Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

segunda-feira, 15 de março de 2010

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS HEBREUS - PARTE I

INTRODUÇÃO
Como tenho sempre enfatizado em todos os artigos históricos que tenho publicado, também este - com maior razão pela importância mundial de que se reveste o assunto – não tem a pretensão de ser rigorosamente científico (e tal matéria poderia ter rigorismo científico?), nem tampouco de exaurir o assunto e as dúvidas que possa levantar.
É também importante ter em mente que a principal fonte de informações desta pesquisa é, sem dúvida alguma, o Antigo Testamento da Bíblia. Mesmo os pesquisadores mais importantes nessa matéria, sempre consideraram a Bíblia como fonte primeira de informações, embora a sua tendenciosidade natural em se tratando de assuntos religiosos. Mas é sempre preciso levar em conta que, ao tempo em que foi escrita, ela era o documento testemunhal da única religião monoteísta então existente.
A idéia inicial perseguida com a elaboração deste artigo, foi tentar bem localizar, no tempo e no espaço, acontecimentos ligados à figura do personagem bíblico Abrahão e o ramo mais importante da sua descendência, com enfoque principal nos personagens históricos mais conhecidos como Isaac (ou Isaque), Jacó (ou Israel), José do Egito e Moisés, até a Diáspora, quando os Judeus abandonam voluntariamente, pela primeira vez, a Palestina para se espalharem pelo mundo.
E, novamente, a pesquisa foi movida pela curiosidade do autor sobre o assunto, pela necessidade que sentiu em possuir, de forma resumida, ordenada e clara a seqüência de eventos de épocas e atores de contribuição tão importantes para a história da civilização.
Sempre que locais forem mencionados, faremos, na medida do possível, uma interrupção na seqüencia da narrativa, para apresentar uma descrição da posição dessas cidades ou regiões, de forma que o leitor possa ter, através de mapas, a idéia exata de onde as ações descritas se passaram.
Como os leitores podem imaginar, o assunto abordado desta feita é bastante amplo, bem no espaço como no tempo e a pesquisa acabou resultando muito longa. Por essa razão, não pretendendo cansar o leitor demasiadamente com uma só postagem, optamos por publicar o artigo em capítulos. Essa se constitui na primeira parte do trabalho.

ANTECEDENTES
Abrahão é um personagem bíblico citado no Livro Gênesis, a partir do qual se desenvolveram três das maiores vertentes religiosas da humanidade: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
No que se refere à sua localização temporal, sabemos hoje que foi encontrado um contrato Babilônico em nome de Abrahão, como pertencendo ao período entre 1800 e 2.000 AC. Há indícios de que este personagem seja o próprio patriarca.
Judaísmo é o nome dado à religião do povo judeu, a mais antiga das três principais religiões monoteístas (as outras duas são o cristianismo e o islamismo).
O Judeu é um membro do grupo étnico e religioso originado nas Tribos de Israel ou hebreus do Antigo Oriente. O grupo étnico e a religião judaica, a fé tradicional da nação judia, são fortemente inter-relacionados, e pessoas convertidas para o judaísmo foram incluídas no povo judeu e judeus convertidos para outras religiões foram excluídos do povo judeu durante milênios.
Os judeus foram palco de uma longa história de perseguições em várias terras, resultando numa população que teve, frequentemente, seus números e suas distribuições alteradas ao longo dos séculos. A maioria das autoridades coloca o número de judeus entre 12 e 14 milhões, representando 0,2% da atual estimada população mundial. De acordo com a Agência Judia para Israel, no ano de 2007 havia 13,2 milhões de judeus mundialmente; 5,4 milhões (40,9%) em Israel, 5,3 milhões (40,2%) nos EUA, e o resto distribuído em comunidades de vários tamanhos no mundo inteiro.
A palavra "judeu" originalmente era usada para designar os nascidos na Judéia. A Judeia é a região localizada a oeste do mar Morto, entre o mar Morto e o mar Mediterrâneo, estendendo-se ao norte até as colinas de Golan e ao sul à faixa de Gaza, sendo estas, atualmente, regiões em contínuo conflito entre Israel e Palestina.
A tradição judaica defende que a origem dos judeus dá-se com a libertação dos filhos de Israel da terra do Egito pelas mãos de Moisés. Com a fundamentação e solidificação da doutrina mosaica (de Moisés), um grupo de hebreus passou a ser conhecida como "Filhos de Israel" (Bnei Israel). É deste evento que surge o conceito de nação, fundamentada nos preceitos tribais e na crença monoteísta.
Quando as doze tribos de Israel são divididas em dois reinos distintos, a maioria formando o reino de Israel, enquanto as tribos de Judá, Benjamim e Levi constituindo o reino de Judá, que continua a ser governada pelos descendentes de Davi, pela primeira vez, os israelitas do sul são chamados de judeus devido à sua conexão com o reino de Judá e posteriormente por todos aqueles que aderissem à doutrina religiosa deste reino, que passou a ser conhecida como judaísmo.
A ênfase do judaísmo na separação entre judeus e não judeus, deu à comunidade judaica um sentido de povo separado e religioso, embora, segundo pesquisadores judeus anti-sionistas, este sentido de separação tenha sido impulsionado e exarcebado pelo movimento sionista, com objetivos políticos, durante o século XX.
Obtendo o seu nome de Sião (Sion, Zion) que é o nome de um monte nos arredores de Jerusalém, o Sionismo é um movimento político que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado Judaico, por isso sendo também chamado de nacionalismo judaico. Ele se desenvolveu a partir da segunda metade do século XIX, em especial entre os Judeus da Europa central e do leste europeu.
Surgido da religião mosaica, o judaísmo, apesar de suas ramificações, defende um conjunto de doutrinas que o distingue de outras religiões: a crença monoteísta em YHWH (Javé), às vezes chamado Adonai ("Meu Senhor"), ou ainda HaShem ("O Nome") como criador e Deus e a eleição de Israel como povo escolhido para receber a revelação da Torá que seriam os mandamentos deste Deus. Dentro da visão judaica do mundo, Deus é um criador ativo no universo e que influencia a sociedade humana, na qual o judeu é aquele que pertence a uma linhagem com um pacto eterno com este Deus. De acordo com a visão religiosa o judaísmo é uma religião ordenada pelo Criador através de um pacto eterno com o patriarca Abraão e sua descendência. Ainda que seja intimamente relacionada à história do povo judeu, a história do judaísmo se distingue por enfatizar somente a evolução da religião e como esta influenciou o povo judeu e o mundo.
O Cristianismo é uma religião monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor.
Os seguidores do cristianismo, conhecidos como cristãos, acreditam que Jesus seja o Messias profetizado na Bíblia Hebraica (a parte das escrituras comum tanto ao cristianismo quanto ao judaísmo). A teologia cristã ortodoxa alega que Jesus teria sofrido, morrido e ressuscitado para abrir o caminho para o céu aos humanos; os cristãos acreditam que Jesus teria ascendido aos céus, e a maior parte das denominações ensina que Jesus irá retornar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos, e conceder a imortalidade aos seus seguidores. Jesus também é considerado para os cristãos como modelo de uma vida virtuosa, tanto como o revelador quanto como a encarnação de Deus. Os cristãos chamam a mensagem de Jesus Cristo de Evangelho ("Boas Novas"), e por isto referem-se aos primeiros relatos de seu ministério como evangelhos.
O Islão ou Islã é uma religião monoteísta que surgiu na Península Arábica no século VII, baseada nos ensinamentos religiosos do profeta Maomé (Muhammad) e numa escritura sagrada, o Alcorão. A religião é conhecida ainda por Islamismo. Na visão muçulmana, o Islão surgiu desde a criação do homem, ou seja, desde Adão, sendo este o primeiro profeta dentre inúmeros outros, para diversos povos, sendo o último deles Maomé.

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