Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - LINHA TEMPORAL BRITÂNICA (4) (Sétima Parte)

VERÃO DE 182 DC
Uma guerra em larga escala eclode ao norte da Britain
As tribos do que é hoje o sul da Scotland e o norte da England nunca foram totalmente pacificadas e revoltas eram relativamente freqüentes. Em 182, uma guerra de incursões e escaramuças eclodiu ao longo da muralha de Adriano. A despeito de todas as tentativas a luta continuou por anos. Por esse tempo, muitas cidades afastadas para o sul procuraram segurança construindo barreiras de defesa de madeira e terra.

INVERNO DE 191/192 DC
Decimus Clodius Albinus torna-se governador da Britain
Em seguida aos assassinatos de Commodus, em dezembro de 192 DC e seu sucessor, Pertinax, em março de 193 DC, três rivais ao trono surgiram em diferentes partes do império: Clodius Albinus na Britain, Septimius Severus, na Pannonia, e Pescennius Niger, na Síria.

OUTONO DE 196 DC
Clodius Albinus é aclamado imperador pelas legiões da Britain e Espanha
Clodius Albinus alinhou com Septimius Severus na guerra civil que seguiu o ano 192 DC. Severus derrotou e matou seu rival do oriente, Pescennius Niger, em 194. É provável que Clodius Albinus tenha se antecipado a Severus, invadindo a Gaul e se declarado imperador, provavelmente no outono de 196 DC.

197 DC
Clodius Albinus é morto na batalha de Lugdunum (Lyons)
Após ter-se auto declarado imperador pelas legiões da Britain e Espanha, em 196 DC, Albinus é morto na batalha de Lugdunum, em luta contra Septimius Severus, seu opositor direto ao trono imperial.

INVERNO DE 197/198 DC
Comissários militares romanos chegam à Britain para sufocar a oposição
Logo após a derrota e morte de Albinus, o imperador Severus envia agentes e tropas à Britain para purificar a administração do apoio rival e reconstruir as defesas do norte, semi-destruídas pelas revoltas das tribos locais naquele período.

VERÃO DE 209 DC
O imperador Severus empreende batalha no norte da Britain
Um conflito de fronteira leva o imperador Severus a conduzir seu exército numa tentativa renovada de subjugar as tribos caledônias no extremo norte da Britain, que adotam a guerra de guerrilha, deixando os romanos atolados num conflito prolongado e inconclusivo. Tratados de paz são assinados, mas assim que Severus se retira para o sul, a tribo Maetae se revolta.

INVERNO DE 211/212 DC
A Britain é dividida em duas províncias romanas
Num esforço para finalmente subjugar a Britain e melhorar sua administração, um plano concebido por Severus em 197 DC, foi posto em execução em 211 DC, por ele ou já por seu filho Caracalla, para repartir a província em duas. A província do sul foi chamada de Britannia Superior, com sua capital em Londinium (London), e a do norte chamada Britannia Inferior, com a capital em Eboracum (York).
No mesmo período, morre Severus em Eboracum, sem conseguir esmagar as tribos caledônias. O império é deixado aos seus dois filhos Caracalla e Geta, que abandonam as campanhas contra as tribos do norte da Britain para retornar a Roma e pressionar por suas reivindicações ao trono.

250 DC
Novos inimigos atacam o norte e o oeste da Britain e os Picts aparecem no registro
Neste período novos inimigos ameaçam as British Isles. Os Scots – possivelmente da Ibéria – atacam Ulster e o oeste da Scotland. Angles, Saxons e Jutes atacam a costa leste a partir da Alemanha. Por esse tempo os registros também mostram o primeiro uso da palavra “Picts” para descrever uma reunião de tribos ao norte da Scotland. A origem do nome é incerta, mas pode vir do latim para significar “pessoas pintadas”.

255 DC
Iniciados os trabalhos de uma muralha marginal em Londinium
Os trabalhos iniciados para proteção da cidade, no início do século III, foram concluídos em meados do século IV no trecho final ao longo da margem norte do Rio Thames para completamente impedir os ataques anfíbios à cidade. Essa e outras medidas semelhantes em toda a Britain demonstram o prenúncio de tempos significativamente mais complicados.

INVERNO DE 259/260 DC
O Império Gallic é criado pelo usurpador Postumus
Enquanto defensor do império ocidental de incursões de tribos “bárbaras”, Postumus declara-se imperador do Império Gallic, reconhecido e formado pela Britain, Gaul e Espanha, ao passo que o Imperador “verdadeiro”, Gallienus, retém o poder nas províncias restantes. Postumus é assassinado por seus soldados em 268, mas o Império Gallic dura até 274 DC, quando Tetricus devolve as províncias ao verdadeiro imperador romano, Aureliano, após decisiva batalha em Gaul.

VERÃO DE 267 DC
O usurpador Carausius declara-se imperador e apodera-se da Britain
Carausius, almirante da frota do Canal, acusado de corrupção pelo Imperador Maximiano, apodera-se da Britain e norte da Gaul, com forte apoio local, estabelecendo uma eficiente administração. Busca legitimar os seus atos cunhando suas próprias moedas e reconhecendo os legítimos imperadores romanos Diocleciano e Maximiano, que rejeitam suas propostas.

OUTONO DE 293 DC
Baseado na Britain, o usurpador Carausius é assassinado e substituído por Allectus

Derrotado por forças leais a Roma, Carausius perde o controle do norte da Gaul e é posteriormente assassinado por seu tesoureiro Allectus, que inicia a construção das defesas costeiras na Britain para resistir às invasões – os chamados ‘fortes saxões da costa’. Para apoiar a sua reivindicação de autoridade e lealdade, Allectus ordena a construção de palácio em sua capital Londonium (London).

VERÃO DE 296 DC
O imperador romano Constantius recupera a Britain
Nessa época, o império romano era dirigido por um grupo de quatro, que formavam a ‘Tetrarquia’. Maximiano, o imperador ‘senior’ encarregado do ocidente, enviou seu júnior, Constantius Chlorus, para recuperar a Britain. Este derrotou e matou o usurpador Allectus e, de acordo com a política da Tetrarquia, reclassificou a Britain como uma ‘diocese’, dividindo-a em quatro províncias: Maxima Caesariensis, Britannia Prima, Flavia Caesariensis e Britannia Secunda.

OUTONO DE 306 DC
Constantino é aclamado imperador pelo exército na Britain
Após a morte do imperador Constantius, seus soldados em Eboracum (York) aclamam seu jovem filho Constantino como o novo imperador. Após um período de guerra civil dentro do império, Constantino derrotou seu rival remanescente, Maxentius, na batalha de Milvian Bridge em 312 DC e restaurou a regra de um só imperador no Ocidente, derrotando a Tetrarquia.

VERÃO DE 314 DC
O Édito de Milão encerra a perseguição aos cristãos no império romano.
O Édito de Milão ‘legalisa’ o cristianismo e é visto, muitas vezes, como o ponto em que o Império tornou-se cristão. Sabe-se pouco sobre o cristianismo na Britain. Pode ter chegado na Scotland em torno de 205 DC e na England e Wales um século após. Pelo século V teria penetrado o sul da Irlanda.

INVERNO DE 343/344 DC
O Imperador Constans faz breve visita à Britain
Parece indicar, em virtude de arriscar-se na travessia durante os meses de inverno e apenas permanecer tempo muito curto, que tenha havido uma emergência militar

OUTONO DE 353 DC
Paolo ‘a Corrente’ lidera uma delegação para eliminar oposição na Britain
Após a derrota do usurpador Magnentius, o imperador Constantius II envia Paolo, chamado ‘a Corrente’ por suas práticas repressivas e o hábito de prender seus prisioneiros em pesadas correntes, para investigar e expurgar os seus seguidores na Britain. Entre suas vítimas estava Martinus, vigário da diocese da Britain, que comete suicídio ao invés de enfrentar o julgamento.

VERÃO DE 367 DC
Invasores bárbaros lançam um ataque coordenado à Britain Romana
Picts da Scotland, Attacotti das Ilhas Ocidentais, Scots da Ireland e Franks e Anglo Saxons da Germany lançam ataques quase simultâneos, esmagando as defesas de fronteira da Britain Romana. Um general romano é morto e outro derrotado, permitindo aos invasores a pilhagem da província. Muitas vezes refere-se a esse evento como a ‘Grande Conspiração’.

VERÃO DE 369 DC
Theodosius expulsa os bárbaros e restaura as defesas britânicas
Expulsa os invasores da Britain sul, restaurando as defesas de fronteira. Tais invasões, entretanto, continuam até o ano 400 DC de forma que três reinos não romanos foram estabelecidos ao norte da Muralha de Adriano: Strathclyde (central-sul da Scotland), Gododdin (moderna Lothian) e Galloway. A essa época os romanos haviam definitivamente abandonado as tentativas de controlar a Scotland.

VERÃO DE 383 DC
Magnus Maximus é aclamado imperador romano na Britain
Magnus Maximus, possivelmente um governador da Britain, é proclamado imperador por suas tropas. Luta na Gaul, derrotando e matando o imperador Gratianus (da Gaul, Britain e Espanha); em seguida expulsa de Roma o imperador Valentiniano II (de Illyricum, África e Itália) para assegurar a sua posição no Império Ocidental. Retém o poder por cinco anos antes de ser derrotado e executado pelo imperador Theodosius.

VERÃO DE 400 DC
As tropas romanas são retiradas da Britain para defender a Itália
Stilicho, o comandante dos exércitos romanos no oeste, é obrigado a retirar suas tropas da Britain para defender a Itália contra a invasão de Alarico, o Bárbaro; em conseqüência, a guarnição da Britain fica muito enfraquecida para uma adequada defesa contra novos ataques de bárbaros.

INVERNO DE 407/408 DC
Constantino III é proclamado imperador pelo exército na Britain
Por essa época, os limites do império Romano eram frequentemente rompidos pelos invasores bárbaros e havia um persistente senso de crise militar. A fronteira do Reno havia sido rompida e Theodosius I responde retirando tropas para defender a Itália. A guarnição em Britain rebela-se e proclama um General, Constantino III, imperador. Ele atravessa o continente para ser derrotado por um exército leal a Theodosius.

VERÃO DE 409 DC
Os Britons encerram sua lealdade a Roma
Após Constantino III ter atravessado o continente com parte do exército para lutar contra o poder supremo, os Britons lutam com sucesso, por sua conta, contra uma incursão de saxões em 408 DC. Um ano após, supostamente, expulsam a administração romana e começam a gerenciar suas próprias questões.

VERÃO DE 410 DC
Os britons enviam um vão apelo por assistência militar ao imperador romano.
Cerca de 410 DC, as tropas romanas começam a ser continuamente retiradas da Britain para ajudar nas guerras em vários lugares do império. Há um persistente e geral estado de crise militar, com incursões em todas as frentes por Angles, Saxons, Picts e Scots; a Britain apela por ajuda ao imperador Honorius. Este responde-lhes que devem lutar por suas próprias defesas. Esse ato é muitas vezes visto como referência ao fim da Britain romana, embora instituições romanas e seu modo de vida ainda perdurassem.

Nenhum comentário: