Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

UM POUCO DE GEORGE ORWELL


Tomei conhecimento do nome de George Orwell e li o seu livro (provavelmente) mais importante, “Nineteen Eighty-Four” (“1984”, em português), no final da década de ’50 ou início da década seguinte. Com certeza, à época, eu era muito novo e pouco experiente para plenamente entender e tirar da obra o que de melhor ela poderia fornecer em meu próprio proveito. Mas fiquei fascinado pelo autor e sua maneira clara e sucinta de expor suas idéias mais complexas. Logo em seguida tive oportunidade de ler outra de suas obras, intitulada “Burmese Days” (no Brasil publicada sob o título “Dias na Birmânia”). Após isso, só depois de vários anos voltei a ler George Orwell, na figura de sua novela “Animal Farm” (em língua portuguesa, “A Revolução dos Bichos”). Curiosamente, então conhecedor da fama de “1984”, foi a obra desse autor que mais me impressionou, pois plenamente mostrava, em uma linguagem simples, objetiva e, propositalmente, ingênua, a sua característica mais reconhecida e palpável ao longo de sua curta vida: a sua completa aversão ao totalitarismo, de qualquer espécie.
Eric Arthur Blair, em geral apenas conhecido por seu “nome de pena”, George Orwell, foi um escritor inglês, nascido na Índia Britânica em 1903 e falecido em Londres, vitimado pela tuberculose, em 1950, com a idade de 46 anos. Durante a maior parte de sua carreira, Orwell foi melhor conhecido por seu jornalismo, através de ensaios, revisões, colunas em jornais e revistas e em seus livros de reportagem, deles sobressaindo-se “Homage to Catalonia” (em português, “Homenagem à Cataluña”), de 1938; este, um relato pessoal de Orwell sobre suas próprias experiências e observações durante a Guerra Civil Espanhola, deflagrada em 1936 e encerrada em 1939 com a ascensão de Francisco Franco ao poder.
Entretanto, os leitores modernos são mais frequentemente introduzidos a Orwell como um novelista, particularmente através de seus já mencionados títulos de enorme sucesso “A Revolução dos Bichos” e “Mil Novecentos e Oitenta e Quatro”. O primeiro deles frequentemente imaginado como a refletir os desenvolvimentos na União Soviética após a Revolução Russa; o último, retratando a vida sob a regra totalitária; ambos considerados poderosas novelas distópicas, advertindo sobre um mundo futuro em que o estado exerce completo e temível controle. Sobre “1984”, uma curiosidade: originalmente intitulada “Last Man in Europe” (O Último Homem na Europa), a obra foi renomeada “Nineteen Eighty-Four” por razões desconhecidas, possivelmente uma mera reversão dos dois últimos dígitos do ano em que ela foi escrita.
George Orwell foi um escritor, sobretudo, muito coerente. Quando a Guerra Civil Espanhola explodiu em 1936, Orwell e sua esposa decidiram lutar pelos Republicanos do governo espanhol contra os Nacionalistas de Franco, então em ascensão; enquanto no “front” em Huesca, Aragon, Orwell foi atingido na garganta por atirador de elite fascista; em Barcelona, ele juntou-se ao anti-Stalinista Trotskysta “Partido Trabalhista de Unificação Marxista” (“Partido Obrero de Unificacíon Marxista”) espanhol – POUM. Quando os comunistas ganharam o controle parcial e tentaram “purgar” o POUM, muitos dos amigos de Orwell foram presos, assassinados ou desapareceram; ele e sua esposa com muito esforço conseguiram escapar vivos em 1937. Sua “Homenagem à Cataluña”, autobiográfica, foi escrita na primeira pessoa, alguns poucos meses após os eventos.
Para os que não estão familiarizados com o estilo do autor inglês, relacionamos abaixo, para o deleite dos leitores do nosso “blog”, algumas de suas citações mais importantes, coletadas de site (http://www.george-orwell.org/l_quotes.html) da Internet, porque, realmente, valem à pena.
· "Os homens somente podem ser felizes quando não partem do princípio de que o objetivo da vida é a felicidade."
· "Se a liberdade possui, de fato, algum significado, ela significa o direito de dizer às pessoas aquilo que elas não desejam ouvir."
· "Enxergar o que está em frente ao nariz de alguém, necessita um enorme esforço contínuo."
· "Muitas pessoas, verdadeiramente, não desejam ser santos. E é possível que, alguns que alcançam ou aspiram à santidade, nunca tenham tido muita tentação a ser seres humanos."
· "O Pacifismo é, objetivamente, pró-fascista. Isso é senso comum elementar. Se você obstrui o esforço de guerra de um lado, você automaticamente apóia o esforço do lado contrário. Não há uma forma real de permanecer fora de uma guerra como a atual. Na prática, “aquele que não está comigo, está contra mim.”
· "O esporte sério não tem nada a ver com o “fair play”. Tem uma ligação estreita com ódio, ciúme, ostentação, desprezo por todas as regras e prazer sádico em testemunhar violência. Em outras palavras: é guerra, a exceção do tiroteio."
· "Falar a verdade em tempos de velhacaria universal é um ato revolucionário."
· "O grande inimigo da linguagem clara é a insinceridade."
· "Para um escritor criativo, a posse da verdade é menos importante do que a sinceridade emocional."
· "Cada geração imagina a si própria como mais inteligente do que aquela que passou antes dela e mais sábia do que a que vem após ela."
· "Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que outros."
· "A mais rápida maneira de terminar uma guerra é perdê-la."
· "Deve-se acreditar numa autobiografia somente quando ela revela alguma desgraça. Um homem que só dá conta de boas coisas de si mesmo está provavelmente mentindo, uma vez que qualquer vida, quando vista de dentro, é simplesmente uma série de fracassos."
· "A linguagem política – e com variações essa é a verdade de todos os partidos políticos - é projetada para fazer mentiras soarem confiáveis e assassinato respeitável e para dar uma aparência de solidez ao puro vento."
· "Os Santos deveriam ser sempre julgados culpados até que provados inocentes."
· "Com a idade de 50 anos, cada homem tem a face que merece."
· "Em geral, os seres humanos querem ser bons, mas não muito bons e nem todo o tempo."
· "A propaganda é o barulho de um bastão dentro de um balde de lavagem."
· "Liberal: um adorador do poder sem poder."
· "Aquele que controla o passado, controla o futuro. Aquele que controla o presente, controla o passado."
· "Dormimos seguros em nossas camas porque homens rudes permanecem prontos na noite para infligir a violência àqueles que nos fariam mal."
· "O poder não é um meio, é um fim. Uma pessoa não estabelece uma ditadura a fim de salvaguardar uma revolução; uma pessoa faz a revolução a fim de estabelecer a ditadura. O objeto da opressão é a opressão. O objeto da tortura é a tortura. O objeto do poder é o poder."
· "A guerra é uma maneira de quebrar em pedaços, ou despejar na estratosfera, ou afundar nas profundezas do oceano, materiais que poderiam, se não fosse assim, ser usados para fazer as massas mais confortáveis e, por conseqüência, a longo prazo, mais inteligentes."
Como encerramento deste artigo, para nossa meditação, gostaria de deixar uma frase escrita no primeiro capítulo da obra de George Orwell, “A Revolução dos Bichos”, evidentemente dita por um dos líderes de seus personagens animais:


“O Homem é o único inimigo real que temos. Remova o Homem da cena e a causa maior da fome e do trabalho excessivo será abolida para sempre. O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Ele não produz leite, não põe ovos, é muito fraco para puxar o arado, não corre suficientemente rápido para caçar coelhos. Entretanto ele é o senhor de todos os animais. Ele os põe a trabalhar, retorna-lhes o mínimo suficiente para evitar-lhes a inanição e todo o resto mantém para si próprio.”

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

OS MAIORES LIVROS DO MUNDO

Minha família e eu vivemos, de janeiro de 1993 a dezembro de 1996, nos Estados Unidos enquanto eu realizava os meus cursos de Mestrado e Doutorado. Foi durante esse período de quatro anos que tomei conhecimento, por acidente, visitando uma livraria na cidade de Fort Collins, CO, onde morávamos, de uma lista chamada “The World’s Hundred Greatest Books” (Os Cem Maiores Livros do Mundo).
O assunto interessou-me vivamente e examinei com cuidado a lista para ficar conhecendo aqueles que poderiam ser considerados os cem maiores livros do mundo. Supostamente, a lista teria sido formulada por uma equipe internacional de pessoas ligadas de alguma forma à literatura e, sobretudo, imparciais em seu julgamento. A equipe teria sido cuidadosa em sua escolha e ficou logo bem claro que trabalhos do tipo da Bíblia, Alcorão e outros do mesmo calibre teriam, por razões óbvias, permanecido à margem da relação, digamos, como obras “hors concours”.
Por algum tempo, não muito longo, o assunto assim permaneceu, até que um dia, ao entrar em outra livraria, tive minha atenção chamada para uma nova lista de “cem maiores livros do mundo”. O que é interessante notar, inicialmente, é que essa nova lista, elaborada por outras pessoas e editoras, diferia da anterior em cinco livros apenas; ou seja, a lista dos “Cem Maiores Livros do Mundo”, na verdade conteria, pelo menos, 105 livros. Na minha maneira de ver o assunto, uma diferença muito pequena, se apenas cogitarmos da enorme quantidade de livros considerados bons, escritos por todo esse mundo de Deus, em todas as épocas, desde que existe a literatura registrada.
Isso não significa, em absoluto, que o assunto não seja polêmico. Ao contrário, há muito a ser discutido sobre ele, a começar do fato de que, presume-se, todas as pessoas que participaram da elaboração dessas relações tenham lido todos os bons livros considerados dignos de fazer parte de tão celebradas listas. O que imagino que não seja tarefa simples, nem que fosse ao menos para lembrar de todos eles, em todas as épocas. Fico também imaginando a dificuldade que possa ter surgido no que se refere ao bairrismo certamente manifestado pelos componentes das equipes selecionadas para a seleção, cada qual querendo introduzir nessas relações o maior número possível de autores de seu próprio país. Certamente, a questão política torna-se também fundamental na confecção da lista. Não me lembro de ter algum dia posto os olhos nos critérios utilizados para elaborar a tal seleção, se é que o assunto foi previamente regulamentado.
Examinadas essas e outras questões de ordem teórica e prática, que certamente surgirão em grande quantidade, vejo essa como uma tarefa de Odisseu, quase impossível de ser resolvida. Não é por menos que todas as pessoas com quem falo, invariavelmente, mostram um ar de surpresa e perguntam por vários livros que não fazem parte da grande lista. Também não é por menos que, com o passar do tempo, fui tendo acesso a outras listas, com os nomes mais variados possíveis. Entre essas podemos citar as seguintes:


· “Cien novelas del siglo XX”;
· A lista de Freud;
· “Le Monde 100”;
· “The 100 greatest novels of all times” de Robert McCrum;
· “Mil Folhas de Portugal”;


Sem entrar nos detalhes de cada uma das relações acima mencionadas, por motivos históricos e análise pessoal, permaneço com a primeira lista citada; não sem ter inúmeras críticas a fazer, como teria outras tantas acerca de cada uma das demais apresentadas. Apenas para exemplificar, parece muito estranho a nós, falantes da língua portuguesa, que numa relação das cem obras literárias mais importantes do mundo, não seja mencionado “Os Lusíadas”, de Camões. Entretanto prefiro, neste momento, apenas apresentar a relação dos 105 livros que fazem parte dessa relação dos “Cem Maiores Livros do Mundo” e deixar aos meus leitores a sua crítica mais apurada. Gostaria mesmo, de receber suas opiniões, que só enriquecerão a discussão, mesmo que corramos o risco de jamais chegar a uma conclusão definitiva, o que é muito provável. Vamos a ela, em ordem alfabética de seus título, para evitar qualquer tipo de pré-concebida discriminação, em português (apenas para uniformizar a língua), com os seus respectivos autores:


001 - A Carta Escarlate - Nathaniel Howthorne
002 - A Crítica da Razão Pura - Immanuel Kant
003 - A Dama do Lago - Sir Walter Scott
004 - A Divina Comédia - Dante Alighieri
005 - A Eneida -Virgílio
006 - A Ética Nichomaqueana - Aristóteles
007 - A Ilha do Tesouro - Robert L. Stevenson
008 - A Ilíada - Homero
009 - A Importância de Ser Sincero - Oscar Wilde
010 - A Máquina do Tempo - H. G. Wells
011 - A Megera Domada - William Shakspeare
012 - A Odisséia - Homero
013 - A Origem das Espécies - Charles Darwin
014 - A Poesia do Velho Marinheiro - Samuel Coleridge
015 - A República - Platão
016 - A Riqueza das Nações - Adam Smith
017 - A Tempestade - William Shakspeare
018 - A Tragédia de Fausto - J. W von Goethe
019 - Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley
020 - Anna Karenina - Leon Tolstoi
021 - As Aventuras de Tom Sawyer - Mark Twain
022 - As Viagens de Gulliver - Jonathan Swift
023 - As viagens de Marco Polo - Marco Pólo
024 - As Vinhas da Ira - John Steinbeck
025 - Autoconfiança - Ralph Waldo Emerson
026 - Babbitt - Sinclair Lewis
027 - Beowulf - Unknown
028 - Camille (A Dama das Camélias) - Alexandre Dumas Fils
029 - Candide - Voltaire
030 - Carmen - Prosper Merimee
031 - Como Pensamos - John Dewey
032 - Crime e Castigo - Feodor Dostoyevsky
033 - Cyrano de Bergerac - Edmond Rostand
034 - David Copperfield - Charles Dickens
035 - De ratos e de homens - John Steinbeck
036 - Don Quixote de la Mancha - Cervantes
037 - Drácula - Bram Stoker
038 - Édipo Rei - Sófocles
039 - Feira da Vaidade - William M. Thackeray
040 - Frankenstein - Mary Shelley
041 - Grandes Expectativas - Charles Dickens
042 - Guerra e Paz - Leon Tolstoi
043 - Hamlet - William Shakspeare
044 - Huckleberry Finn - Mark Twain
045 - Idílios do Rei - Alfred L. Tennyson
046 - IIvanhoé - Sir Walter Scott
047 - Jane Eyre - Charlotte Bronte
048 - Longe da Turba Enlouquecida - Thomas Hardy
049 - Macbeth - William Shakespeare
050 - Madame Bovary - Gustave Flaubert
051 - Meditações - Rene Descartes
052 - Middlemarch - George Eliot
053 - Moby Dick - Herman Melville
054 - Moll Flanders - Daniel Defoe
055 - Morte de um Caixeiro Viajante - Arthur Miller
056 - Natureza - Ralph Waldo Emerson
057 - Nossa cidade - Thornton Wilder
058 - O Caminho de Toda a Carne - Samuel Butler
059 - O Capital - Karl Marx
060 - O Chamado Selvagem - Jack London
061 - O Contrato Social - Jean Jacques Rousseau
062 - O Declínio do Oeste - Oswald Spengler
063 - O Emblema Vermelho da Coragem - Stephen Crane
064 - O Falcão Maltês - Dashiell Hammett
065 - O Giro do Parafuso - Henry James
066 - O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald
067 - O Médico e o Monstro - Robert Louis Stevenson
068 - O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Bronte
069 - O mundo Como Vontade e Idéia - Arthur Schopenhauer
070 - O Paraíso Perdido - John Milton
071 - O Pomar de Cerejas - Anton Chekhov
072 - O Príncipe - Machiavelli
073 - O Príncipe e o Pobre - Mark Twain
074 - O Progresso do Pilgrim - John Bunyan
075 - O Retorno do Nativo - Thomas Hardy
076 - O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
077 - O Retrato de uma Dama - Henry James
078 - O Retrato do Artista Quando Jovem - James Joyce
079 - O Último dos Moicanos - James F. Cooper
080 - O Velho e o Mar - Ernest Hemingway
081 - O Vermelho e o Negro - Stendahl
082 - Orgulho e Preconceito - Jane Austen
083 - Os Contos de Canterbury - Geoffrey Chauce
084 - Os Irmãos Karamazov - Feodor Dostoyevsky
085 - Os Livros da Selva - Rudiard Kipling
086 - Os Miseráveis -Victor Hugo
087 - Os Três Mosqueteiros - Alexandre Dumas
088 - Othello - William Shakspeare
089 - Pais e Filhos - Ivan Turgenev
090 - Para Matar um Mockingbird - Harper Lee
091 - Peer Gynt - Henrik Ibsen
092 - Pequenas Mulheres - Louisa May Alcott
093 - Por quem os sinos dobram - Ernest Hemingway
094 - Prometeu Acorrentado - Aeschylus
095 - Robinson Crusoe - Daniel Defoe
096 - Silas Marner - George Eliot
097 - Tartuffe - Moliere
098 - Tess of the D'Urbervilles - Thomas Hardy
099 - Tom Jones - Henry Fielding
100 - Um Conto de Duas Cidades - Charles Dickens
101 - Um Yankee na Corte do Rei Arthur - Mark Twain
102 - Uma Casa de Bonecas - Henrik Ibsen
103 - Uma Tragédia Americana - Theodore Dreiser
104 - Vinte Mil Léguas Submarinas - Jules Verne
105 - Walden - Henry David Thoreau


Para concluir, gostaria de informar que já há alguns poucos anos consegui completar a minha coleção particular dos “Cem Maiores”, não sem muito sacrifício para a obtenção de alguns deles, cujas edições achavam-se há muito tempo esgotadas. Essa dificuldade foi ampliada porque, sempre que possível, procurei adquirir edições na língua em que os livros foram originalmente escritos, a fim de poder melhor apreciar a real literatura da obra. Infelizmente não posso dizer o mesmo da sua leitura, já que me faltam duas dezenas para concluir a leitura da mesma lista. E posso garantir que, com relação a alguns deles, foi também um enorme sacrifício completar a sua leitura, já que entre eles se encontram uns poucos que tratam de filosofia pura. Quem já leu ou um dia vier a ler, por exemplo, "Walden", de Henry David Thoreau, saberá exatamente do que estou falando. Em contrapartida, outros há, que são verdadeiras obras de arte, como seria de se esperar; entre eles encontrei os melhores livros que já li em minha vida, posso afirmar sem qualquer tipo de hesitação. E, devo acrescentar, para minha tristeza, que da relação faz parte um livro policial para o qual nada ficam a dever, em minha modesta opinião, os antigos livros policiais de bolso que nos levavam ao encontro das deslumbrantes peripécias do detetive Shell Scott.
A discussão (ou bate-boca) está aberta!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

NOSSOS VOTOS DE BOAS FESTAS

Aos amigos que acompanham o nosso "blog" queremos, nessa oportunidade, desejar um Natal muito feliz, com as bençãos de Deus, e um Novo Ano de 2009 repleto de eventos felizes e de muita paz no seio de suas famílias.
E para que conheçam mais uma parte da nossa família, aí segue o "link" que os conduzirá ao cartão de boas festas que preparamos para todos os nossos parentes e amigos queridos, entre os quais incluímos os nossos leitores.
Boas Festas!!!
Nelson Azambuja e Família.

VIRTUS IN MEDIUM EST


Um dia desses, enquanto realizava as minhas abluções vespertinas (na verdade, tratava-se apenas do meu banho diário), dei-me conta de que é, exatamente, nesta hora, que mais ponho a minha cabeça a funcionar, com ótimo proveito para a solução dos meus problemas. Como tenho um chato hábito de não desperdiçar o meu tempo, sempre procuro fazer, pelo menos, duas coisas ao mesmo tempo. Isso, evidentemente, contrariando à teoria das mulheres que dizem que homem nenhum consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo. A favor das mulheres, o fato de que, na verdade, sempre procuro encontrar duas coisas que, razoavelmente, se compatibilizem, pois de outra forma tal ação poderia vir a tornar-se um esforço sobre-humano – ninguém é de ferro! Prosseguindo, em nenhuma outra hora ou situação sinto-me tão à vontade para pensar do que quando estou tomando banho. A sensação é tão agradável que já estou tomando três banhos por dia (e penso seriamente em ampliar essa média) para contar com mais tempo para pensar. Contra a minha salutar intenção, o fato de que tenho outras coisas para fazer e enquanto tomo os meus banhos não posso fazer nenhuma delas, além de pensar. Este é exatamente o outro fator positivo a favor do banho como esta situação privilegiada: o fato de que enquanto alguém toma banho, fica absolutamente impedido de fazer qualquer outra coisa a não ser pensar. O que facilita em muito a minha vida – e faz as mulheres darem muita risada.

Então, como ia dizendo, tomava banho e pensava. E como não tinha qualquer outro compromisso a não ser tomar banho, pensava sobre vários assuntos ao mesmo tempo, meus pensamentos vagavam de um a outro, sem a menor responsabilidade. De onde fico com a impressão de que todos os grandes pensadores e filósofos da história e do mundo passavam a maior parte do seu tempo no banheiro – tomando banho ... e pensando! E o pensamento tem a capacidade impressionante de provocar outros pensamentos; não, de puxar outros pensamentos, às vezes de alguma forma correlacionados, às vezes sem qualquer conexão um com o outro. E de repente me botei a pensar em como as pessoas possuem, em geral, a tendência de se bi polarizarem. Ou estão de um lado da questão, ou estão do outro, não pode nunca haver o meio-termo. Gabam-se de assim proceder e condenam os que assim não agem. Em geral, o que é a favor de um dado argumento, não vê qualquer ponto positivo no argumento contrário. Os poucos que assim ousam, são mal vistos; a primeira reação é a ofensa direta: “fulano está em cima do muro!”. Por que tem que ser assim?

Quando São Tomás de Aquino, no século XIII, usou pela primeira vez a expressão latina "Virtus in Medium Est", que significa, como não é difícil de adivinhar, “A Virtude Está No Meio”, ele pretendeu sintetizar a liturgia da Ascensão de Cristo e seus reflexos em nossas vidas: de nada adianta ficar olhando para o céu se não nos preocupamos em viver as virtudes da fé e da caridade já, aqui na terra; tanto um extremo quanto o outro fazem de nós pessoas alienadas, que ou vivem mergulhadas no mundo como vermes que rastejam sobre a terra, buscando unicamente os bens terrenos, ou como seres aéreos, com a cabeça “fora do ar”, “fora da casinha”, que não se preocupam com o presente.


O nobre objetivo de São Tomás de Aquino, frade dominicano, teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e cognominado Doctor Communis ou Doctor Angelicus pela Igreja Católica e chamado o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios, foi popularizado com o passar dos tempos, mas isso não significa que a expressão não continue valendo. Os extremos são maus, não importa o assunto que esteja sendo tratado. Todo o exagero é pernicioso e entendemos isso a partir das coisas mais simples: comer demais faz engordar e cria problemas para a saúde, da mesma maneira que comer muito pouco leva aos exageros da magreza, tão em moda hoje em dia, responsável por tantos males no mundo das modelos.




Os exemplos são incontáveis e basta pararmos um pouco para pensar e nos daremos conta disso. Mas o mais interessante de tudo isso é o fato de que as pessoas, de uma maneira geral, não se apercebem de que perambulam pelos extremos; e mais, gabam-se disso! É muito comum ouvir-se a sentença: “é preciso ousar, é preciso ir aos extremos!”; da mesma forma que a palavra “medíocre” tornou-se comum para expressar a coisa ou pessoa vulgar, ordinária ou comum quando, na verdade, a origem da palavra é bem outra. E isso não é recente, pois há muito que, por exemplo, “mediocracia”, de acordo com o “Aurélio”, significa “predomínio social das classes médias, da burguesia”, sempre com sentido pejorativo. Mas não é exatamente isso o que se deseja, que não haja nem tão ricos (extremo), nem tão pobres (o outro extremo), mas que haja a predominância de classe média? Sábio era Aluísio Azevedo que em sua “Casa de Pensão”, já dizia: “Não as vá procurar (as moças) na alta sociedade ...! mas indague-as cá por baixo, na mediocracia, que as há de descobrir”.

O resultado desse procedimento generalizado, no cotidiano da vida em sociedade, são as discussões acaloradas e sem término, muitas vezes até mesmo ríspidas, pela única razão de que o meio termo não pode existir: é o famoso “nem oito, nem oitenta” ou o “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”, que os nossos avós sensatos diziam. Pessoalmente, estou convicto de muita coisa no mundo poderia mudar para melhor, se as pessoas fossem menos radicais em seus atou ou opiniões; sem que fosse necessário, ao esportista gaúcho, usar camisa azul e vermelha no gre-nal para dizer que é mais ponderado ou, ao tradicionalista rio-grandense-do-sul, usar lenço vermelho e branco ao pescoço para significar que não é nem chimango nem maragato. Nesse caso, estariam ambos “indo ao extremo” da ponderação.

Tenham todos uma boa discussão!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A REVOLUÇÃO DE 1932

Generalidades
A Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 32 ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Brasil entre Julho e Outubro de 1932, quando o estado de São Paulo visou à derrubada do governo provisório de Getúlio Vargas e à instituição de um regime constitucional após a supressão da Constituição de 1891 pela Revolução de 1930.
Obviamente, um estado forte como São Paulo, não deixaria o movimento de 1930 sem uma pronta resposta, assim que tivesse a oportunidade mais favorável. Essa foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas e o último grande conflito armado ocorrido no Brasil.
No total, foram 85 dias de combates, (de 9 de julho a 2 de outubro de 1932), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2.200 mortos, sendo que inúmeras cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido ao combates.
A política centralizadora de Vargas desagradara as oligarquias estaduais, especialmente as de São Paulo. As elites políticas, do Estado economicamente mais importante, sentiam-se prejudicadas e os liberais reivindicam a realização de eleições e o fim do governo provisório. O governo Vargas reconhece oficialmente os sindicatos dos operários, legaliza o Partido Comunista e apóia um aumento no salário dos trabalhadores. Estas medidas irritam ainda mais as elites paulistas. Em 1932, uma greve mobiliza 200 mil trabalhadores no Estado. Preocupados, empresários e latifundiários de São Paulo se unem contra Vargas.
Apesar da derrota paulista em sua luta por uma constituição, dois anos depois da revolução, em 1934, uma assembléia eleita pelo povo promulga a nova Carta Magna.
Atualmente, o dia 9 de julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo e feriado estadual. Os paulistas consideram a Revolução de 1932 como o maior movimento cívico de sua história.


Contexto
Na primeira metade do século XX, o Estado de São Paulo vivenciara um acelerado processo de industrialização e enriquecimento devido aos lucros da lavoura de café e à articulação da política do café-com-leite, pela qual se alternavam, na presidência da República, políticos dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais.
No início de 1929 o governo federal de Washington Luís, ao nomear o paulista Júlio Prestes, preteriu a vez de Minas gerais no jogo da sucessão presidencial, rompendo a "aliança café-com-leite", na qual São Paulo e Minas gerais, os Estados mais ricos da União, alternavam-se no poder, desde o governo de Campos Salles (1898-1902). Assim, Minas rompe com São Paulo, une-se á bancada gaúcha no Congresso e promete apoio a Getúlio Vargas, se este concorresse á presidência.
Em setembro de 1929, Minas, Rio Grande do Sul e Paraíba formaram a "Aliança Liberal" lançando Vargas à presidência e João Pessoa, da Paraíba, à vice. Apoiavam também o partido, a classe média e os tenentes, que defendiam reformas sociais e econômicas para o país.
Em meio à grave crise econômica, devido à Grande Depressão de 1929 que derrubara os preços do café, Júlio Prestes foi eleito presidente em 1º de março de 1930, pelo Partido Republicano Paulista, mas não tomou posse.
A ala mais radical da Aliança Liberal resolve pegar em armas e usa o assassinato de João Pessoa, em julho de 1930, como o estopim do movimento. O crime não teve motivos políticos, mas foi usado como tal, cujo impacto emocional deu novo ânimo aos oposicionistas derrotados. Cresce o apoio popular e os preparativos do golpe foram levados adiante e com rapidez pois se aproximava o momento da posse de Júlio Prestes. Em 3 de outubro de 1930 estoura a insurreição. Os rebeldes tomam os três Estados que irradiaram a revolução (Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba) e rumam para a capital federal.
Vencida a revolução, Getúlio Vargas foi nomeado chefe do governo provisório e põe fim à supremacia política de São Paulo e Minas Gerais no governo federal e instalando no Brasil uma ditadura. Minas Gerais, porém, apoiou a Revolução de 1930 e a ditadura de Getúlio Vargas.
Júlio Prestes e o presidente Washington Luís e vários outros apoiadores de Júlio Prestes foram exilados na Europa e os jornais que apoivam Júlio Prestes foram destruídos (na época se dizia empastelados), entre eles, a Folha de S. Paulo e o Correio Paulistano.
Getúlio nomeou interventores para o governo dos Estados, sendo que para São Paulo foi designado o tenente, promovido a coronel, pela Revolução de 1930, João Alberto Lins de Barros, considerado pelas oligarquias como "forasteiro e plebeu" e também chamado de “ o pernambucano”, pelo povo paulista.
Em 1932 a irritação dos paulistas com Getúlio Vargas não cedeu com a nomeação de um paulista, Pedro Manuel de Toledo, como interventor do Estado, pois tanto este quanto Laudo Ferreira de Camargo (que havia renunciado por causa da interferência dos tenentes no governo), não conseguiam autonomia para governar.
Começou-se, então a tramar-se um movimento armado visando à derrubada da ditadura de Getúlio Vargas, sob a bandeira da proclamação de uma nova Constituição para o Brasil.A primeira grande manifestação dos paulistas foi um mega comício - na época se dizia meeting -, na Praça da Sé, no dia do aniversário de São Paulo em 25 de janeiro de 1932, com um público estimado em 200.000 pessoas. Em maio de 1932, ocorreram vários comícios constitucionalistas. (abaixo, cartaz revolucionário de 1932)


O Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, que antes apoiara a Revolução de 1930, uniram-se na Frente Única para exigir o fim da ditadura do "Governo Provisório" e uma nova Constituição. Assim, São Paulo inteiro estava contra a ditadura.
Os paulistas consideravam que o seu Estado estava sendo tratado pelo Governo Federal, que se dizia um "Governo Provisório", como uma terra conquistada, expressão de autoria de Leven Vanpré, governada por tenentes de outros estados e sentiam, segundo afirmavam, que a Revolução de 1930 fora feita "contra" São Paulo, pois Júlio Prestes havia tido 90% dos votos dos paulistas em 1930.
O estopim da revolta foi a morte de cinco jovens no centro da cidade de São Paulo, assassinados a tiros, por partidários da ditadura, pertencentes à "Legião Revolucionária", criada por João Alberto Lins de Barros e orientada pelo Major Miguel Costa, em 23 de maio de 1932.
Pedro de Toledo tentara formar um novo secretáriado, independente de pressões dos tenentes, quando chegou a São Paulo Osvaldo Aranha, representando a ditadura, querendo interfir na formação do novo secretariado. O Povo quando ficou sabendo, saiu as ruas, houve grandes comícios e passeatas, e no meio do tumulto, a multidão tenta invadir a séde da "Legião Revolucionária". Ao subirem as escadarias do edifício, são recebidos a bala.
A morte dos jovens deu origem a um movimento de oposição que ficou conhecido como MMDC, atualmente denominado oficialmente de MMDCA, sigla formada com as iniciais de seus nomes: Mário Martins de Almeida (Martins), Euclides Bueno Miragaia (Miragaia), Dráusio Marcondes de Sousa (Dráusio), Antônio Américo Camargo de Andrade (Camargo) e Orlando de Oliveira Alvarenga (Alvarenga).
O dia 23 de maio é sagrado em São Paulo como o Dia do Soldado Constitucionalista.
Esse fato levou à união de diversos setores da sociedade paulista em torno do movimento de constitucionalização. Neste movimento, liderado pelo MMDC, tanto se uniu o PRP e Partido Democrata, chamados, pela ditadura, de "oligarquia" e que pretendiam a volta da supremacia paulista e do PRP ao poder, quanto segmentos que desejavam a implantação de uma verdadeira democracia no Brasil, mais ampla que a democracia da Constituição de 1891.


A Revolução e Suas Conseqüências
Em 9 de julho eclodiu o movimento revolucionário, com os paulistas acreditando possuir o apoio de outros Estados, notadamente Minas Gerais (porque o apoio desse estado que dois anos atrás havia provocado a revolução de 1930, justamente contra São Paulo?), Rio Grande do Sul (e eu fico me perguntando de onde vinha essa crença, se considerarmos que Getúlio Vargas era gaúcho e dois anos antes havia dado um golpe com o apoio de todos os gaúchos) e do sul de Mato Grosso, para a derrubada de Getúlio Vargas. Pedro de Toledo, que ganhara forte apoio dos paulistas, foi proclamado governador de São Paulo e foi o comandante civil da revolução constituionalista. (abaixo, foto de 1932 mostrando soldados paulistas entrincheirados).


Foi lançada uma proclamação da "Junta Revolucionária" conclamando os paulistas a lutarem contra a ditadura. Formavam a Junta Revolucionária, Francisco Morato do Partido Democrático, Antônio de Pádua Sales do PRP, Generais Bertoldo Klinger e Isidoro Dias Lopes. O general Euclides Figueiredo assumiu a 2º Região Militar.
Alistaram-se 200.000 voluntários, estimando-se que destes, 60.000 combateram nas fileiras do Exército constitucionalista.
No Estado, a Revolução de 1932, contou com um grande contingente de voluntários civis e militares e o apoio de políticos de outros Estados, como Borges de Medeiros (do Rio Grande do Sul), Artur Bernardes (de Minas Gerais) e João Neves da Fontoura (também gaúcho). No atual Mato Grosso do Sul foi formado um estado independente que se chamou Estado de Maracaju, que apoiou São Paulo.
São Paulo esperava a adesão do interventor do Rio Grande do Sul, o estado mais bem armado, mas este na última hora decidiu enviar tropas não para apoiar São Paulo, mas para combater os paulistas (confirmando o que se havia suspeitado acima).
Apesar da "traição" oficial do governo do estado, alguns gaúchos entraram na luta no próprio Rio Grande. Liderados por Borges de Medeiros um batalhão de cerca 450 homens praticava, utilizando termos atuais, táticas de guerrilha para fixar tropas federais, isto é, atacando destacamentos que partiriam do Rio Grande do Sul para vir reforçar os getulistas contra São Paulo, impedindo-os de chegar nos frontes, principalmente na frente paranaense.
Os revolucionários rio-grandenses tiveram um fim na Batalha de Cerro Alegre, no município de Piratini no dia 20 de setembro de 1932, quando foram mortos mais de duzentos homens das forças constitucionalistas e o líder Borges de Medeiros preso. Infelizmente os feitos destes bravos revolucionários estão quase esquecidos, principalmente pelo fato de não haver apoio oficial do governo, considerado uma grande traição pelos paulistas, criando assim uma rivalidade entre os dois Estados. O movimento paulista estendeu-se até 2 de outubro de 1932, quando foi derrotado militarmente. (abaixo foto do Ibirapuera - Monumento aos heróis de 1932)

Observe-se que, em 9 de julho, Getúlio Vargas já havia estabelecido eleições para uma Assembléia Nacional Constituinte e que já havia nomeado um interventor paulista - as duas grandes exigências de São Paulo. Porém a interferência do governo federal e dos tenentes em São Paulo continuava forte. Estes atos do Governo Provisório, porém, não evitaram o conflito, já que o que a elite paulista realmente almejava voltar a dominar a política nacional, como fazia anteriormente, reparando a injustiça de Júlio Prestes não ter tomado posse em 1930, dar uma constituição ao Brasil e terminar com as interferências da ditadura no governo de São Paulo.
Porém o término da revolução constitucionalista marcou o início do processo de democratização. Em 3 de maio de 1933 foram realizadas eleições para a Assembléia Nacional Constituinte quando a mulher votou pela primeira vez no Brasil em eleições nacionais. Nesta eleição, graças à criação da Justiça Eleitoral, as fraudes deixaram de ser rotina nas eleições brasileiras.
Na versão do governo, a revolução de 1932 não era necessária pois as eleições já tinham data marcada para ocorrer. Segundo os paulistas, não teria havido redemocratização no Brasil, se não fosse o Movimento Constitucionalista de 1932.
Getúlio, terminada a revolução de 1932, se reconcilia com São Paulo, e depois de várias negociações políticas, nomeia um civil e paulista para interventor em São Paulo: Armando de Sales Oliveira, participando, mais tarde, em 1938, pessoalmente da inauguração da avenida 9 de julho em São Paulo.Durante o Estado Novo, os dois interventores federais em São Paulo saíram das hostes do Partido Republicano Paulista: Adhemar Pereira de Barros (1938-1941) e Fernando de Sousa Costa (1941-1945) que havia sido secretário da agricultura do Dr. Júlio Prestes.