Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - LINHA TEMPORAL BRITÂNICA (5) (Oitava Parte)

VIKINGS E ANGLO-SAXONS
410 DC – 1066 DC

430 DC
Ninian torna-se o primeiro missionário cristão na Scotland
Ninian provavelmente era filho de soldado romano estacionado na Muralha de Adriano que, após estudar em Roma e na Gaul, viajou para Galloway para difundir o evangelho cristão. Pelo ano 430 DC seus seguidores haviam construído a primeira igreja cristã na Scotland, em Whithorn.
A crônica que registra a ordem do Papa Celestino I a Palladius é a primeira evidência de comunidades cristãs na Ireland. Há algumas indicações de que Palladius alcançou a Ireland e lá desenvolveu trabalho missionário, mas a fama posterior de St. Patrick eclipsou a de Palladius.
Invasores irlandeses subjugaram Patrick, um Roman-Briton, filho e neto de padres cristãos. Ele escapou após alguns anos, mas retornou posteriormente para tornar-se o primeiro missionário cristão conhecido a atuar na Ireland. Cronistas posteriores dataram o seu retorno em 432 DC, provavelmente porque pensaram que não poderia ser antes de Palladius, o primeiro homem indicado como bispo dos cristãos vivendo na Ireland. Hoje ele é o santo patrono da Ireland.

449 DC
Angles e Saxons chegam ao sudeste da Britain
Essa data tradicional para marcar a chegada dos Anglo-Saxons invasores na Britain é tirada da ‘História Eclesiástica dos English’, completada pelo Venerável Bede, um monge Beneditino, em 731 DC. Isso é errado, com quase toda a certeza e outras fontes sugerem que a chegada dos angles e saxons foi parte de um processo de conquista e instalação que começou antes e prosseguiu até mais tarde.

516 DC
Britons, sob o comando de um líder desconhecido, derrotam os Angles e Saxons em Mount Badon
Gildas, um monge british (entre 504 e 570 DC), escreveu que os angles e saxons sofreram um revés em Mount Badon, possivelmente em algum lugar na Britain Suduoeste, derrotados pelos britons. Gildas não menciona o nome do líder dos britons, mas séculos mais tarde a batalha foi associada com o nome do mítico REI ARTHUR. Ao passo que a batalha em si é um evento praticamente real, a data de 516 DC é totalmente incerta.

540 DC
Gildas escreve sobre a chegada dos anglo-saxons
Gildas escreve ‘A Ruína da Britain’ (em latim: ‘De Excidio et Conquestu Britanniae’; em inglês: ‘On the Ruin and Conquest of Britain’), a única fonte contemporânea sobre o colapso da Britain romana e a chegada dos anglo-saxons. Infelizmente não pode ser considerado documento histórico, pois Gildas apenas viu o episódio como uma punição de Deus pelos pecados dos Britons.

565 DC
Columba funda um monastério na ilha Scottish de Iona
Após fundar os monastérios de Derry e Durrow na Irlanda, Columba, um missionário cristão, exila-se da Irlanda, possivelmente como penitência por alguma falta leve. Funda um monastério em Iona, uma ilha ligada à ilha de Mull, oeste da Scotland. Missionários treinados em Iona e suas afiliadas converteram muito da Scotland e England à cristandade. Pelos dois séculos seguintes, Iona tornou-se o mais famoso centro de aprendizado do cristianismo no mundo celta e Columba foi feito santo.

575 DC
Reis irish reúnem-se em Druim Cett para discutir o relacionamento com a Scotland
A convenção de Druim Cett foi realizada para estabelecer as relações entre o rei de Dál Riata, a colônia irish em que se situa agora o oeste da Scotland, e os reis irish do norte da Ireland. Dál Riata era a pequena colônia a partir da qual começou a conquista e colonização Gaelic de grande parte da Scotland.

590 DC
Columbanus inicia trabalho missionário exilando-se da Ireland
Originário de Leinster, onde viveu muitos anos no monastério de Bangor, como outros monges de seu tempo, acabou também por abandonar  a Ireland e embarcar em trabalho missionário no exterior. Esteve na Gaul com 12 companheiros e depois fundou vários monastérios nos reinos Frankish e Italian. Foi feito Santo.

597 DC
Augustine chega em Kent e inicia a conversão da England
A pedido do Papa Gregório I, Augustine conduz uma missão à England em 596 DC, provavelmente a pedido de Æthelberht, rei de Kent, cuja esposa era cristã. Chega em 597 e Æthelberht dá-lhe terras em Canterbury para construir uma igreja. Æthelberht torna-se o primeiro rei anglo-saxon a abandonar o paganismo e tornar-se cristão. Augustine é feito Santo, algumas vezes chamado “Augustine o Inferior” para diferenciá-lo do seu antecessor Santo Augustine

616 DC
Æthelberht morre em Kent
Um dos mais poderosos reis da England, pelo ano 600 DC, ao tempo de sua morte Æthelberht estava perdendo poder para Redwald, rei dos East Angles. Um de seus últimos legados foi o seu código legal, o primeiro escrito em inglês.

627 DC
Edwin of Northumbria torna-se o primeiro rei cristão no norte da England
Influenciado por sua esposa cristã Æthelburh, Edwin levou para a Northumbria (norte da England e sudeste da Scotland), Paulinus, o último dos missionários enviados à Britain pelo Papa Gregório I, que construiu uma igreja de madeira no antigo quartel general legionário romano, em York, e lá batizou Edwin, primeiro rei cristão no norte da England.

633 DC
Aidan funda o monastério de Lindisfarne, Northumbria
Ao morrer Edwin, em batalha, a missão cristão em suas terras sucumbiu. A pedido de Oswald, o novo rei, o abade de Iona enviou o missionário irish Aidan, como o novo bispo. Próximo do castelo real de Bamburgh, ele fundou o monastério de Lindisfarne, onde foram treinados muitos dos missionários que converteram o resto da England. Aidan foi feito Santo.

642 DC
Oswald da Northumbria morre como mártir cristão em batalha
Oswald enfrenta seu inimigo Penda, rei da Mercia, em Oswestry (Shropshire). Como seu predecessor Edwin, Oswald morre em batalha, combatendo o pagão Penda e é por isso visto como mártir cristão. Diz-se que suas relíquias operavam milagres até o sul da Alemanha.

664 DC
É estabelecido o sínodo de Whitby para estabelecer as diferenças entre os cleros romano e celta
Oswiu, rei da Northumbria, realiza reunião em Whitby para estabelecer as práticas religiosas a serem adotadas neste reino – as da igreja celta (Wales, Scotland e norte da England), tal como pregada pelos missionários irish ou as da igreja romana (do sul da England). As matérias incluíram como calcular a data da Páscoa. Ficou decidido seguir a prática de Roma, o que causou a saída de muitos religiosos irish da Northumbria para a Ireland.

668 DC
Theodore é consagrado Arcebispo de Canterbury
O primeiro inglês a ser escolhido Arcebispo de Canterbury, Wighard, havia viajado a Roma para a sua sagração e lá morreu. Para o seu lugar, o Papa Vitalian escolheu Theodore, um pregador grego de Tarsus. Embora em idade avançada, Theodore trabalhou no cargo por 21 anos e muito realizou para fortalecer a Igreja English, tornando Canterbury o maior centro de aprendizado.

678 DC
O Bispo Wilfrid de York é expulso de sua diocese
Wilfrid tornou-se bispo da Northumbria logo após o sínodo de Whitby, em 664 DC. Sua diocese era uma das maiores da cristandade, estendendo-se de Humber a Edinburgh e além. Sua recusa em concordar com a divisão da sua diocese foi, provavelmente, a razão da sua expulsão por Ecgfrith, rei da Northumbria e o arcebispo de Canterbury, Theodore.

685 DC
Ecgfrith da Northumbria e suas forças são expulsas da Scotland
Ecgfrith da Northumbria invadiu o norte da Scotland, numa tentativa de finalmente subjugar as tribos nas fronteiras mais ao norte do seu reino. O exército dos Picts, sob o comando do rei Bruide (primo de Ecgfrith) encontra-o em Dunnichen Moss (Forfarshire) e inflige-lhe derrota devastadora. Com isso, a dominação Anglo-Saxon na Scotland chega a um abrupto fim.

690 DC
Começa o trabalho entre os pagãos Frisians
Willibrord, de Yorkshire, inspirado por St. Egbert, um padre English vivendo na Ireland, inicia seu trabalho missionário em 690 DC entre os pagãos frisians. O Papa Sergius o faz bispo da nova diocese de Utrecht onde trabalha como missionário por 49 anos.

704 DC
Loingsech Mac Óengusso, “Rei da Ireland”, é morto quando invadindo Connacht
Loingsech e seu avô Domnall Mac Áedo, foram os únicos dois reis, antes do século IX, a serem chamados “Reis da Ireland” por historiadores Irish. Eles vinham do grupo Ui Neill (O’Neill) das dinastias de Ulster. Suas forças foram desbaratadas e ele foi morto durante uma invasão de Connacht, província histórica localizada a oeste da Ireland.

Até 1066 DC a linha temporal prossegue com a Britain sob o domínio Anglo-Saxon, quando passa ao domínio da Normandia, até o ano 1154 DC, que marca o início da Idade Média, encerrando-se em 1485.
Se retornarmos às origens desse imenso trabalho cujo título resumido seria uma “História da Great Britain”, lembraremos que o seu grande motivador é o Rei Arthur e seus cavaleiros da “távola redonda”. Para os leitores interessados, que já tiveram a paciência de aguentar esse imensa história, até aqui, podemos nesse ponto interromper essa linha temporal, visto que a figura do Rei Arthur aparece justamente pouco antes dessa época, como um dos lendários defensores do solo da Britain da dominação estrangeira; no caso, da dominação anglo-saxon.
A partir desse momento, para alegria dos meus leitores, entraremos no assunto específico que nos propusemos apresentar, qual seja, a “história” do Rei Arthur e seus Cavaleiros. Para isso, nos restringiremos, temporalmente, ao período em que, supostamente teria vivido esse famoso personagem da história das ilhas britânicas. Mas todas as postagens precedentes, terão servido para fornecer aos leitores informações importantes quanto ao cenário, terminologia e acontecimentos importantes, prévios e ao tempo da vida do nosso personagem principal. Pelo menos é o que espera o autor.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - LINHA TEMPORAL BRITÂNICA (4) (Sétima Parte)

VERÃO DE 182 DC
Uma guerra em larga escala eclode ao norte da Britain
As tribos do que é hoje o sul da Scotland e o norte da England nunca foram totalmente pacificadas e revoltas eram relativamente freqüentes. Em 182, uma guerra de incursões e escaramuças eclodiu ao longo da muralha de Adriano. A despeito de todas as tentativas a luta continuou por anos. Por esse tempo, muitas cidades afastadas para o sul procuraram segurança construindo barreiras de defesa de madeira e terra.

INVERNO DE 191/192 DC
Decimus Clodius Albinus torna-se governador da Britain
Em seguida aos assassinatos de Commodus, em dezembro de 192 DC e seu sucessor, Pertinax, em março de 193 DC, três rivais ao trono surgiram em diferentes partes do império: Clodius Albinus na Britain, Septimius Severus, na Pannonia, e Pescennius Niger, na Síria.

OUTONO DE 196 DC
Clodius Albinus é aclamado imperador pelas legiões da Britain e Espanha
Clodius Albinus alinhou com Septimius Severus na guerra civil que seguiu o ano 192 DC. Severus derrotou e matou seu rival do oriente, Pescennius Niger, em 194. É provável que Clodius Albinus tenha se antecipado a Severus, invadindo a Gaul e se declarado imperador, provavelmente no outono de 196 DC.

197 DC
Clodius Albinus é morto na batalha de Lugdunum (Lyons)
Após ter-se auto declarado imperador pelas legiões da Britain e Espanha, em 196 DC, Albinus é morto na batalha de Lugdunum, em luta contra Septimius Severus, seu opositor direto ao trono imperial.

INVERNO DE 197/198 DC
Comissários militares romanos chegam à Britain para sufocar a oposição
Logo após a derrota e morte de Albinus, o imperador Severus envia agentes e tropas à Britain para purificar a administração do apoio rival e reconstruir as defesas do norte, semi-destruídas pelas revoltas das tribos locais naquele período.

VERÃO DE 209 DC
O imperador Severus empreende batalha no norte da Britain
Um conflito de fronteira leva o imperador Severus a conduzir seu exército numa tentativa renovada de subjugar as tribos caledônias no extremo norte da Britain, que adotam a guerra de guerrilha, deixando os romanos atolados num conflito prolongado e inconclusivo. Tratados de paz são assinados, mas assim que Severus se retira para o sul, a tribo Maetae se revolta.

INVERNO DE 211/212 DC
A Britain é dividida em duas províncias romanas
Num esforço para finalmente subjugar a Britain e melhorar sua administração, um plano concebido por Severus em 197 DC, foi posto em execução em 211 DC, por ele ou já por seu filho Caracalla, para repartir a província em duas. A província do sul foi chamada de Britannia Superior, com sua capital em Londinium (London), e a do norte chamada Britannia Inferior, com a capital em Eboracum (York).
No mesmo período, morre Severus em Eboracum, sem conseguir esmagar as tribos caledônias. O império é deixado aos seus dois filhos Caracalla e Geta, que abandonam as campanhas contra as tribos do norte da Britain para retornar a Roma e pressionar por suas reivindicações ao trono.

250 DC
Novos inimigos atacam o norte e o oeste da Britain e os Picts aparecem no registro
Neste período novos inimigos ameaçam as British Isles. Os Scots – possivelmente da Ibéria – atacam Ulster e o oeste da Scotland. Angles, Saxons e Jutes atacam a costa leste a partir da Alemanha. Por esse tempo os registros também mostram o primeiro uso da palavra “Picts” para descrever uma reunião de tribos ao norte da Scotland. A origem do nome é incerta, mas pode vir do latim para significar “pessoas pintadas”.

255 DC
Iniciados os trabalhos de uma muralha marginal em Londinium
Os trabalhos iniciados para proteção da cidade, no início do século III, foram concluídos em meados do século IV no trecho final ao longo da margem norte do Rio Thames para completamente impedir os ataques anfíbios à cidade. Essa e outras medidas semelhantes em toda a Britain demonstram o prenúncio de tempos significativamente mais complicados.

INVERNO DE 259/260 DC
O Império Gallic é criado pelo usurpador Postumus
Enquanto defensor do império ocidental de incursões de tribos “bárbaras”, Postumus declara-se imperador do Império Gallic, reconhecido e formado pela Britain, Gaul e Espanha, ao passo que o Imperador “verdadeiro”, Gallienus, retém o poder nas províncias restantes. Postumus é assassinado por seus soldados em 268, mas o Império Gallic dura até 274 DC, quando Tetricus devolve as províncias ao verdadeiro imperador romano, Aureliano, após decisiva batalha em Gaul.

VERÃO DE 267 DC
O usurpador Carausius declara-se imperador e apodera-se da Britain
Carausius, almirante da frota do Canal, acusado de corrupção pelo Imperador Maximiano, apodera-se da Britain e norte da Gaul, com forte apoio local, estabelecendo uma eficiente administração. Busca legitimar os seus atos cunhando suas próprias moedas e reconhecendo os legítimos imperadores romanos Diocleciano e Maximiano, que rejeitam suas propostas.

OUTONO DE 293 DC
Baseado na Britain, o usurpador Carausius é assassinado e substituído por Allectus

Derrotado por forças leais a Roma, Carausius perde o controle do norte da Gaul e é posteriormente assassinado por seu tesoureiro Allectus, que inicia a construção das defesas costeiras na Britain para resistir às invasões – os chamados ‘fortes saxões da costa’. Para apoiar a sua reivindicação de autoridade e lealdade, Allectus ordena a construção de palácio em sua capital Londonium (London).

VERÃO DE 296 DC
O imperador romano Constantius recupera a Britain
Nessa época, o império romano era dirigido por um grupo de quatro, que formavam a ‘Tetrarquia’. Maximiano, o imperador ‘senior’ encarregado do ocidente, enviou seu júnior, Constantius Chlorus, para recuperar a Britain. Este derrotou e matou o usurpador Allectus e, de acordo com a política da Tetrarquia, reclassificou a Britain como uma ‘diocese’, dividindo-a em quatro províncias: Maxima Caesariensis, Britannia Prima, Flavia Caesariensis e Britannia Secunda.

OUTONO DE 306 DC
Constantino é aclamado imperador pelo exército na Britain
Após a morte do imperador Constantius, seus soldados em Eboracum (York) aclamam seu jovem filho Constantino como o novo imperador. Após um período de guerra civil dentro do império, Constantino derrotou seu rival remanescente, Maxentius, na batalha de Milvian Bridge em 312 DC e restaurou a regra de um só imperador no Ocidente, derrotando a Tetrarquia.

VERÃO DE 314 DC
O Édito de Milão encerra a perseguição aos cristãos no império romano.
O Édito de Milão ‘legalisa’ o cristianismo e é visto, muitas vezes, como o ponto em que o Império tornou-se cristão. Sabe-se pouco sobre o cristianismo na Britain. Pode ter chegado na Scotland em torno de 205 DC e na England e Wales um século após. Pelo século V teria penetrado o sul da Irlanda.

INVERNO DE 343/344 DC
O Imperador Constans faz breve visita à Britain
Parece indicar, em virtude de arriscar-se na travessia durante os meses de inverno e apenas permanecer tempo muito curto, que tenha havido uma emergência militar

OUTONO DE 353 DC
Paolo ‘a Corrente’ lidera uma delegação para eliminar oposição na Britain
Após a derrota do usurpador Magnentius, o imperador Constantius II envia Paolo, chamado ‘a Corrente’ por suas práticas repressivas e o hábito de prender seus prisioneiros em pesadas correntes, para investigar e expurgar os seus seguidores na Britain. Entre suas vítimas estava Martinus, vigário da diocese da Britain, que comete suicídio ao invés de enfrentar o julgamento.

VERÃO DE 367 DC
Invasores bárbaros lançam um ataque coordenado à Britain Romana
Picts da Scotland, Attacotti das Ilhas Ocidentais, Scots da Ireland e Franks e Anglo Saxons da Germany lançam ataques quase simultâneos, esmagando as defesas de fronteira da Britain Romana. Um general romano é morto e outro derrotado, permitindo aos invasores a pilhagem da província. Muitas vezes refere-se a esse evento como a ‘Grande Conspiração’.

VERÃO DE 369 DC
Theodosius expulsa os bárbaros e restaura as defesas britânicas
Expulsa os invasores da Britain sul, restaurando as defesas de fronteira. Tais invasões, entretanto, continuam até o ano 400 DC de forma que três reinos não romanos foram estabelecidos ao norte da Muralha de Adriano: Strathclyde (central-sul da Scotland), Gododdin (moderna Lothian) e Galloway. A essa época os romanos haviam definitivamente abandonado as tentativas de controlar a Scotland.

VERÃO DE 383 DC
Magnus Maximus é aclamado imperador romano na Britain
Magnus Maximus, possivelmente um governador da Britain, é proclamado imperador por suas tropas. Luta na Gaul, derrotando e matando o imperador Gratianus (da Gaul, Britain e Espanha); em seguida expulsa de Roma o imperador Valentiniano II (de Illyricum, África e Itália) para assegurar a sua posição no Império Ocidental. Retém o poder por cinco anos antes de ser derrotado e executado pelo imperador Theodosius.

VERÃO DE 400 DC
As tropas romanas são retiradas da Britain para defender a Itália
Stilicho, o comandante dos exércitos romanos no oeste, é obrigado a retirar suas tropas da Britain para defender a Itália contra a invasão de Alarico, o Bárbaro; em conseqüência, a guarnição da Britain fica muito enfraquecida para uma adequada defesa contra novos ataques de bárbaros.

INVERNO DE 407/408 DC
Constantino III é proclamado imperador pelo exército na Britain
Por essa época, os limites do império Romano eram frequentemente rompidos pelos invasores bárbaros e havia um persistente senso de crise militar. A fronteira do Reno havia sido rompida e Theodosius I responde retirando tropas para defender a Itália. A guarnição em Britain rebela-se e proclama um General, Constantino III, imperador. Ele atravessa o continente para ser derrotado por um exército leal a Theodosius.

VERÃO DE 409 DC
Os Britons encerram sua lealdade a Roma
Após Constantino III ter atravessado o continente com parte do exército para lutar contra o poder supremo, os Britons lutam com sucesso, por sua conta, contra uma incursão de saxões em 408 DC. Um ano após, supostamente, expulsam a administração romana e começam a gerenciar suas próprias questões.

VERÃO DE 410 DC
Os britons enviam um vão apelo por assistência militar ao imperador romano.
Cerca de 410 DC, as tropas romanas começam a ser continuamente retiradas da Britain para ajudar nas guerras em vários lugares do império. Há um persistente e geral estado de crise militar, com incursões em todas as frentes por Angles, Saxons, Picts e Scots; a Britain apela por ajuda ao imperador Honorius. Este responde-lhes que devem lutar por suas próprias defesas. Esse ato é muitas vezes visto como referência ao fim da Britain romana, embora instituições romanas e seu modo de vida ainda perdurassem.

sábado, 8 de janeiro de 2011

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - LINHA TEMPORAL BRITÂNICA (3) (Sexta Parte)

BRITAIN ROMANA
43 DC – 410 DC

INÍCIO DO VERÃO DE 43 DC
O Imperador Claudius ordena a invasão da Britain
Um exército de quatro legiões e aproximadamente 20.000 auxiliares, comandados pelo Senador Aulus Plautius, atraca em Richborough, Kent. Os romanos enfrentam e derrotam um grande exército de Britons chefiados por Caratacus e seu irmão Togodumnus, reis dos Catuvellauni, no rio Medway, Kent. Pouco depois são novamente derrotados no Thames, perecendo Togodumnus e retirando-se Caratacus para terrenos mais defensáveis, a oeste.
Local da invasão romana, em Richborough, na England sudeste  

FIM DO VERÃO DE 43 DC
A capital British Camulodunum (Colchester) cai frente aos romanos
O Imperador Claudius chega à England para, simbolicamente, conduzir seus exércitos à vitória. Em agosto cai a capital da poderosa tribo Catuvellauni e, com todo o sudeste da Britain devastada, onze reis british se submetem. O comandante Aulus Plautius é nomeado primeiro governador romano da Britain, mas a maior parte da Ilha não seria pacificada pelo menos por 50 anos.

VERÃO DE 44 DC
O general romano Vespasiano captura os fortes de colina de Dorset.
Prosseguindo na segunda fase da conquista da Britain, o general romano Titus Flavius Vespasianus, futuro imperador, trava numerosas pequenas batalhas e captura uma linha de fortes de colina, incluindo Maiden Castle e Hod Hill. 












O forte de colina de Maiden Castle em Dorset                                                                             Ruinas romanas de Maiden Castle

47 DC
Aulus Plautius é substituído por Publius Ostorius Scapula como governador da nova província.
Ordenados a depor suas armas pelo novo governador, membros da tribo Iceni, aliados de Roma e baseados em East Anglia, resistem, mas a rebelião é rapidamente controlada.

VERÃO DE 49 DC
Cidade-Colônia romana é fundada em Camulodunum (Colchester), logo tornando-se a capital da província da Britain
A cidade foi fundada para abrigar legionários que se aposentavam, com a conversão de barracas em casas privadas, ereção de prédios públicos e início da construção de um templo para o culto imperial. Terras locais foram confiscadas para a criação de fazendas para os veteranos.

VERÃO DE 51 DC
Caratacus, o líder da resistência british é derrotado e capturado
Após ter fugido para as tribos dos Silures e dos Ordovices, em Gloucestershire e Wales, Caratacus travou uma verdadeira guerra de guerrilha; finalmente foi trazido para o campo de batalha e derrotado pelo governador romano Publius Scapula. Apesar de tudo, foi-lhe permitido acabar seus dias em retiro na Itália.

VERÃO DE 52 DC
A guerrilha eclode a sudeste de Wales
Logo após a morte do governador Publius Scapula, em 52 DC, por esgotamento no cargo, as tribos Silures passam à luta. O conflito malogrou sob seu sucessor Aulus Didius Gallus e em 58 DC um novo governador, Quintus Veranius Nepos, finalmente esmaga os Silures e pacifica a região com uma rede de estradas e guarnições.

INÍCIO DO VERÃO DE 61 DC
Os romanos atacam os druidas no extremo oeste da Britain
Os druidas eram sábios sacerdotes da antiga Britain. Entretanto “druida” era também a palavra genérica usada pelos romanos para indicar todos aqueles que resistiam ao seu comando. Para subjugar os druidas no extremo oeste da Britain, o governador romano Gaius Suetonius Paulinus domina a ilha de Mona (Anglesey), mas é forçado a interromper sua campanha para abafar uma revolta dos Iceni, comandados por Boudicca, esposa do rei Prasutagus, morto em combate, no sudeste da Britain. As cidades romanas de Camulodunum, Londinium (London) e Verulamium (St. Albans) são incendiadas e morrem milhares. Boudica é finalmente derrotada e morre logo em seguida.
Ilha de Anglesey, no mar da Irlanda 

VERÃO DE 69 DC
A morte de Nero deflagra o motim no exército romano da Britain
Com a morte de Nero no ano 68 DC, quatro imperadores se seguiram em rápida sucessão: Galba, Otho, Vitellius e Vespasiano, que já havia conduzido uma legião vitoriosa na conquista da Britain. Os motins e revoltas que ocorreram em Roma, também aconteceram na Britain.
A tribo dos Brigantes, ao norte da Britain, era aliada dos romanos, dirigida por Cartimandua e seu esposo Venutius, e lideraram o apoio a Caratacus, contra os romanos, no ano 51. Separaram-se logo e Venutius tentou uma revolta, sufocada pelos romanos. Em 69 DC, com o império romano em guerra civil, Venutius ensaiou uma segunda revolta contra Cartimandua - desta feita com sucesso – que, derrotada, fugiu para os romanos.

VERÃO DE 71 DC
Os romanos conquistam o norte da Inglaterra
O novo governador da Britain, Quintus Petilius Cerialis, sob ordens do imperador Vespasiano, investe contra Venutius, o líder rebelde da tribo dos Brigantes, e o derrota. Ao fim do seu governo, em 74 DC, Cerialis havia alcançado Carlisle, onde construiu o último de uma série de fortes de guarnição.

VERÃO DE 78 DC
Os romanos conquistam Wales
Sextus Julius Frontinus, sucedendo a Cerialis em 74 DC, após três anos de campanha havia conseguido tudo com exceção de completar a conquista e ocupação do oeste da Britain. O território foi pacificado pela colocação de fortes auxiliares nas colinas, ligados por estradas. Uma legião em Caerleon, a sudeste, e a outra em Chester, a nordeste, poderiam responder, rapidamente, a qualquer revolta.

OUTONO DE 78 DC
Os romanos invadem Mona e destroem um centro de druidismo
O novo governador romano, Gnaeus Julius Agricola, conduz um exército para a região dos recém conquistados Ordovices, então sublevados, e dizima-os. Invade então a ilha de Mona destruindo o último centro druida importante. Os druidas não deixaram textos escritos, mas eram, provavelmente, animistas que praticavam sacrifícios humanos e reconheciam bem mais do que 400 diferentes deuses.

OUTONO DE 79 DC
Inauguração do centro cívico de Verulamium
A inauguração do centro cívico de Verulamium, hoje cidade de St. Albans, foi um evento de pompa e cerimônia, assistido pelo governador Agricola. Compreendia uma praça (fórum) com lojas com colunatas, uma sala de reuniões com escritórios do conselho e templos do culto oficial circunvizinhos. Logo torna-se uma das maiores e mais ricas cidades de Britain romana

INVERNO DE 79/80 DC
Os aristocratas locais são encorajados a abandonar a antiga cultura British
Numa proposta para encerrar o comportamento belicoso dos Britons, o governador romano Agricola iniciou uma campanha para encorajar os aristocratas nativos a aprender latim, vestir a toga e investir em municipalidades florescentes, pela doação de estátuas e prédios. Evidência arqueológica sugere que a romanização foi imediata e que ao final do primeiro século DC o sudeste da Britain estava repleta de vilas e cidades ao estilo romano.

OUTONO DE 82 DC
O governador romano Agricola cogita da invasão da Irland
Tendo subjugado o que hoje é o sudoeste da Scotland, Agricola considerou, mas nunca executou, a invasão da Irlanda, chegando a dar refúgio a um príncipe exilado irlandês, como pretexto para a tentativa. Entretanto, contatos comerciais regulares foram iniciados entre a Irlanda e a Britain romana.

FINAL DO VERÃO DE 84 DC
Os romanos derrotam tribos caledônias na batalha de Mons Graupius
Mais de três anos após estender o controle romano ao que é hoje a Scotland, o governador Agricola finalmente teve sucesso ao trazer as tribos caledônias a uma batalha intensa, em lugar não identificado, chamado Mons Graupius, provavelmente em algum lugar das Scottish Highlands, e infligir-lhes pesada derrota, retirando-se para o sul, após. Ele também enviou navios pela costa da Scotland para estabelecer verdadeiramente que a Britain era uma Ilha.

VERÃO DE 87 DC
A fortaleza legionária no extremo norte da Britain é evacuada
Pressão exercida em algum lugar nas bordas do império romano – possivelmente na Dacia (hoje, Moldova) – obriga os romanos a retirarem as tropas do extremo norte da Britain ao final dos anos 80’ DC. Evidência arqueológica inconclusiva sugere que a fortaleza em Inchtuhill (Tayside, Scotland) foi sistematicamente desmantelada e abandonada, menos de quatro anos após sua construção.

VERÃO DE 100 DC
Os romanos estabelecem uma nova fronteira na linha Tyne-Solway
Pelos mesmos problemas na Dacia, o novo imperador Trajano ordenou uma completa retirada das forças romanas da Scotland e uma nova fronteira, compreendendo estrada, fortes e estações sinalizadoras, foi estabelecida através de uma linha leste-oeste através da moderna Northumberland, entre Newcastle-upon-Tyne e Carlisle, no Solway. Vindolanda foi um dos fortes sobre esta chamada “Stanegate Line”.

VERÃO DE 122 DC
O imperador Adriano ordena a construção de uma muralha através da Britain norte
Adriano era um talentoso administrador que estabeleceu uma política de criar barreiras, naturais ou criadas pelo homem, nos limites externos do império. Idealizando uma nação separada dos “bárbaros”, ele constrói, com soldados romanos, uma muralha de pedra com quase 120 km de comprimento desde a moderna Newcastle até Carlisle. Ela marca o limite extremo norte do império, servindo como um permeável controle de fronteira para o movimento de pessoas e bens e uma real fortificação defensiva em tempos de disputa.

Muralha Adriano, de New Castle a Carlisle

VERÃO DE 142 DC
Iniciada a construção da Muralha Antonine, ao norte da Muralha de Adriano
Concluída a Muralha de Adriano, o novo imperador, Antoninus Pius, determinou que seu governador na Britain, Quintus Lollius Urbicus, avançasse para uma fronteira ao norte, bem mais curta, do estuário do Clyde ao estuário do Forth e aí uma muralha de pedra foi construída, com cerca de 60 km de comprimento. O objetivo principal era subjugar as tribos no que hoje é o norte da England e o sul da Scotland.

Muralha Antonina, da foz do Forth à foz do Clyde

VERÃO DE 142 DC
Um incêndio destrói ma boa parte de Verulamium central (St Albans)
Embora uma das maiores e mais ricas cidades do segundo século da Britain romana, Verulamium era ainda composta, em sua maior parte, de pequenas casas e lojas de madeira. O que provavelmente começou como um fogo doméstico, rapidamento se alastrou, varrendo a parte central da cidade, soprado por ventos fortes. O prejuízo foi tão grande que alguns locais levaram mais de século para serem recompostos.

VERÃO DE 163 DC
A muralha Antonine é evacuada e os romanos recuam para a muralha de Adriano
Apenas passadas duas décadas a política romana sobre a fronteira norte da Britain mudou novamente. A grande conquista do imperador Pius, as terras altas do sul da Scotland, havia sido abandonada logo que ele morreu e o exército abandonou a muralha Antonine, retirando-se para a muralha de Adriano