Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

sábado, 8 de janeiro de 2011

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - LINHA TEMPORAL BRITÂNICA (3) (Sexta Parte)

BRITAIN ROMANA
43 DC – 410 DC

INÍCIO DO VERÃO DE 43 DC
O Imperador Claudius ordena a invasão da Britain
Um exército de quatro legiões e aproximadamente 20.000 auxiliares, comandados pelo Senador Aulus Plautius, atraca em Richborough, Kent. Os romanos enfrentam e derrotam um grande exército de Britons chefiados por Caratacus e seu irmão Togodumnus, reis dos Catuvellauni, no rio Medway, Kent. Pouco depois são novamente derrotados no Thames, perecendo Togodumnus e retirando-se Caratacus para terrenos mais defensáveis, a oeste.
Local da invasão romana, em Richborough, na England sudeste  

FIM DO VERÃO DE 43 DC
A capital British Camulodunum (Colchester) cai frente aos romanos
O Imperador Claudius chega à England para, simbolicamente, conduzir seus exércitos à vitória. Em agosto cai a capital da poderosa tribo Catuvellauni e, com todo o sudeste da Britain devastada, onze reis british se submetem. O comandante Aulus Plautius é nomeado primeiro governador romano da Britain, mas a maior parte da Ilha não seria pacificada pelo menos por 50 anos.

VERÃO DE 44 DC
O general romano Vespasiano captura os fortes de colina de Dorset.
Prosseguindo na segunda fase da conquista da Britain, o general romano Titus Flavius Vespasianus, futuro imperador, trava numerosas pequenas batalhas e captura uma linha de fortes de colina, incluindo Maiden Castle e Hod Hill. 












O forte de colina de Maiden Castle em Dorset                                                                             Ruinas romanas de Maiden Castle

47 DC
Aulus Plautius é substituído por Publius Ostorius Scapula como governador da nova província.
Ordenados a depor suas armas pelo novo governador, membros da tribo Iceni, aliados de Roma e baseados em East Anglia, resistem, mas a rebelião é rapidamente controlada.

VERÃO DE 49 DC
Cidade-Colônia romana é fundada em Camulodunum (Colchester), logo tornando-se a capital da província da Britain
A cidade foi fundada para abrigar legionários que se aposentavam, com a conversão de barracas em casas privadas, ereção de prédios públicos e início da construção de um templo para o culto imperial. Terras locais foram confiscadas para a criação de fazendas para os veteranos.

VERÃO DE 51 DC
Caratacus, o líder da resistência british é derrotado e capturado
Após ter fugido para as tribos dos Silures e dos Ordovices, em Gloucestershire e Wales, Caratacus travou uma verdadeira guerra de guerrilha; finalmente foi trazido para o campo de batalha e derrotado pelo governador romano Publius Scapula. Apesar de tudo, foi-lhe permitido acabar seus dias em retiro na Itália.

VERÃO DE 52 DC
A guerrilha eclode a sudeste de Wales
Logo após a morte do governador Publius Scapula, em 52 DC, por esgotamento no cargo, as tribos Silures passam à luta. O conflito malogrou sob seu sucessor Aulus Didius Gallus e em 58 DC um novo governador, Quintus Veranius Nepos, finalmente esmaga os Silures e pacifica a região com uma rede de estradas e guarnições.

INÍCIO DO VERÃO DE 61 DC
Os romanos atacam os druidas no extremo oeste da Britain
Os druidas eram sábios sacerdotes da antiga Britain. Entretanto “druida” era também a palavra genérica usada pelos romanos para indicar todos aqueles que resistiam ao seu comando. Para subjugar os druidas no extremo oeste da Britain, o governador romano Gaius Suetonius Paulinus domina a ilha de Mona (Anglesey), mas é forçado a interromper sua campanha para abafar uma revolta dos Iceni, comandados por Boudicca, esposa do rei Prasutagus, morto em combate, no sudeste da Britain. As cidades romanas de Camulodunum, Londinium (London) e Verulamium (St. Albans) são incendiadas e morrem milhares. Boudica é finalmente derrotada e morre logo em seguida.
Ilha de Anglesey, no mar da Irlanda 

VERÃO DE 69 DC
A morte de Nero deflagra o motim no exército romano da Britain
Com a morte de Nero no ano 68 DC, quatro imperadores se seguiram em rápida sucessão: Galba, Otho, Vitellius e Vespasiano, que já havia conduzido uma legião vitoriosa na conquista da Britain. Os motins e revoltas que ocorreram em Roma, também aconteceram na Britain.
A tribo dos Brigantes, ao norte da Britain, era aliada dos romanos, dirigida por Cartimandua e seu esposo Venutius, e lideraram o apoio a Caratacus, contra os romanos, no ano 51. Separaram-se logo e Venutius tentou uma revolta, sufocada pelos romanos. Em 69 DC, com o império romano em guerra civil, Venutius ensaiou uma segunda revolta contra Cartimandua - desta feita com sucesso – que, derrotada, fugiu para os romanos.

VERÃO DE 71 DC
Os romanos conquistam o norte da Inglaterra
O novo governador da Britain, Quintus Petilius Cerialis, sob ordens do imperador Vespasiano, investe contra Venutius, o líder rebelde da tribo dos Brigantes, e o derrota. Ao fim do seu governo, em 74 DC, Cerialis havia alcançado Carlisle, onde construiu o último de uma série de fortes de guarnição.

VERÃO DE 78 DC
Os romanos conquistam Wales
Sextus Julius Frontinus, sucedendo a Cerialis em 74 DC, após três anos de campanha havia conseguido tudo com exceção de completar a conquista e ocupação do oeste da Britain. O território foi pacificado pela colocação de fortes auxiliares nas colinas, ligados por estradas. Uma legião em Caerleon, a sudeste, e a outra em Chester, a nordeste, poderiam responder, rapidamente, a qualquer revolta.

OUTONO DE 78 DC
Os romanos invadem Mona e destroem um centro de druidismo
O novo governador romano, Gnaeus Julius Agricola, conduz um exército para a região dos recém conquistados Ordovices, então sublevados, e dizima-os. Invade então a ilha de Mona destruindo o último centro druida importante. Os druidas não deixaram textos escritos, mas eram, provavelmente, animistas que praticavam sacrifícios humanos e reconheciam bem mais do que 400 diferentes deuses.

OUTONO DE 79 DC
Inauguração do centro cívico de Verulamium
A inauguração do centro cívico de Verulamium, hoje cidade de St. Albans, foi um evento de pompa e cerimônia, assistido pelo governador Agricola. Compreendia uma praça (fórum) com lojas com colunatas, uma sala de reuniões com escritórios do conselho e templos do culto oficial circunvizinhos. Logo torna-se uma das maiores e mais ricas cidades de Britain romana

INVERNO DE 79/80 DC
Os aristocratas locais são encorajados a abandonar a antiga cultura British
Numa proposta para encerrar o comportamento belicoso dos Britons, o governador romano Agricola iniciou uma campanha para encorajar os aristocratas nativos a aprender latim, vestir a toga e investir em municipalidades florescentes, pela doação de estátuas e prédios. Evidência arqueológica sugere que a romanização foi imediata e que ao final do primeiro século DC o sudeste da Britain estava repleta de vilas e cidades ao estilo romano.

OUTONO DE 82 DC
O governador romano Agricola cogita da invasão da Irland
Tendo subjugado o que hoje é o sudoeste da Scotland, Agricola considerou, mas nunca executou, a invasão da Irlanda, chegando a dar refúgio a um príncipe exilado irlandês, como pretexto para a tentativa. Entretanto, contatos comerciais regulares foram iniciados entre a Irlanda e a Britain romana.

FINAL DO VERÃO DE 84 DC
Os romanos derrotam tribos caledônias na batalha de Mons Graupius
Mais de três anos após estender o controle romano ao que é hoje a Scotland, o governador Agricola finalmente teve sucesso ao trazer as tribos caledônias a uma batalha intensa, em lugar não identificado, chamado Mons Graupius, provavelmente em algum lugar das Scottish Highlands, e infligir-lhes pesada derrota, retirando-se para o sul, após. Ele também enviou navios pela costa da Scotland para estabelecer verdadeiramente que a Britain era uma Ilha.

VERÃO DE 87 DC
A fortaleza legionária no extremo norte da Britain é evacuada
Pressão exercida em algum lugar nas bordas do império romano – possivelmente na Dacia (hoje, Moldova) – obriga os romanos a retirarem as tropas do extremo norte da Britain ao final dos anos 80’ DC. Evidência arqueológica inconclusiva sugere que a fortaleza em Inchtuhill (Tayside, Scotland) foi sistematicamente desmantelada e abandonada, menos de quatro anos após sua construção.

VERÃO DE 100 DC
Os romanos estabelecem uma nova fronteira na linha Tyne-Solway
Pelos mesmos problemas na Dacia, o novo imperador Trajano ordenou uma completa retirada das forças romanas da Scotland e uma nova fronteira, compreendendo estrada, fortes e estações sinalizadoras, foi estabelecida através de uma linha leste-oeste através da moderna Northumberland, entre Newcastle-upon-Tyne e Carlisle, no Solway. Vindolanda foi um dos fortes sobre esta chamada “Stanegate Line”.

VERÃO DE 122 DC
O imperador Adriano ordena a construção de uma muralha através da Britain norte
Adriano era um talentoso administrador que estabeleceu uma política de criar barreiras, naturais ou criadas pelo homem, nos limites externos do império. Idealizando uma nação separada dos “bárbaros”, ele constrói, com soldados romanos, uma muralha de pedra com quase 120 km de comprimento desde a moderna Newcastle até Carlisle. Ela marca o limite extremo norte do império, servindo como um permeável controle de fronteira para o movimento de pessoas e bens e uma real fortificação defensiva em tempos de disputa.

Muralha Adriano, de New Castle a Carlisle

VERÃO DE 142 DC
Iniciada a construção da Muralha Antonine, ao norte da Muralha de Adriano
Concluída a Muralha de Adriano, o novo imperador, Antoninus Pius, determinou que seu governador na Britain, Quintus Lollius Urbicus, avançasse para uma fronteira ao norte, bem mais curta, do estuário do Clyde ao estuário do Forth e aí uma muralha de pedra foi construída, com cerca de 60 km de comprimento. O objetivo principal era subjugar as tribos no que hoje é o norte da England e o sul da Scotland.

Muralha Antonina, da foz do Forth à foz do Clyde

VERÃO DE 142 DC
Um incêndio destrói ma boa parte de Verulamium central (St Albans)
Embora uma das maiores e mais ricas cidades do segundo século da Britain romana, Verulamium era ainda composta, em sua maior parte, de pequenas casas e lojas de madeira. O que provavelmente começou como um fogo doméstico, rapidamento se alastrou, varrendo a parte central da cidade, soprado por ventos fortes. O prejuízo foi tão grande que alguns locais levaram mais de século para serem recompostos.

VERÃO DE 163 DC
A muralha Antonine é evacuada e os romanos recuam para a muralha de Adriano
Apenas passadas duas décadas a política romana sobre a fronteira norte da Britain mudou novamente. A grande conquista do imperador Pius, as terras altas do sul da Scotland, havia sido abandonada logo que ele morreu e o exército abandonou a muralha Antonine, retirando-se para a muralha de Adriano


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