oficialmente xiita, é um resultado direto das ações dos Ismailis.


[1] Ummah é uma palavra árabe que significa “comunidade”, não com o sentido de uma nação com ancestrais e geografia comum, mas aplicada a uma comunidade supranacional com uma história comum.
[2] O Império Otomano, também historicamente conhecido na Europa Ocidental como Império Turco, Turco Otomano ou simplesmente Turquia, foi um império fundado ao final do século XIII, na região noroeste da Anatólia, na cidade de Sogut (hoje Província de Bilecik), pelo líder tribal Turco Oghuz (povo turco ocidental que falava a língua Oghuz, do ramo comum da língua turca), Osman. Após 1354, os otomanos atravessaram para a Europa e, com a conquista dos Balcãs, os principados otomanos se transformaram num império transcontinental. Os otomanos acabaram com o Império Bizantino com a conquista de Constantinopla em 1453, por Mehemd, o Conquistador.
[3] Um Persianato ou Sociedade Persificada, é uma sociedade baseada ou fortemente influenciada pela língua, cultura, literatura, arte e ou identidade persa. O termo designa persas étnicos, mas também sociedades que podem não ter sido etnicamente persa ou iraniana, mas cujas atividades culturais linguísticas, materiais ou artísticas foram influenciadas ou baseadas numa cultura de persianato. O Persianato é uma categoria cultural multirracial, mas parece ser, às vezes, uma categoria religiosa ou de origem racial.
[4] O Zaidismo, adjetivo de Zaidita, é uma seita muçulmana que emergiu no século VIII como derivação do islamismo xiita. Os Zaiditas tiraram seu nome de Zayd ibn ‘Ali, o neto de Husayn ibn ‘Ali, que eles reconhecem como o quinto Imam (principais líderes religiosos do islamismo que sucederam a Maomé).
[5] Alamut é uma região geográfica do Irã que inclui partes ocidentais e orientais da Cordilheira de Alborz, entre a seca e estéril planície de Aazvin, no sul, e as ladeiras de densas florestas da província de Mazandaran, ao norte. Alamut era também um dos castelos, com cidadela, dessa área.

A postagem prossegue com a PARTE 8

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