Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

A CHINA ANTIGA (PARTE 1/2)

I - INTRODUÇÃO

Foi a leitura recente de um livro de 1989, “Criação” (no original, “Creation”), do conhecido autor americano Gore Vidal, que me levou à realização da presente pesquisa, embora há muito tempo já, tenha me dado conta de que pouco ou nada conhecia da história da China Antiga. Para suprir mais essa lacuna, resolvi enfrentar o desafio de realizar a pesquisa sobre o assunto, na busca de esclarecimentos sobre cultura tão diversa da cultura ocidental tão nossa conhecida.
Para os que apresentarem interesse, informo, de saída, que o foco será dado à história da China Antiga, já que a China Moderna, por ser hoje, militarmente, uma potência, embora possuir uma população imensa e pobre, encontra-se, como se diz vulgarmente, na “boca do povo”, muito de acordo com as preferências ideológicas de cada indivíduo. Além disso, peço a compreensão dos leitores para o fato de que, dadas as dimensões continentais da China e a sua civilização de extensão milenar, não abordaremos o assunto com a profundidade que gostaríamos de apresentar, pela impossibilidade do tempo que teríamos que dedicar à pesquisa. O objetivo maior é, em escala macroscópica, trazer ao conhecimento dos leitores a origem e o desenvolvimento da história da civilização chinesa, sem o aprofundamento dos detalhes.

II - DEFINIÇÃO

A China moderna, oficialmente República Popular da China (RPC), é um país da Ásia Oriental, com a segunda maior população do mundo, ultrapassando 1,4 bilhões de pessoas. Em largura o país se espalha pelo equivalente a cinco fusos horários diferentes e faz fronteira com quatorze países por terra, mantendo com a Rússia a sua maior fronteira. Com uma área de aproximadamente 9,6 milhões de km² é o terceiro maior país do mundo em área terrestre. Além de 22 províncias, possui cinco regiões autônomas, quatro municipalidades e duas regiões administrativas especiais: Hong Kong e Macau. A capital nacional é Beijing (antiga Pequim) e a cidade mais populosa e maior centro financeiro é Shangai. 
Em verde escuro os territórios controlados pela China
Moderna; em verde claro os territórios reivindicados

A China Antiga produziu o que se tornou a mais antiga cultura existente no mundo. O nome “China” vem do Sânscrito[1] Cina (derivado do nome da dinastia chinesa Qin, pronunciada ‘Tchin’) que foi traduzida como ‘Cin’ pelos Persas (hoje iranianos) e parece ter-se popularizado através do comércio ao longo da “Estrada de Seda”, uma rede de antigas rotas de comércio, formalmente estabelecidas durante a Dinastia Han da China em 130 AC, que ligava as regiões do mundo antigo em comércio, entre 130 AC e 1453 DC.
Os romanos e os gregos conheciam o país como “Seres”, a terra de onde vinha a seda. O nome ‘China’ não aparece em forma impressa no ocidente, até 1516 DC, onde surgiu nos relatório de Barbosa[2] narrando suas viagens ao oriente (embora os europeus há muito conhecessem a China através do comércio via Estrada da Seda). Marco Polo, o famoso explorador que tornou a China conhecida da Europa no século XIII DC, se referia à terra como Cataí. No chinês mandarim, o país é conhecido como ‘Zhongguo’, significando “Estado Central” ou “império do meio”.

III - PRÉ-HISTÓRIA 
A Estrada da Seda interligando os países do
mundo então conhecido

A prática da arqueologia na China está enraizada na moderna história chinesa. Os reformadores políticos e intelectuais dos anos 1920’ desafiaram a historicidade dos lendários inventores da cultura chinesa, como Shennong[3], o Agricultor Divino, e Huangdi[4], o Imperador Amarelo. Ao mesmo tempo, o estudo científico do período pré-histórico era financiado por arqueólogos e paleantropologistas ocidentais. O estabelecimento da Academia Sínica (Academia Chinesa de Ciências), em 1928, permitiu aos estudiosos chineses analisarem a arqueologia chinesa e fazer preparações para escavações em larga escala. Um notável trabalho foi feito sob a direção do arqueólogo Li Chi em Anyang, província de Henan, suspenso com a irrupção da guerra Sino-Japonesa em 1937. A guerra civil do final dos anos 1940’ e as subsequentes rupturas sociais ainda mais retardaram qualquer reinício de sistemática escavação e publicação arqueológica. Contudo, à medida que a Revolução Cultural decaía no meio dos anos 1970’, o trabalho iniciou novamente para valer e a Associação Chinesa de Arqueologia foi estabelecida em 1979. Uma nação modernizante começou a produzir sabedoria, crescentemente informada por análise científica, em quantidade e qualidade comensuráveis com seu tamanho e suas tradições de aprendizagem.
Bem antes do advento de uma reconhecível civilização (termo aplicado a qualquer sociedade que tenha desenvolvido um sistema de escrita, governo, produção de alimento excedente, divisão do trabalho e urbanização) na região, a terra era ocupada por hominídeos, família taxonômica dos grandes primatas que inclui os quatro grandes gêneros existentes: Chimpanzés (duas espécies), Gorilas (duas espécies), Humanos (uma espécie) e Orangotangos (três espécies). O Homem de Pequim, um fóssil de crâneo descoberto em 1927, próximo de Beijing, viveu na área entre 700.000 e 300.000 anos atrás, e o Homem de Yuanmou em 1965, habitou a terra cerca de 1,7 milhões de anos atrás. Evidência revelada por esses achados mostra que esses habitantes primitivos sabiam como fabricar ferramentas de pedra e usar o fogo.
Embora comumente aceito que os seres humanos se originaram na África, migrando para outros pontos de todo o globo, paleoantropólogos da China “apoiam a teoria da ‘evolução regional’ da origem do homem”, que sustenta uma base independente para o nascimento dos seres humanos. “O Macaco Shu, um primata pesando apenas entre 100 a 150 gramas, similar a um rato em tamanho, viveu na China durante a época do Eoceno Médio de 4,5 a 4,0 milhões de anos atrás. Sua descoberta colocou um grande desafio à teoria africana da origem da raça humana”, plausível devido às ligações genéticas entre o fóssil do macaco Shu e os primatas avançados e inferiores, permanecendo então, como um ‘elo perdido’ no processo evolutivo. 
Vila de Banpo: testemunho da sofisticada
cultura da China Antiga
Qualquer que seja a interpretação desses dados, a sólida evidência fornecida por outros achados consubstancia uma linhagem muito antiga de hominídeos e homo sapiens (‘homem inteligente’ ou humanos modernos) na China e um alto nível de sofisticação numa cultura antiga. Um exemplo disso é a Vila Banpo, no vale do Rio Amarelo, próximo de Xi’na, descoberta em 1953, uma vila do Neolítico (último estágio da Idade da Pedra, o Paleolítico e o Mesolítico os outros dois) que foi habitada entre 4.500 e 3.750 AC, compreendendo 45 casas com assoalhos enterrados no chão para maior estabilidade. Uma vala circundando a vila, fornecia proteção aos ataques externos e funcionava como sistema de drenagem (mas também servindo para manter confinados os animais domésticos), enquanto cavernas cavadas pelo homem eram usadas para armazenar alimentos. O projeto da vila e os artefatos lá descobertos (cerâmica e ferramentas), indicam uma cultura muito adiantada para o tempo em que foi construída.
Tem sido geralmente aceito que o ‘Berço da Civilização” chinesa é o Vale do Rio Amarelo, que deu origem a vilas cerca de 5.000 AC. Enquanto isso tenha sido discutido – e argumentos tenham sido colocados para o desenvolvimento mais espalhado de comunidades – não há dúvida de que a Província de Henan, no Vale do Rio Amarelo, região nordeste da China moderna, foi o local de muitas vilas e comunidades de cultivo.
Em 2001, arqueólogos desenterraram esqueletos enterrados em uma casa desmoronada coberta com uma espessa camada de depósitos de silte do Rio Amarelo. Na camada de depósitos, arqueólogos encontraram mais de 20 esqueletos, um altar, uma praça, cerâmica e utensílios de pedra e jade. Este sítio é somente uma de muitas vilas pré-históricas na área.

IV - AS DINASTIAS CHINESAS

De acordo com historiadores como Sima Qian (145 a 86 AC), existiu um grande governante chamado Huang-ti (também conhecido por Huangdi, ‘imperador’), mais bem conhecido como o Imperador Amarelo, que emergiu de um sistema tribal da China pré-histórica para governar a região de Shandong entre 2697 e 2597 AC. O Imperador Amarelo criou uma cultura chinesa e estabeleceu uma forma de governo que duraria séculos. A ele é creditada a invenção de instrumentos musicais, o desenvolvimento da produção da seda, a instituição da lei e costumes e o desenvolvimento da medicina e agricultura. Com a susa morte, ele foi enterrado no Condado de Huangling, Província de Shaanxi, num mausoléu que ainda é hoje uma popular atração turística.
Huang-ti foi sucedido por seu neto Zhuanxu, uma dos famosos “Cinco Imperadores”, que fundou a tribo Xia. Após derrotar seus rivais, a tribo Xia estabeleceu a primeira dinastia na China sob a liderança do Imperador Yao que ordenou a construção de grandes palácios e pequenas vilas de choupanas se desenvolveram em centros urbanos. O Imperador Yao é considerado o grande rei filósofo que governou seu povo com sabedoria e trabalhou no seu melhor interesse, de acordo com os preceitos de Huang-ti.
Dessas pequenas vilas e comunidades agrícolas cresceu um governo centralizado, o primeiro dos quais foi a pré-histórica Dinastia Xia, cerca de 2070-1600 AC. A Dinastia Xia foi considerada, por muitos anos, mais mito do que fato, até que escavações nos anos 1960 e 1970 descobriram sítios que fortaleceram sua existência. Trabalhos e tumbas em bronze claramente apontam para um evolucionário período de desenvolvimento entre discrepantes vilas da Idade da Pedra e uma reconhecida civilização coesiva.
A Dinastia foi fundada pelo lendário Yu, que trabalhou implacavelmente por 13 anos para controlar a inundação do Rio Amarelo que rotineiramente destruía as lavouras dos fazendeiros. Ele foi tão focado em seu trabalho que se dizia que ele nunca retornou uma só vez à sua casa durante todos aqueles anos, embora possa ter passado em sua casa em pelo menos três ocasiões e essa dedicação inspirou outros a segui-lo. 
Yu, o Grande, fundador
da Dinastia Xia
Após ter controlado as inundações, Yu foi nomeado comandante dos exércitos do então governante Shun e tendo conquistado as tribos Sanmiao, que se opunham ao governo Xia, foi por ele nomeado seu sucessor, reinando até a sua morte. Yu estabeleceu o sistema hereditário de sucessão, daí criando o conceito de dinastia, hoje tão familiar. O governo de Yu é considerado o início da dinastia Xia e ele ficou sendo conhecido por Yu, o Grande, não somente por suas vitórias sobre as cheias e contra os seus inimigos, mas pelo estabelecimento de um governo central estável e a organização do país em nove províncias de modo a tornar mais facilmente administrável a enorme área do país.
A classe governante e a elite viviam em agrupamentos urbanos, enquanto a população camponesa, que apoiava o estilo de vida da elite, permanecia grandemente agrária, vivendo em áreas rurais. O filho de Yu, chamado Qi, o sucedeu e o poder permaneceu nas mãos da família até que o último governante Xia, de nome Jie, foi derrubado por Tang, que estabeleceu a Dinastia Shang (1600-1046 AC).
Tang era do reino de Shang. As datas popularmente fixadas para ele (1675-1646 AC) não correspondem de forma alguma aos eventos em que ele tomou parte e devem ser consideradas erradas. O que é sabido é que ele era o governante ou pelo menos personagem importante no reino de Shang que, cerca de 1600 AC conduziu uma revolta contra Jie, derrotando suas forças na Batalha de Mingtiao.
A extravagância da corte Xia e a carga resultante para a população parecem ter sido as causas do levante. Tang então assumiu a liderança da terra, baixou os impostos, suspendeu os grandiosos projetos de construções iniciados por Jie (que drenavam os recursos do reino) e governou com tal sabedoria e eficiência que fizeram florescer a arte e a cultura. A escrita se desenvolveu sob a Dinastia Shang, bem como a metalurgia do bronze, a arquitetura e a religião. 
Rei Tang de Shang fundador
da Dinastia Shang

Antes dos Shang, o povo adorava muitos deuses, com um deus supremo, Shangti, como líder do panteão (mesmo padrão encontrado em outras culturas). Shangti era considerado o ‘grande ancestral’ que presidia sobre a vitória na guerra, agricultura, o tempo e o bom governo. Como ele estava tão longe e tão ocupado, contudo, o povo parece ter solicitado outros intercessores imediatos para suas necessidades e assim começou a prática da adoração de ancestrais.
Quando alguém morria, pensava-se que ele tinha atingido poderes divinos e assim podiam ser chamados para assistência nas necessidades (semelhante à crença romana nos pais). Essa prática conduziu a rituais altamente sofisticados dedicados a apaziguar os espíritos dos ancestrais, que incluíam ornados enterros em grandes tumbas contendo tudo que alguém necessitaria para aproveitar uma confortável vida após a morte.
O rei, além dos seus deveres seculares, servia como principal executor e mediador entre o vivo e o morto e seu governo era considerado ordenado por lei divina. Embora o famoso “Mandato do Céu” fosse desenvolvido pela posterior Dinastia Zhou, a ideia de ligar um governante justo com a vontade divina, tem suas raízes nas crenças patrocinadas pela dinastia Shang. O “Mandato do Céu” era a fonte divina de autoridade e o direito de governar dos primeiros reis e então imperadores da China. O deus antigo ou força divina, conhecida como Céu, selecionava um particular indivíduo para governar na terra em seu nome. Um elemento importante do “Mandato do Céu” era o fato de que, embora o governante obtivesse um grande poder, ele também tinha a obrigação moral de usá-lo para o bem do seu povo. Se o governante não agisse assim, seu Estado sofreria terríveis desastres e ele perderia o direito de governar.

IV.1 - A DINASTIA ZHOU

Em torno do ano 1046 AC, o Rei Wu, da província de Zhou, rebelou-se contra o Rei Zhou de Shang, derrotando suas forças na Batalha de Muye e estabelecendo a Dinastia Zhou (de 1046 a 256 AC). 1046 a 771 AC marca o Período Zhou Ocidental, enquanto 771 a 256 AC marca o Período Zhou Oriental. Wu rebelou-se contra o governante Shang por ter matado seu filho mais velho injustamente. O Mandato do Céu foi invocado por Wu e sua família para legitimar a revolta, já que Shang não estava mais agindo no interesse do povo e assim teria perdido o mandato entre a monarquia e o deus da lei, ordem e justiça, Shangti.
O Mandato do Céu foi assim definido como a benção dos deuses sobre um governante justo para governar por mandato divino. Quando o governo não mais servisse a vontade dos deuses, tal governo seria derrubado. Além disso, foi estipulado que poderia haver somente um legítimo governante da China e que esse governo deveria ser legitimado por sua própria conduta como um administrador das terras a ele confiadas pelo céu. O governo poderia ser passado de pai para filho somente se a criança possuísse a necessária virtude para governar. Esse mandato seria mais tarde muitas vezes manipulado por vários governantes que entregavam a sucessão a descendentes sem valor. 
Confúcio, filósofo chinês
do século VI AC
Sob a Dinastia Zhou a cultura floresceu e a civilização se espalhou. A escrita foi codificada e a metalurgia do ferro tornou-se crescentemente sofisticada. Os maiores e mais conhecidos filósofos e poetas chineses, Confúcio[5], Mencio[6], Mo Ti (Mot Zu), Lao-Tzu, Tao Chien e o estrategista militar Sun-Tzu (se ele existiu como apresentado), vieram do Período Zhou na China e do tempo das ‘Cem Escolas de Pensamento’.
O chariot (veículo leve, usualmente sobre duas rodas, puxado por um ou mais cavalos), que havia sido introduzido na região sob a Dinastia Shang, tornou-se mais plenamente desenvolvido pela Dinastia Zhou. É importante notar que esses períodos e dinastias não começaram, nem terminaram, tão claramente como aparece nos livros de história e que a Dinastia Zhou compartilhou muitas qualidades com a Shang (incluindo língua e religião). Embora os historiadores achem necessário, para deixar claro, quebrar os eventos em períodos, a Dinastia Zhou continuou a existir através dos períodos reconhecidos seguintes como “O Período da Primavera e Outono” e o “Período dos Estados Guerreiros”[7].
(Conclusão na próxima postagem)


[1] O Sânscrito é visto como a língua antiga do Hinduísmo (a mais antiga religião do mundo, originária da Ásia Central e do Vale do Rio Indos, ainda praticada atualmente), onde era usada como meio de comunicação e diálogo pelos Deuses Celestiais Hindu e então pelos Indo-Arianos (o termo Ariano era usado como termo auto identificador de um grupo migratório da Ásia Central que se estabeleceu no Planalto Iraniano e mais tarde moveu-se para o norte da Índia. É uma língua extraordinariamente complexa, com um vasto vocabulário, ainda amplamente usada hoje na leitura de textos e hinos sagrados.
[2] Duarte Barbosa, pastor e navegador português que completou, em 1518, suas viagens pelas costas da Índia Oriental, China e Arquipélago Índico.
[3] Shennong (chinês: “Agricultor Divino), formalmente Yandi, na mitologia chinesa, o segundo dos imperadores míticos, que teria nascido no século 28 AC, com a cabeça de um touro e o corpo de um homem. Ao inventar a carreta e o arado, domesticando o boi e o cavalo, e ao ensinar seu povo a limpar a terra com o fogo, reputadamente estabeleceu uma sociedade agrícola estável na China. Seu catálogo de 365 espécies de plantas medicinais tornou-se a base de estudos herbáceos posteriores. Contos de sua juventude dizem que ele falou com apenas três dias, caminhou com uma semana e arou um campo com três anos de idade.
[4] Huangdi ((chinês: Imperador Amarelo), formalmente Xuanyuan Huangdi, terceiro dos imperadores mitológicos da China antiga, um herói cultural e santo patrono do Taoismo. Teria nascido cerca de 2704 AC e iniciado seu governo como imperador em 2697 AC. Seu reino lendário é creditado com a introdução das casas de madeira, carros, barcos, o arco e flecha e a escrita. Ele próprio teria derrotado os “bárbaros” numa grande batalha em algum lugar no que é hoje Shanxi, o que lhe rendeu a liderança de tribos de toda a planície do Huang He (Rio Amarelo). Algumas tradições também lhe creditam a introdução de instituições governamentais e o uso de moeda cunhada. A esposa de Huangdi teria descoberto a sericultura (produção da seda) e ensinado as mulheres a criar os bichos da seda e tecer os tecidos de seda.
[5] Confúcio foi um filósofo chinês do século VI AC. Seus pensamentos, expressos na filosofia do Confucionismo têm influenciado a cultura chinesa até os dias atuais, embora seja difícil separar a realidade do mito. Considerado o primeiro professor, seus ensinamentos são expressos em frases curtas abertas a várias interpretações.
[6] Mencio, também conhecido como Mang-Tze ou Mang-Tzu, foi um filósofo seguidor de Confúcio durante o Período dos Estados Guerreiros, considerado o maior após Confúcio, por sua interpretação, formulação e disseminação de seus conceitos. É o quarto dos cinco maiores sábios do Confucionismo: Confucius (551-479 AC), Zengzi (505-435 AC), Tzu-Ssu (481-402 BCE), Mencius (372-289 AC) e Xunzi (ou Hun Kuang (310-235 AC).
[7] O “Período dos Estados Guerreiros” (481/403-221 AC) descreve os três séculos em que vários estados rivais chineses lutaram ferozmente por vantagem e dominação territorial. Por fim o estado Qin saiu vitorioso e estabeleceu o primeiro estado unificado chinês. Além do incessante estado de guerra e, provavelmente, por causa dele, o período viu um desenvolvimento significativo na sociedade, comércio, agricultura, filosofia e artes, estabelecendo as bases para o subsequente florescimento da China Imperial.

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