Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

sexta-feira, 23 de maio de 2025

MOONLIGHT SERENADE

Esta é outra daquelas melodias que me toca lá no fundo do coração. Composta 5 anos antes de eu nascer, sempre tive a impressão de que ela me acompanhou por toda a vida. Penso que, de novo, devo a sua lembrança e o enorme prazer que sinto ao escutá-la, àqueles tempos da “Pensão Viaduto”, quando eu tinha apenas 3 anos de idade, mas era levado para escutar as apresentações musicais no antigo auditório Araújo Viana, ao lado da Praça da Matriz, já objeto de minhas postagens. Vários anos depois disso, muitas vezes, na minha adolescência, tive o prazer de dançar esta melodia com a minha namorada ou alguma outra garota romântica que se apresentasse nos entreatos do meu namoro. Hoje, 76 anos após a sua criação, ainda sinto as mesmas emoções e o mesmo prazer que sentia ao escutá-la pela primeira vez. Penso que será assim até a última vez em que eu vier a escutá-la ...“Moonlight Serenade” (Serenata ao Luar) é uma composição popular americana composta por GlennMiller, com letra criada posteriormente por Mitchell Parish. Foi um fenômeno imediato quando lançada em maio de 1939, com um arranjo instrumental que logo transformou-se na melodia de assinatura de Glenn Miller. Em 1991, a gravação de Glenn Miller de “Moonlight Serenade” foi introduzida no “Grammy Hall of Fame”.
A canção, gravada em 4 de abril de 1939, pela RCA Bluebird, tornou-se um sucesso dos dez mais, nos quadros populares dos EUA em 1939, alcançando o número 3 nos quadros do Billboard, lá permanecendo por 15 semanas. Foi o sucesso número 5 de 1939 no registro de fim de ano do Billboard. Glenn Miller teve cinco discos entre as 20 melodias de mais sucesso de 1939, na mesma lista do Billboard.
No Reino Unido, “Moonlight Serenade” foi lançada como o Lado A de um 78 RPM da “His Master’s Voice” (marca registrada da RCA, aquela com o cachorrinho Nipper ouvindo o gramofone de uma vitrola), com a melodia “American Patrol” no Lado B. O disco atingiu o número 12 no ReinoUnido em 1954, permanecendo no quadro durante uma semana. Num pout-pourri com “Little Brown Jug” e “In the Mood”, “Moonlight Serenade” alcançou o número 13 no Reino Unido, em janeiro de 1976, numa sequência de oito semanas.
"Moonlight Serenade" em V-disk
A gravação foi também incluída num “V-Disc” No 39ª, em novembro 1943. V-Disc (V de “victory” – vitória) era uma iniciativa para elevar o moral dos soldados, envolvendo a produção de várias séries de gravações durante a era da Segunda Guerra Moral, através de arranjo especial entre o governo dos EUA e várias gravadoras privadas americanas. Os discos eram produzidos para uso do pessoal militar americano no exterior. Muito cantores populares, grandes bandas e orquestras da época, gravaram discos V-disc entre outubro de 1943 e maio de 1949.
A gravação original usou um conjunto de saxofones liderados por um clarinete, sendo considerada o clássico estilo Glenn Miller. Miller estudou a técnica “Schillinger” com Joseph Schillinger, que o ajudou a criar o “Som Miller” e sob cuja tutelagem Glenn Miller criou “Moonlight Serenade”.
Na verdade, essa melodia evoluiu de uma versão de 1935 intitulada “Now I lay me down to weep” (Agora eu me recosto para chorar), com música de Glenn Miller e letra de Eddie Heyman, para uma nova versão chamada “Gone with the dawn” (Levado pela madrugada), com letra de George Simon e, ainda, para “The Wind in the trees” (O vento nas árvores), com letra de Mitchell Parish. Em sua biografia de Glenn Miller, George T. Simon relatou como o vocalista Al Bowlly, da orquestra de Ray Noble, cantou-lhe a letra de Eddie Heyman para a música de Glenn Miller “Now I lay me down to weep”, em 1935. A orquestra de Ray Noble nunca gravou essa música. Finalmente, ela acabou como “Moonlight Serenade” quando a Robbins Music a comprou e soube que Miller estava gravando uma versão de “Sunrise Serenade”, uma música associada de Frankie Carle, para a RCA Victor. Pensaram que “Moonlight Serenade” seria uma associação natural para “Sunrise Serenade”.
Uma versão notável da música pode ser encontrada no vinil “Moonlight Sinatra”, com Frank Sinatra, lançado em 1965, que contém, além de “Moonlight Serenade”, “Moon Love”, Moonlight Becomes You” e “Oh, You Crazy Moon”, gravadas por Glenn Miller e sua orquestra. Várias outras gravações de “Moonlight Serenade” foram realizadas por Frank Sinatra, incluindo uma que aparece em seu último lançamento, de 2015, “Ultimate Sinatra”, com 100 músicas para celebrar os seus 100 anos de nascimento.
“Moonlight Serenade” teve incontáveis interpretações, e podemos citar, entre os mais conhecidos vocalistas: Barry Manilow, Carly Simon, Santo e Johnny, Thelma Houston, Mina, Laura Fygi, Ray Anthony, Ella Fitzgerald, Bobby Vinton e Carol Burnett. Entre as orquestras mais conhecidas, com vocalistas ou não, que gravaram “Moonlight Serenade”, podemos citar: Chet Baker, Count Basie and his Orchestra, Benny Goodman and his Orchestra, Bert Kaempfert, Ray Conniff, David Rose, Paul Mauriat, Tommy Leonetti, the Boston Pops com a regência de Arthur Fiedler, John Williams, 101 Strings, Lawrence Welk, Henry Mancini, James Last, George Melachrino, The Ventures (que aqui apresento, pela sua originalidade) e Mantovani (uma das minhas favoritas, que também apresento na postagem).
Mais de 30 filmes incluíram, num momento ou outro, a melodia “Moonlight Serenade”, entre eles, o que conta a história de Glenn Miller, “The Glenn Miller Story” (A História de Glenn Miller), de 1954, com James Stuart, June Allyson e Harry Morgan.
Glenn Miller com seu trombone
O autor de “Moonlight Serenade”, Glenn Miller, músico, arranjador, compositor e líder de orquestra, nasceu Alton Glenn Miller, em 1º de março de 1904, em Clarinda, estado de Iowa. Logo seus pais - Elmer e Mattie Lou Miller – se mudaram de Iowa, primeiro para Nebraska, depois para o Missouri e então para Fort Morgan, Colorado. Em cada uma dessas cidades, o desenvolvimento musical de Miller dava um novo passo. Durante a sua estadia em Nebraska, seu pai lhe trouxe um bandolim, que em seguida ele trocou por uma corneta velha. Enquanto no Missouri, ele começou a tocar trombone como membro de uma banda da cidade. E quando sua família mudou-se para Fort Morgan, em 1918, Miller alimentou seus talentos musicais ingressando na banda do segundo grau.
Logo após graduar-se no segundo grau, em 1921, Glenn Miller entrou na orquestra Boyd Senter, a primeira de uma série de grupos musicais aos quais ele se uniria. Deixou essa banda para ingressar na Universidade do Colorado, em 1923, mas logo abandonou-a para perseguir seu amor pela música. Pelos próximos anos ele mudou-se para Los Angeles onde tornou-se membro da orquestra de Bem Pollack e então seguiu para Nova York, em 1928, atuando como trombonista e arranjador. Nessa época ele casou-se com Helen Burger, sua namorada da faculdade. Glenn Miller começou então a trabalhar com a orquestra de Dorsey Brothers, organizou uma orquestra para Ray Noble e estudou teoria e composição musical com Joseph Schillinger.
A primeira gravação de Glenn Miller com seu nome surgiu em 1934 enquanto ele ainda trabalhava com a orquestra de Ray Noble. Em 1937 ele tentou formar sua própria banda, obtendo pouca popularidade. Dissolvendo esta e reorganizando outra, Glenn Miller finalmente teve sucesso em 1938, quando a Glenn Miller Orchestra assinou um contrato no Glen Island Casino.
A partitura de
"Moonlight Serenade"
Entre 1939 e 1942, Glenn Miller e sua Orquestra alcançaram enorme popularidade e sucesso comercial. Sua orquestra gravou 17 sucessos em 1939, 31 em 1940, 11 em 1941 e mais 11 em 1942. Tais sucessos incluíram clássicos como “In the Mood”, “A String of Pearls”, “At Last”, “American Patrol”, “Tuxedo Junction”, “Little Brown Jug” e “Moonlight Serenade”. Seus sucessos conduziram a outras empreitadas lucrativas, como suas séries no rádio, intituladas “Moonlight Serenade”, no ar pela CBS três vezes por semana. Sua orquestra também trabalhou no cinema, introduzindo sucessos como “Pennsylvania 6-5000”, “Chattanooga Choo Choo” no filme “Sun Valley Serenade (1941) e “Kalamazoo”, no filme “Orchestra Wives” (1942). Pelos anos 1940’s, Glenn Miller já faturava US$20.000,00 por semana.
O sucesso de sua orquestra deve-se ao seu estilo e som únicos. O próprio Glenn Miller dizia que “Uma banda deve ter um som próprio, uma personalidade”. A dele diferenciava-se de outras de muitas formas. A música de jazz é caracterizada por sua expontaneidade e uso de improvisação; a orquestra de Glenn Miller tocava “swing”, uma ramificação do jazz que favcorecia mais a orquestração do que a improvisação. Por isso, muitos aficionados do jazz desaprovaram seu estilo musical, sem apreciar a meticulosa preparação e estrutura, evidentes na música da dua orquestra. Combinando os sons do clarinete e do saxofone, Miller criou em sua orquestra uma ressonância que a distinguia de outras orquestras. Em sua música o clarinete e o sax tenor contribuíam para a melodia, enquanto os saxofones tocavam uma linha harmônica complementar, o que tornava a sua orquestra facilmente reconhecida e a distinguia de outros grupos.
"Moonlight Serenade em lado B
Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, Glenn Miller espontaneamente abandonou seu sucesso musical para servir ao seu país. Alistou-se na Força Aérea Americana deixando a sua vida civil, mas não a sua música. Contratado como Capitão no Corpo de Especialistas, devotou-se à elevação do moral dos soldados, modernizando a orquestra do exército. Após completar o treinamento básico, Miller organizou a Orquestra Glenn Miller da Força Aérea, aclamada por vários como o seu melhor grupo musical.
Como os esforços anteriores de Glenn Miller, a Orquestra foi um grande triunfo, realizando uma perfeita programação de tours e apresentações. Durante esse período, a orquestra realizou mais de 800 apresentações. Outras 500 apresentações foram transmitidas para milhões de ouvintes.
Sua orquestra preparava-se para embarcar em um tour pela Europa e Miller pegou um vôo para Paris em 15 de dezembro de 1944, num UC-64 Norseman, USAAF serial 44-70285, para fazer os arranjos preparatórios do grupo. Partiu da RAF Twinwood Farm, pequeno aeroporto para vôos noturnos em Clapham, a 7 km ao norte de Bedford, Inglaterra, e desapareceu em vôo sobre o Canal da Mancha, junto com o Coronel Norman Baesselll e o piloto John Morgan. O desparecimento do avião de Glenn Miller pode ter sido causado por mau tempo, mas registros também sugerem que bombas, lançadas por bombardeiros aliados retornando de uma missão abortada, podem, inadvertidamente, ter atingido o aeroplano. Até hoje, livros e artigos continuam a ser publicados na tentativa de explicar o trágico desaparecimento do grande músico.
Glenn Miller em tempo de guerra
Mesmo após o desaparecimento de Glenn Miller, sua orquestra militar continuou tocando para as tropas até agosto de 1945, quando retornou para Nova York e seus membros se dispersaram.
A música de Glenn Miller teve enorme popularidade e sucesso coma as audiências da década de 1940 e continua a nos encantar até hoje. “Alguns dos críticos”, disse Miller em 1940, “apontam seus dedos nos acusando de abandonar o jazz real”. E concluiu: “Tudo depende do que você define como jazz real”. Não obstante a crítica que enfrentou, Glenn Miller devotou a sua vida, não a saciar seus críticos, mas a entreter seus ouvintes. Embora morto com 40 ano de idade, Glenn Miller é lembrado hoje, não apenas pela apreciada música que produziu, mas também por sua influência na evoluição e sucesso comercial do “swing” e por sua patriótica devoção no tempo da guerra. Embora a era das grandes orquestras tenha passado e o centenário do nascimento de Glenn Miller tenha ocorrido em março de 2004, sua música ainda mantém o mesmo encanto que possuía quando ele era vivo, e as músicas e sons da Orquestra de Glenn Miller ainda encantam audiências de todas as idades.
O UC-64 Norseman em que Glenn
Miller desapareceu em ação
Glenn Miller teve três gravações que foram, postumamente introduzidas no “Grammy Hall of Fame”, um prêmio Grammy especial estabelecido em 1973, para honrar gravações com pelo menos 25 anos de idade e com “alto significado qualitativo ou histórico”:

1. “In the Mood”, gravada em 1939, jazz, com selo da RCA (Bluebird), recebeu o prêmio em 1983;
2. “Moonlight Serenade”, gravada em 1939, no gênero jazz e selo RCA (Bluebird), recebeu o prêmio em 1991;
3. “Chattanooga Choo Choo”, gravada em 1941, jazz, com selo RCA (Bluebird), recebeu o prêmio em 1996.
O monumento a Glenn Miller no
Cemitério Grove Street, New
Haven, Connecticut
Finalmente, para quem quiser cantar "Moonlight Serenade", no banheiro ou fora dele, acompanhando Frank Sinatra, ou fazendo um "karaokê" com as orquestras de Glenn Miller, Mantovani ou The Ventures, apresento a seguir a letra da maravilhosa melodia. Bom proveito!

MOONLIGHT SERENADE
(Glenn Miller & Mitchell Parish)

I stand at your gate and the song that I sing is of moonlight.
I stand and I wait for the touch of your hand in the June night.
The roses are sighing a moonlight serenade.

The stars are aglow and tonight how their light sets me dreaming.
My love, do you know that your eyes are like stars brightly beaming?
I bring you and sing you a moonlight serenade.

Let us stray till break of day
In love's valley of dreams.
Just you and I, a Summer sky,
A heavenly breeze kissing the trees.

So don't let me wait, come to me, tenderly, in the June night.
I stand at your gate and I sing you a song in the moonlight,
A love song, my darling, a moonlight serenade.

quinta-feira, 6 de março de 2025

ADIÓS

 Tendo em vista a modorra causada por este verão de 2025, algo anormal, da nossa querida cidade de Gramado, vamos à republicação, em forma de postagem, de uma música já publicada anteriormente na "tag" "MÚSICAS" de nosso "blog".
Cabe, imediatamente, uma ressalva: não sou um fã ardoroso da música latina. Essa, entretanto, entre muitas outras, me é extremamente evocativa dos meus tempos de criança. Já tive oportunidade de escrever em outros lugares, que muitas das minhas músicas preferidas não são do meu tempo, mas a elas fui conduzido por influência de meus pais, ou por lembrança de tenra idade quando por eles era levado para assistir apresentações de orquestras no antigo Auditório Araújo Viana, então situado ao lado da Praça da Matriz, em Porto Alegre, onde hoje se situa a Assembleia Legislativa do Estado. Morei ali perto, por pouco tempo e tinha então, em 1947, os meus três anos de idade e músicas como essas eram muito executadas, naquele período de pós Segunda Guerra Mundial, por grandes orquestras americanas, estilo Glenn Miller, entre outras. Essas músicas que são, evidentemente, músicas de boa qualidade, ficaram muito bem guardadas em minha memória e, embora não sejam executadas com frequência – principalmente nesses tempos atuais, muito conturbados -, sempre me conduzem de volta àqueles tempos de criança, já tão longínquos e sempre as escuto com muito prazer.
Adiós é, originalmente, uma “rumba fox trot, de autoria de Enric Madriguera (música e letra original em espanhol), composta em 1931; posteriormente, Eddie Woods faria uma versão em inglês da letra em espanhol. A letra original é triste e simples, contando a história de um homem que se despede do seu amor, pedindo que não o esqueça. Mas é realmente a melodia, que mais traduz a tristeza que ele sente e que a torna tão linda. Posteriormente essa melodia foi transformada, em ritmo e orquestração, transformando-se, nas execuções de Glenn Miller, Mantovani e outras grandes orquestras em canção suave e de alta qualificação. Vários cantores também gravaram a sua composição, entre eles Pedro Vargas e o nosso Roberto Carlos.
Enric Madriguera foi um violinista, compositor e diretor de orquestra espanhol, de origem catalã, nascido em Barcelona, em 17 de fevereiro de 1904 e morto em 7 de setembro de 1973, em Danbury, Connecticut, USA. Já costumava dar concertos, ainda quando criança, antes de entrar para o conservatório de Barcelona. A forma castelhana do seu nome é “Enrique”, como algumas vezes ele usava em discos.
Antes de emigrar aos Estados Unidos, fez muitas apresentações na Espanha e França, ainda como adolescente. Já nos EUA, com vinte e poucos anos de idade, fez parte, como solista, das célebres orquestras filarmônicas de Chicago e Boston. Ao final dos anos 1920’s, Madriguera tocou na orquestra de estúdio Ben Selvin, na Columbia Records, New York, onde serviu brevemente como diretor daquela companhia para gravações de música latina.
Ao encerrar os anos 1920’s, durante uma temporada em Cuba, chegou a dirigir a Orquestra Filarmônica Cubana, de cuja proveitosa etapa nasceu o seu gosto pelos ritmos cubanos e seu vínculo com “La Única”. Como era conhecida a cantora cubana Rita Montaner, inspiradora de uma das suas mais famosas composições: Adiós. Rita havia feito uma versão muito original da canção de Moisés Simons, “El Manisero”; “Adiós”, notavelmente influenciado pelo primeiro, também se converteu em estrondoso sucesso. 
Enric Madriguera entre membros de sua orquestra
Em 1932 ele iniciou sua própria orquestra no Biltmore Hotel, que gravou para a Columbia até 1934. Nesse período sua música era, na maior parte, dança ou fox trot anglo-americana, embora tivesse um modesto hit com sua interpretação em rumba de Carioca. Pelos anos 1940’s ele gravava quase que exclusivamente música latino-americana. Diz-se que todos os embaixadores de países sul-americanos declararam Madriguera o “Embaixador de Música para todas as Américas”. Apareceu em alguns musicais em curta metragem, incluindo “Enric Madriguera e sua Orquestra, de 1946, em que ele interpretava várias canções cantadas por sua esposa vocalista Patricia Gilmore.
Enric Madriguera foi, junto com seu patrício Xavier Cugat, um dos músicos que mais difundiram os ritmos cubanos a partir do início dos anos 1930’s.
Para ser o mais fiel possível à memória da própria canção, vou começar apresentando a versão original da gravação de Adiós pelo selo Columbia, com a orquestra de Enric Madriguera e o vocalista Guty Cárdenas. A seguir, a versão que talvez tenha feito mais sucesso e também por mostrar um estilo muito característico, pela Orquestra de RayConniff e Seus Cantores. Mas, a gravação que realmente me emocionou, fica por conta de Mantovani e sua Orquestra. É aquela que que eu costumo dizer que, em certas partes da sua execução, chega a dar uma dorzinha lá no fundo do coração ...
Para quem quiser acompanhar cantando, segue a letra original em espanhol. Ao lado da letra, apresentamos a primeira página da partitura da composição "Adiós", com letra de Eddie Woods.

ADIÓS 
(Enric Madriguera)

Adiós
Me voy linda morena lejos de ti
El alma hecha una pena porque al partir
No quiero que olvides nuestro amor
Hermosa flor
Mi alma cautivaste
Con la fragancia de tú candor
Tú eres toda mi ilusión
Tú eres mi dulce canción
Adiós
Me voy linda morena lejos de aqui
A llorar mi tristeza lejos de ti
Hermosa flor
Mi alma cautivaste
Con la fragancia de tú candor
Tú eres toda mi ilusión
Tú eres mi dulce canción
Adiós, adiós
Me voy linda morena lejos de aqui
A llorar mi tristeza lejos de ti
Adiós
Adiós, adiós
Me voy linda morena lejos de aqui