Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

sábado, 18 de março de 2017

UMA PEQUENA HISTÓRIA DOS ÁRABES MUÇULMANOS (Parte 1)

I - INTRODUÇÃO

Ao longo da minha vida, muitas discussões ouvi e tive sobre as Cruzadas, mas pouco ouvi sobre a sua razão de ser, sobre as suas reais origens. Até aqui, as Cruzadas foram formadas para combater os povos de origem árabe (e de religião muçulmana), que não eram originários da Europa, como todos sabemos. O que significa que os povos islâmicos partiram de suas terras de origem para, antes, conquistar as terras da Europa, África e Ásia. Só muitos anos após essas conquistas, as Cruzadas começaram a ser formadas para combater um povo estranho às suas terras. E muito pouco se fala dessas primeiras conquistas dos povos islâmicos, como se eles tivessem sido inicialmente atacados em suas terras. A qualquer historiador que pretenda mostrar-se imparcial – na minha visão, o termo “historiador” implica imparcialidade, mesmo que característica muito difícil, ou seja, historiador propositalmente parcial não mereceria jamais tal título – é tentativa infrutífera expor as Cruzadas sem claramente colocar a expansão árabe que as antecedeu. Como isso sempre me pareceu uma injustiça, não da história, mas do conhecimento divulgado através de discussões passadas e atuais, resolvi pesquisar um pouco sobre essa parte da história, buscando esclarecimentos pessoais que pudessem me ajudar nos esclarecimentos a terceiros.
Inicialmente, de propósito, penso importante uma pequena introdução sobre os “Mouros”, para bem explicitar a diferença entre eles e os povos árabes, pois um e outro aparecem frequentemente como se sinônimos fossem. A palavra “Mouros” refere-se aos habitantes muçulmanos do Maghreb (África do Norte), Península Ibérica, Sicília e Malta, durante a Idade Média, que foram, inicialmente, povos Berberes[1] e Árabes da África do Norte. Os mouros não são um povo distinto ou auto definido e a corrente atual de estudiosos observou, em 1911, que o termo “mouros” não possui valor etnológico real. Medievais e primitivos europeus modernos aplicaram o termo a árabes, norte-africanos berberes e muçulmanos europeus. O termo também tem sido usado na Europa com um sentido mais amplo para se referir aos muçulmanos em geral, especialmente aos descendentes de árabe ou berber, vivendo na Espanha ou Norte da África. 
Em verde, os países componentes da
União Árabe Maghreb
O Maghreb (antigamente conhecido como “Costa Bárbara”) ou Maghreb Maior é usualmente definido como a maior parte da região do oeste da África do Norte ou África Noroeste, a oeste do Egito. A definição tradicional que incluía as Montanhas Atlas[2] e as planícies costeiras do Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia, foi posteriormente aumentada, especialmente após a formação, em 1989, da União Árabe Maghreb, com a inclusão da Mauritânia e o disputado território do Saara Ocidental (controlado principalmente pelo Marrocos). Durante a era do Al-Andalus (de que vamos muito falar), na Espanha (711-1492), os habitantes do Maghreb, os Maghrebis, foram conhecidos como Mouros; as áreas muçulmanas da Espanha, naquela época, eram usualmente incluídas nas definições contemporâneas do Maghreb e, em consequência, o termo “Mouros” era usado para descrever os habitantes muçulmanos da Espanha, nas fontes ocidentais. O termo “maghrib” em árabe significa “oeste” e, no estrito senso, a forma definida “al-maghrib” denota o país do Marrocos, em particular. Ele identificou os territórios mais ao oeste que sucumbiram às conquistas islâmicas do século VII. 
Península Arábica, em verde, o lar
original dos árabes
Os árabes, por sua vez, são um grupo étnico que habita, hoje, o mundo Árabe (Estados Árabes: Ásia Ocidental, Norte da África, o Corno da África – Djibouti, Eritreia, Etiópia e Somália – e as ilhas ocidentais do Oceano Índico). Os árabes foram mencionados, pela primeira vez, em meados do século IX AC, como um povo tribal vivendo na Península Arábica Central, sob a vassalagem dos Impérios Neo-Assírio (911-612 AC), de seu sucessor Neobabilônico (626-539 AC), do Aquemênida ou Primeiro Império Persa (539-332 AC), do Selêucida (312-63 AC) e do Parta (247 AC-224 DC). Tribos árabes começaram a aparecer ao sul do deserto sírio, a partir do século III DC, durante os estágios médio e final dos impérios Romano e Sassânida. A Tradição sustenta que os árabes descendem de Ismael, um dos filhos de Abrahão (com sua escrava Agar). Posteriormente, mas antes da expansão do Império Árabe, eles referiam-se a qualquer dos povos semíticos[3] nômades da Península Arábica, norte e centro, e do Deserto Sírio, mas o deserto arábico é o berço do Árabe. O “Mundo Árabe” surgiu quando do espalhamento, dos árabes por várias regiões do mundo durante as conquistas árabes dos séculos VII e VIII. Criaram os califados Rashidun (632-661), Omíada (661-750) e Abássida (750-1258), cujas fronteiras alcançaram a Espanha e o sul da França, no oeste, a China no leste, Anatólia, ao norte, e o Sudão, ao sul, além de todo o norte da África, constituindo um dos maiores impérios territoriais da história. Os laços que unem os árabes são étnicos, linguísticos, culturais, históricos, geográficos e políticos, possuindo seus próprios costumes, língua, arquitetura, arte, literatura, música, dança, cozinha, vestuário etc... Na era pré-islâmica, a maioria dos árabes seguia religiões politeístas. Algumas tribos adotaram o cristianismo ou o judaísmo e poucos indivíduos, aparentemente, observavam o monoteísmo. Isso certamente explicaria a necessidade dos árabes de possuir uma forte religião monoteísta própria, nos moldes do judaísmo e do cristianismo que os unisse também na religião. Talvez essa tenha sido a ideia original de Maomé na fundação do islamismo. É da história desses povos que pretendemos tratar nessa publicação, a partir do advento do islamismo. 
Teatro de operações das conquistas islâmicas
Resumidamente, já ao final da década de 620, Maomé teria a Península Arábica unificada e iniciado os confrontos contra os bizantinos, herdeiros do Império Romano do Ocidente. Rapidamente efetivaram a conquista do Levante, Norte da África, Mesopotâmia e Pérsia, avançando até a China e Índia. Em 711, exércitos formados, em sua maioria, por mouros do Norte da África, realizaram a conquista Omíada da Espanha. A Península Ibérica passou então a ser conhecida, em árabe clássico, como Al-Andalus, que em seu pico incluiu a maioria das atuais Espanha, Portugal e Septimânia (região a sudeste da França moderna). Em 827 os árabes ocuparam Mazara, na Sicília, desenvolvendo-a como um porto. Posteriormente consolidaram seu domínio sobre o resto da ilha e algo do sul da Itália. As diferenças em religião e cultura conduziram a um conflito de séculos de duração com os reinos cristãos da Europa que tentaram recuperar as áreas ocupadas, no que ficou conhecido como Reconquista. Em 1224 os muçulmanos foram expulsos da Sicília para o povoamento de Lucera, destruído pelos cristãos europeus em 1300. A queda de Granada, em 1492, marcou o fim do domínio muçulmano na Península Ibérica, embora uma minoria ainda tenha persistido até sua expulsão final em 1609.
Vamos ao panorama completo.

II - ANTECEDENTES

As prolongadas e crescentes guerras Bizantino – Sassânida[4] dos séculos VI e VII e as recorrentes eclosões de peste bubônica (Peste de Justiniano), exauriram e deixaram vulneráveis ambos impérios em face da súbita emergência da expansão dos árabes. A última dessas guerras terminou com a vitória dos bizantinos: o imperador Heráclio recuperou todos os territórios perdidos e restaurou a “Cruz Verdadeira”[5] em Jerusalém, em 629 (esses assuntos foram abordados em minha postagem “Breve História do Império Romano”). Entretanto, nenhum dos impérios teve qualquer chance de se recuperar, pois em poucos anos foram atingidos pelo ataque dos árabes recém unidos pelo Islamismo, assemelhados a um tsunami humano. Segundo George Liska, “o desnecessário e prolongado conflito persa – bizantino abriu o caminho para o islamismo”.
Visto que o enfoque deste artigo é essencialmente histórico, pretendendo tratar apenas das conquistas dos muçulmanos e mencionando, somente de passagem, a consequente reação dos europeus em forma das Cruzadas, sobre Maomé apresentaremos tão somente um pequeno resumo para nivelar o conhecimento dos leitores. 
Profeta Maomé recitando o Alcorão em Meca
Maomé (em árabe Muhammad), nascido em Meca, Península Arábica, cerca de 570 e morto em 8 de junho de 632 da era cristã, é a figura central e fundador do Islamismo, religião estruturada pelo Alcorão (ou Corão) - um texto considerado por seus adeptos como a palavra escrita de Deus (Alá) -, e pelos seus ensinamentos e exemplos normativos. Os seguidores do Islamismo são conhecidos como muçulmanos e consideram Maomé como o último profeta de Deus. Ganhou, inicialmente, poucos seguidores e enfrentou hostilidades de algumas tribos de Meca. Para escapar à perseguição, Maomé enviou seguidores à Abissínia (Etiópia) antes de emigrar com eles de Meca para Medina, no ano de 622, evento (Hégira) que marca o início do calendário islâmico. Em Medina, Maomé uniu as tribos sob a constituição de Medina e após oito anos de intermitentes conflitos com as tribos de Meca, reuniu um exército de 10.000 muçulmanos convertidos e marchou sobre Meca onde, num ataque sem oposição, tomou a cidade com pouco derramamento de sangue.
Ele estabeleceu uma nova entidade político-religiosa unificada na Península Arábica que, sob os subsequentes califados Rashidun[6] e Omíada (Omíada), viu um século de rápida expansão. O Islamismo originado no início do século VII, em Meca, rapidamente espalhou-se por toda a Península; no século VIII o império islâmico se estendia da Península Ibérica, no oeste, ao rio Indus, no leste. A idade áurea do islamismo refere-se ao período que vai do século VIII ao século XIII, quando muito do mundo islâmico histórico experimentou um florescimento científico, econômico e cultural. A expansão do mundo muçulmano envolveu vários califados e impérios, negociantes e conversões por atividades missionárias. Em 632 poucos meses após retornar da Peregrinação de Despedida, Maomé adoeceu e morreu, não sem antes ter a maioria da Península Arábica convertida ao Islamismo. O império que resultou, estendia-se das fronteiras da China e da Índia, através da Ásia Central, do Oriente Médio, África do Norte, Sicília e a Península Ibérica, até os Pirineus.
As primeiras conquistas muçulmanas, também denominadas conquistas árabes e primeiras conquistas islâmicas, começaram com o profeta islâmico Maomé, no século VII da era cristã. 
Arenas das Guerras Ridda na
Península Arábica
Ao final da década de 620, Maomé já havia conquistado e unificado muito da Arábia sob o governo muçulmano e foi sob a sua liderança que as primeiras escaramuças muçulmano-bizantinas tiveram lugar. Apenas alguns meses após Heráclio e o general persa Shahrbaraz terem concordado com a retirada das tropas persas das províncias orientais ocupadas, em 629, tropas árabes e bizantinas já se confrontaram em Mu’tah. Maomé morreu em 632 e foi sucedido por Abu-Bakr, o primeiro califa com indisputado controle de toda a Península Arábica, após as vitoriosas Guerras Ridda[7], que consolidaram o poderoso estado muçulmano em toda a península.

III – CAMPANHAS MILITARES

III.1 – CONQUISTA DO LEVANTE (634 A 641)
A Região do Levante e fronteiras

O Levante é um termo geográfico histórico aproximado, que se refere a uma grande área do Mediterrâneo Oriental. Situado no sudoeste da Ásia ao sul das Montanhas Taurus, é limitado pelo Mar Mediterrâneo, a oeste, o Deserto Arábico, ao sul e a Mesopotâmia, a leste. O termo é hoje algumas vezes usado para se referir a eventos ou estados modernos na região que fazem fronteiras imediatas com o Mediterrâneo Oriental: Chipre, Israel, Jordânia, Líbano, Palestina e Síria. No seu mais amplo senso histórico, o Levante incluiria, além do Mediterrâneo Oriental e suas ilhas, todos os países em suas costas, desde a Grécia até a Cirenaica (região costeira oriental da Líbia).
Embora as forças árabes muçulmanas tenham aparecido nas fronteiras do sul, mesmo antes da morte de Maomé, em 632, a invasão real do Levante – que se tornaria a Província Islâmica de Bilad al-Sham, como parte das conquistas islâmicas - começou em 634, com os seus sucessores, califas Abu Bakr e Umar ibn Khattab, da dinastia Rashidun, tendo Khalid ibn al-Walid como seu mais importante líder militar.
A Síria (que não tem nada a ver com a atual Síria, mas que ocuparia hoje todas as suas terras, além do Líbano e parte da Turquia) tinha estado sob domínio romano por séculos (desde 64 AC), antes da conquista dos árabes muçulmanos e havia sido invadida pelos persas sassânidas em várias ocasiões durante os séculos III, VI e VII, além de sujeita aos ataques dos aliados árabes dos sassânidas, os Lakhmids[8]. Durante o período romano, após a queda de Jerusalém no ano 70 DC, toda a região da Judeia, Samaria e Galileia foi rebatizada de Palestina (I e II). Os romanos também renomearam uma área de terra que envolvia o Negev[9], Sinai e a costa ocidental da Península Arábica como Palestina Salutoris (Palestina III). Durante a última das guerras Romano-Persa, iniciada em 603, os persas, sob Khosrau II, tiveram sucesso na ocupação da Síria, Palestina e Egito por mais de uma década antes de serem forçados pelas vitórias de Heráclio a aceitar a paz de 628. Assim, às vésperas das conquistas muçulmanas, os romanos (agora convencionalmente chamados bizantinos), estavam ainda em processo de reconstrução da sua autoridade nesses territórios, em algumas das áreas perdidas por eles por quase 20 anos. A Síria era, em sua maioria, uma terra siríaca e helenizada com alguma presença judia e uma população parcialmente árabe, especialmente em suas áreas leste e sul. Os cristãos siríacos, judeus e árabes estavam por lá desde tempos pré-romanos e alguns haviam abraçado o cristianismo desde que Constantino o havia legalizado no século IV e mudado a capital da Itália para o Bizâncio (renomeado Constantinopla), do qual é derivado o nome bizantino.
Os árabes da Síria possuíam pouco significado até a migração da poderosa tribo Ghassan do Iêmen (extremo sul da Península Arábica) para lá, a qual, a partir daí, governou um estado semiautônomo com seu próprio rei sob os romanos. Essa dinastia Ghassan tornou-se uma das dinastias do Império, principescamente honrada, com o rei governando árabes da Jordânia e sul da Síria, desde sua capital em Bosra. O último dos reis Ghassan, que governava ao tempo da invasão muçulmana, foi Jabla-bin-Al-Aiham.
O imperador bizantino (romano) Heráclio, após retomar a Síria dos Sassânidas, estabeleceu novas linhas de defesa, de Gaza (noroeste do atual Israel) até a extremidade sul do mar Morto. Tais linhas foram projetadas somente para proteger as comunicações de bandidos e o grosso das defesas bizantinas estavam concentradas ao norte da Síria, voltadas para seus tradicionais inimigos, os persas sassânidas. Essa linha de defesa tinha como desvantagem o fato de permitir aos muçulmanos, que vinham do deserto ao sul, chegarem até Gaza antes de encontrar as tropas bizantinas regulares. O século VII foi uma época de rápidas mudanças militares no Império Bizantino. Certamente, ele não estava num estado de colapso ao enfrentar o novo desafio da Arábia, após exaurido pelas recentes guerras Romano-Persas, mas falhou completamente ao lidar efetivamente com o problema. 
Abu Bakr, sucessor de Maomé (com o rosto coberto),
impede que a população de Meca o apedreje
Maomé morreu em junho de 632 e Abu Bakr foi indicado Califa e sucessor político em Medina; o ano 12 da Hégira, 18 de março de 633, amanheceu com a Arábia unida sob a sua autoridade central, a do Califa em Medina, após vencer as Guerras Ridda. É difícil dizer se Abu Bakr pretendia uma completa conquista imperial; contudo, ele pôs em movimento uma trajetória histórica que em apenas umas poucas décadas conduziria a um dos maiores impérios da história, iniciando com uma confrontação com o Império Persa, sob o general Khalid ibn al-Walid.
A província da Síria foi a primeira a ser arrancada do controle bizantino. Os ataques árabe-muçulmanos que se seguiram às guerras Ridda, prepararam os bizantinos para enviar uma expedição maior ao sul da Palestina, derrotada pelas forças árabes sob o comendo de Khalid ibn al-Walid, na batalha de Ajnadayn (634). Seguindo suas vitórias, os exércitos árabes tomaram Damasco em 636, ao que se seguiu a tomada de Baalbek, Homs e Hama. Contudo, outras cidades fortificadas resistiram a despeito da horda do exército imperial e tiveram de ser conquistadas individualmente. Jerusalém caiu em 638, Cesareia em 640 enquanto outras aguentaram até 641.
De acordo com a tradição muçulmana, em alguma noite do ano 621, o profeta Maomé teria sido carregado por seu corcel mitológico, “al-Buraq”, de Meca para o “Monte do Templo”[10], em Jerusalém. De acordo com a tradição, de lá ele ascendeu ao Céu onde falou com Alá. É dessa época o nascimento do amor eterno dos árabes por Jerusalém, que levantaria tantas questões internacionais e que perdura até hoje. Embora o Corão não esclareça onde exatamente Maomé subiu ao Céu, em seguida à conquista muçulmana da região da Palestina, o califado aí construiu a mesquita de Al-Aqsa, como símbolo do evento; ela é hoje considerada a mais antiga edificação islâmica do mundo, ainda em uso. Além dessa, várias outras estruturas muçulmanas foram construídas por toda a região da Palestina. 

[1] Berberes são os grupos étnicos nômades indígenas das regiões norte-africanas da antiga Barbária (Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito) e do Saara. Distribuíam-se numa área que ia do Oceano Atlântico ao Oásis Siwa, no Egito, e do Mar Mediterrâneo ao Rio Niger. Historicamente falavam línguas berberes que, juntas, formam o ramo Berbere da família Afro-Asiática.
[2] As Montanhas Atlas são uma cadeia montanhosa no Maghreb. Elas se estendem por 2.500 km através da Argélia, Marrocos e Tunísia. O pico mais alto da cadeia é o Jebel Toubkal, com uma altura de 4.167 m, no sudoeste do Marrocos. Elas separam as costas do Mediterrâneo e do Atlântico do Deserto do Saara e são basicamente habitadas por populações berberes.
[3] Semítico é um termo usado para definir um grupo étnico, cultural ou racial que fala ou falava línguas semíticas, um ramo da família afro-asiática de línguas originadas no Oriente Médio.
[4] As guerras Bizantino – Sassânida (285 a 629 DC), também conhecidas como guerras Iraniana- Bizantina, referem-se a uma série de conflitos entre o Império Romano (Bizantino) do Oriente e a dinastia Sassânida do Império Persa. Uma continuação das Guerras Romana – Persa (que iniciaram em 54 AC), o conflito envolveu diversas campanhas menores e tratados de paz que perduraram por vários anos.
[5] A “Cruz Verdadeira” é o nome dado a resíduos físicos que, por tradição católica, acredita-se ser da cruz em que Cristo foi crucificado. Muitas igrejas possuem fragmentos que, alegadamente, são da Cruz Verdadeira. Sua autenticidade não é universalmente aceita pelas igrejas cristãs e a precisão dos relatórios que cercam a sua descoberta é questionada por algumas delas.
[6] Um Califado é uma área que possui um administrador islâmico conhecido como Califa, uma pessoa considerada sucessor religioso de Maomé e líder de toda a comunidade muçulmana. Os califas Rashidun, que sucederam diretamente a Maomé como líderes da comunidade muçulmana, foram escolhidos pela shura, um processo de consulta à comunidade que alguns consideram como uma forma primitiva de democracia islâmica. Durante a história do Islã após o período Rashidun, muitos estados muçulmanos, quase todos eles monarquias hereditárias, têm alegado ser califados. Embora os califas retroajam a Maomé, não são tidos como tendo o mesmo poder profético que ele tinha. O Califado Rashidun foi o califado islâmico do período inicial do Islã, compreendendo os quatro primeiros califas, os “Corretamente Guiados” ou califas Rashidun. O califado Omíada foi o segundo dos quatro principais califados árabes estabelecidos após a morte de Maomé.
[7] As Guerras Ridda, também conhecidas como Guerras de Apostasia, foram uma série de campanhas militares lançadas pelo califa Abu Bakr, contra tribos rebeldes árabes, entre 632 e 633, logo após a morte de Maomé. A posição dos rebeldes era a de que eles se haviam submetido a Maomé como o Profeta de Deus, mas não deviam nada a Abu Bakr. A maioria das tribos rebeldes foram derrotadas e reintegradas no Califado.
[8] Os Lakhmids formavam um reino árabe ao sul do Iraque, que fizeram sua capital em al-Hirah, em 266. Os poetas o descreviam como um paraíso na terra. As ruínas de al-Hirah estão situadas 3 km ao sul de Kufa, na margem ocidental do rio Eufrates.
[9] O Negev é uma região desértica e semidesértica do sul de Israel com área próxima da metade da área do país. Em sua extremidade sul fica o Golfe de Aqaba e a cidade turística de Eilat.
[10] O “Monte do Templo”, uma colina localizada na Cidade Antiga de Jerusalém, é um dos mais importantes locais religiosos do mundo. Tem sido venerado como local sagrado por milhares de anos pelo Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. O sítio é dominado por três monumentais estruturas do início do período Omíada: a mesquita Al-Aqsa, a Cúpula da Rocha e a Cúpula da Corrente, bem como quatro minaretes. Os muros e portões de Herodes, com acréscimos, datando do final do período bizantino e início do islâmico, correm pelos flancos do Monte.

(Continua com a Parte 2)

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