Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

quarta-feira, 31 de julho de 2013

BREVE HISTÓRIA DO IMPÉRIO ROMANO - PARTE 11 (FINAL)

Império Bizantino no exílio(em cinza), ou Império de Niceia
No início da postagem, como tenho feito sempre, lembro do interesse e/ou necessidade de recorrer ao "Anexo III - Imperadores do Império Romano do Oriente".
O Império de Niceia lutou para sobreviver nas décadas seguintes e, por meados do século XIII, perdeu muito do sul da Anatólia. Numerosas pazes e alianças foram estabelecidas e quebradas, à medida que evoluíam as lutas entre o Império Latino, os búlgaros e os seljúcidas de Iconium (atual Konya, na Turquia). Seu sucessor, João III Ducas, expandiu o território até ao Mar Egeu e aliou-se ao Sacro Império Romano-Germânico casando com a filha de Frederico II. Seus sucessores foram Teodoro II Láscaris e João IV Láscaris que, muito jovem, teve o trono usurpado por Miguel VIII Paleólogo, autoproclamado co-imperador e regente após afastar os tutores legítimos, iniciando a Dinastia Paleóloga (1261 a 1453).
Miguel VIII Paleólogo planejou atacar Constantinopla, o que seus antecessores nunca tinham feito. Aliando-se a Gênova (rival de Veneza nas rotas do comércio mediterrânico) consegue reconquistar a cidade em 1261, porém Constantinopla não recuperou o antigo esplendor, iniciando a decadência que quase dois séculos depois levaria ao fim definitivo do império, principalmente pelas novas ameaças, agora do Império Otomano.
Os esforços de Andrônico II e, mais tarde, de seu neto Andrónico III marcaram as últimas tentativas genuínas do Bizâncio em restaurar a glória do império. Durante o reinado de Andrônico II, o império perdeu boa parte da Bitínia para os otomanos de Osman I e os búlgaros tomaram entre 1305-1307, sob Teodoro Svetoslav da Bulgária, uma parte significativa do nordeste da Trácia.
Durante o reinado de Andrónico III, que assumiu o império após uma desastrosa guerra civil, novos territórios foram perdidos: na Ásia Menor os otomanos tomaram Niceia (1331) e Nicomédia (atual İzmit) (1337), restando ao império poucos territórios costeiros. Após uma desastrosa guerra contra o Império Búlgaro, Constantinopla, no acordo de paz, perdeu mais alguns territórios.
As coisas tornaram-se piores para Bizâncio durante a guerra civil que se seguiu à morte de Andrônico III. Os seis longos anos de guerra civil devastaram o império, permitindo que o governante sérvio Estêvão Uroš IV Dušan conquistasse a maior parte dos territórios restantes do império principalmente na Macedônia formando o Império Sérvio, um reino que teve vida curta. Em 1354, um terremoto devastou Gallipoli, permitindo que os otomanos se estabelecessem na Europa. Também houve uma guerra contra os genoveses.
Sob João V Paleólogo, o império assistiu à conquista turca de Andrinopla (atual Edirne) e Filipópolis (atual Plovdiv). Novas guerras civis assolaram o império e quando estas cessaram os turcos haviam derrotado os sérvios tornado-os vassalos do império. Depois da Batalha do Kosovo, grande parte dos Bálcãs foi dominado pelos turcos.
Os imperadores recorreram à ajuda do Ocidente, mas o papa só considerou o envio de ajuda em troca de uma reunião da Igreja Ortodoxa com a Santa Sé de Roma (separadas desde o cisma de 1054). A Unidade da Igreja (aprovada no Segundo Concílio de Lyon em 1272) foi considerada e, ocasionalmente, realizada por decreto imperial, mas os cidadãos e o clero ortodoxo intensamente ressentiram a autoridade de Roma e o rito latino. Algumas tropas ocidentais chegaram para reforçar a defesa cristã de Constantinopla, mas a maioria dos governantes ocidentais, distraídos com seus próprios assuntos, não fez nada para com os otomanos que estava tomando os territórios remanescentes dos bizantinos. Na década de 1370, uma nova guerra civil depôs João V, quando o império era pouco mais do que um estado vassalo dos otomanos, em favor de seu filho Andrônico IV Paleólogo, mas o Império foi obrigado a ceder Galípoli e Filadélfia para os turcos otomanos. Tenedos, despovoada, foi cedida aos genoveses, tornando-se território neutro.
O império sentiu-se um pouco desafogado quando, em 1402, Tamerlão derrotou os otomanos na Batalha de Ancara, e pelo interregno no império otomano causado por guerra civil entre os herdeiros do sultão Bayezid I. Foi durante a guerra civil otomana que Bizâncio reconquistou a margem europeia do Mar de Mármara e Tessalônica, posteriormente retomada pelos turcos.
Em 1422, Manuel II Paleólogo apoiou um príncipe otomano ao trono, visando uma duradoura trégua no futuro, ao que o sultão Murad II respondeu com um contingente de 10 mil soldados para cercar Constantinopla mais uma vez. Após várias horas de batalha, ordenou a sua retirada acrescentando mais uma sobrevida a Constantinopla.
A grande verdade é que o cisma entre Igrejas Católica e Ortodoxa manteve Constantinopla distante das nações ocidentais e, mesmo durante os cercos de turcos muçulmanos, não conseguira mais do que indiferença de Roma e seus aliados. Em uma última tentativa de aproximação para evitar a constante ameaça turca, o Imperador João VIII Paleólogo promoveu um concílio em Ferrara, na Itália, onde as diferenças entre as duas fés foram rapidamente resolvidas. Entretanto, a aproximação provocou tumultos entre a população bizantina, dividida entre os que rejeitavam a igreja romana e os que apoiavam a manobra política de João VIII.
João VIII morreu em 1448, e seu filho Constantino XI assumiu o trono no ano seguinte. Era uma figura popular, tendo lutado na resistência bizantina no Peloponeso frente ao exército otomano, mas seguia a linha de seu pai na conciliação das igrejas oriental e ocidental, o que causava desconfiança não só entre o clero bizantino como também no Sultão Murad II, que via esta aliança como um ameaça de intervenção das potências ocidentais na resistência à sua expansão na Europa.
Constantino XI, último imperador Romano do Oriente

V.3.4 – A Queda do Império Romano do Oriente

Em 1451, Murad II morreu, sendo sucedido por seu jovem filho Maomé II (ou Mahmed II). Inicialmente, Maomé prometera não violar o território bizantino. Isto aumentou a confiança de Constantino que, no mesmo ano se sentiu seguro o suficiente para exigir o pagamento de uma anuidade para a manutenção de um obscuro príncipe otomano, mantido como refém, em Constantinopla. Mais furioso pelo ultraje do que pela ameaça a seu parente em si, Maomé II ordenou os preparativos para um cerco total à capital bizantina.
Os dois lados se prepararam para a guerra. Os bizantinos, agora com a simpatia das nações católicas, enviaram mensageiros às nações ocidentais implorando por reforços e conseguindo promessas. Três navios genoveses contratados pelo Papa estavam a caminho com armas e provisões. O Papa ainda havia enviado o cardeal Isidro, com 300 arqueiros napolitanos de sua guarda pessoal. Os venezianos enviaram em meados de 1453 um reforço de 800 soldados e 15 navios com suprimentos, enquanto os cidadãos venezianos residentes em Constantinopla aceitaram participar das defesas da cidade. A capital bizantina ainda recebeu reforços dos cidadãos de Pera e genoveses renegados, entre os quais Giovanni Giustiniani Longo, que se encarregaria das defesas da muralha leste, e 700 soldados. Tonéis de fogo grego(1) , armas de fogo e todos os homens e jovens capazes de empunhar uma espada e um arco foram reunidos. Entretanto, as forças bizantinas provavelmente não chegavam a 7 mil soldados e 26 navios de guerra ancorados no Corno de Ouro. Maomé, por sua vez, reuniu um exército estimado em 100 mil soldados, 80 mil dos quais soldados turcos profissionais e os demais mercenários e aventureiros que seriam usados para os ataques diretos.
Maomé II, turco conquistador de Constantinopla
Os otomanos iniciaram o cerco construindo rapidamente uma fortaleza 10 km ao norte de Constantinopla. Maomé II sabia que os cercos anteriores haviam fracassado porque a cidade recebia suprimentos pelo mar; tratou então de bloquear as duas entradas do Mar de Mármara, com uma fortaleza armada com 3 canhões no ponto mais estreito do Bósforo, e pelo menos 125 navios ocupando Dardanelos, o mar de Mármara e o oeste do Bósforo.
Constantinopla estava despovoada e em ruínas. A população da cidade havia colapsado de tal forma que já era pouco mais do que um aglomerado de vilas separadas por campos. O pavor agia como uma epidemia, corroendo os nervos dos patrícios, dos nobres, da corte e do povo em geral. Dias mais depressivos sobrevieram quando a grande bombarda(2) turca (a Grã Bombarda) começou a despejar bolas de pedra contra as portas e as muralhas da cidade. Pela frente, os turcos invasores viam uma linha de 22 km de muralhas e 96 torres bem fortificadas por vencer.
O cerco começou oficialmente em 6 de abril de 1453, quando o grande canhão disparou o primeiro tiro em direção a Constantinopla. A muralha, até então imbatível naquele ponto, não havia sido construída para suportar ataques de canhões e em menos de uma semana começou a ceder. Todos os dias, ao anoitecer, os bizantinos se esgueiravam para fora da cidade para reparar os danos causados pelo canhão com sacos e barris de areia, pedras estilhaçadas da própria muralha e paliçadas de madeira. Os otomanos evitaram o ataque pela costa, onde as muralhas eram reforçadas por torres com canhões e artilheiros que poderiam destruir toda a frota em pouco tempo. Com isso, o ataque inicial restringiu-se a uma só frente, o que possibilitou tempo e mão de obra suficientes aos bizantinos para suportarem o assédio.
Giovanni Longo, comandante bizantino
No início do cerco, os bizantinos conseguiram duas vitórias animadoras. Em 12 de abril, o almirante búlgaro a serviço do Sultão, Suleimã Baltoghlu, foi repelido pela armada bizantina ao tentar forçar a passagem pelo Corno de Ouro. Seis dias depois, o Sultão Maomé II tentou um ataque à muralha danificada, mas foi derrotado por um contingente bem menor, mas mais bem armado de bizantinos, sob o comando de Giovanni Longo.
Em 20 de abril os bizantinos avistaram os navios enviados pelo Papa, mais um outro navio grego com grãos da Sicília, que atravessaram o bloqueio de Dardanelos quando o Sultão deslocou seus navios para o Mar de Mármara. Baltoghlu tentou interceptar os navios cristãos, mas viu sua frota ser destruída por ataques de fogo grego despejado sobre suas embarcações. Os navios chegaram com êxito ao Corno de Ouro e Baltoghlu foi humilhado publicamente pelo Sultão e dispensado.
Em 22 de abril, o sultão aplicou um golpe estratégico nas defesas bizantinas. Impossibilitado de atravessar a corrente flutuante que fechava o Corno de Ouro, o sultão ordenou a construção de uma estrada de rolagem ao norte de Pera, por onde os seus navios poderiam ser puxados por terra, contornando a barreira. Com os navios posicionados em uma nova frente, os bizantinos logo não teriam recursos para reparar suas muralhas. Sem escolha, os bizantinos se viram forçados a contra-atacar, e em 28 de abril tentaram um ataque surpresa aos turcos no Corno de Ouro, mas foram descobertos por espiões e executados. Os bizantinos então decapitaram 260 turcos cativos e arremessaram seus corpos sobre as muralhas do porto.
A Grã Bombarda, origem do canhão
Bombardeados diariamente em duas frentes, os bizantinos raramente eram atacados pelos soldados turcos. Em 7 de maio o Sultão tentou um novo ataque ao vale do Lico (o rio Lico adentra Constantinopla pelo noroeste da Turquia), mas foi novamente repelido. No final do dia, os otomanos começaram a mover uma grande torre de assédio, mas durante a noite soldados bizantinos conseguiram destruí-la antes que fosse usada. Os turcos também tentaram abrir túneis por baixo das muralhas, mas os gregos cavavam do lado interno e atacavam de surpresa com fogo ou água. A mão de obra estava sobrecarregada, os soldados cansados e os recursos escasseando; o próprio Constantino XI coordenava as defesas, inspecionava as muralhas e reanimava as tropas por toda a cidade.
Ao mesmo tempo, os turcos enfrentavam problemas. O custo para sustentar um exército de 100 mil homens era muito grande e oficiais comentavam da ineficiência das estratégias do Sultão até então. Maomé II se viu obrigado a lançar um ultimato a Constantinopla: os turcos poupariam as vidas dos cristãos se o imperador Constantino XI entregasse a cidade. Como alternativa, prometeu levantar o cerco se Constantino pagasse um pesado tributo. Com os tesouros vazios desde o saque feito pela Quarta Cruzada, Constantino foi obrigado a recusar a oferta e Maomé lançou um ataque rápido e decisivo. Ordenou que as tropas descansassem no dia 28 de maio para se prepararem para o assalto final no dia seguinte. Pela primeira vez em quase dois meses não se ouviu o barulho dos canhões e das tropas em movimento. Para quebrar o silêncio e levantar o moral para o momento decisivo, todas as igrejas de Constantinopla tocaram seus sinos por todo o dia.
Durante a madrugada do dia 29 de maio de 1453, Maomé lançou um ataque total às muralhas, composto principalmente por mercenários e prisioneiros, concentrando o ataque no vale do Lico. Por duas horas, o contingente superior de mercenários europeus foi repelido pelos soldados bizantinos sob o comando de Giovanni Giustiniani Longo, providos de melhores armas e armaduras e protegidos pelas muralhas. Mas com as tropas cansadas, teriam agora que enfrentar o exército regular de 80 mil turcos.
O exército turco atacou por mais duas horas, sem vencer a resistência bizantina. Então abriram espaço para o grande canhão, que abriu uma brecha na muralha por onde os turcos concentraram seu ataque. Constantino XI em pessoa coordenou uma cadeia humana que manteve os turcos ocupados enquanto a muralha era consertada. O Sultão então lançou mão dos janízaros, que escalavam a muralha com escadas. Mas após mais uma hora de combates, os janízaros ainda não haviam conseguido entrar na cidade.
Constantino XI lutando na defesa de Constantinopla
Com os ataques concentrados no vale do Lico, os bizantinos cometeram a desatenção de deixar o portão da muralha noroeste semi-aberto. Um destacamento otomano penetrou por ali e invadiu o espaço entre as muralhas interna e externa. Neste momento, o comandande Giustiniani fora ferido e havia sido retirado às pressas para um navio. Sem sua liderança, os soldados gregos lutaram desordenadamente contra os disciplinados turcos. Diz-se que no último momento, o derradeiro imperador bizantino, Constantino XI Paleólogo, foi visto pela última vez após arremessar suas insígnias imperiais, desembainhar sua espada e atirar-se em combate corpo-a-corpo, após os muros da cidade serem tomados. Giustiniani também viria a morrer mais tarde, em virtude dos ferimentos, na ilha grega de Quios, onde encontrava-se ancorada a prometida esquadra veneziana à espera de ventos favoráveis.
Maomé II em Constantinopla
Desesperados, os sobreviventes correram para suas casas a fim de salvar suas famílias. Muitos fugiram em navios, quando os marinheiros turcos viram que a cidade caíra e poderiam aproveitar para participar do butim. Os turcos saquearam e mataram o quanto puderam. A Catedral de Santa Sofia (também conhecida como Hagia Sophia), o coração de todo o cristianismo ortodoxo, viu-se repleta de refugiados à espera de um milagre que não aconteceu: os clérigos foram mortos e as freiras capturadas. Maomé II entrou na cidade à tarde em desfile triunfal e ordenou que a Catedral fosse consagrada como mesquita. Talvez por ter considerado a cidade por demais destruída, o sultão ordenou o fim dos saques e da destruição no mesmo dia (contrariando a promessa de 3 dias de saques que fizera antes da guerra). A conquista terminou com 50 mil presos, entre os quais soldados, clérigos e ministros. Este contingente bizantino recebeu autorização para viver na cidade sob a autoridade de um novo patriarca, Genádio, designado pelo próprio sultão para se assegurar de que não haveria revoltas. Caía finalmente depois de mais de dez séculos a maçã de prata ou, simplesmente, Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente.

VI – CONCLUSÃO

Esta foi a melhor forma que encontramos para narrar, de uma forma muito sintética, a história do Império Romano, uma civilização como nunca houve outra igual em todos os tempos. Foram, desde a sua fundação em 753 AC, até a sua extinção com a queda de Constantinopla, em 1453 DC, que representou o fim do Império Romano do Oriente, a bagatela de 2206 (dois mil duzentos e seis) anos de uma fantástica história de vida! Mes mo se considerarmos que o Império Romano, tal como o conhecemos, com sua sede em Roma, tenha praticamente encerrado no ano 476 DC com a queda de Rômulo Augústulo em favor do hérulo Odoacro, quando já apenas governava a cidade de Roma, sempre será considerado um império magnífico.
A herança deixada pelos romanos é absolutamente inestimável. Ao mesmo tempo em que concretizavam a ocupação dos países que invadiam, introduzindo a sua cultura, lingua, arquitetura etc..., também respeitavam e absorviam os costumes correspondentes dos povos conquistados. Hoje é possível encontrar, até mesmo em povos de formação anglo-saxã, como é o caso dos ingleses e alemães, inúmeras palavras de origem latina que, se não utilizadas rotineiramente, são perfeitamente entendidas e muitas vezes usadas, até mesmo em situações mais especiais. Isso para não falar em países como Portugal, Espanha, França e todas as suas colônias e ex-colônias espalhadas pelo mundo, em que o latim, língua oficial do Império Romano, constitui a base de formação de seus idiomas. Aonde os romanos andaram, deixaram, além dos costumes e língua, vestígios da sua fantástica arquitetura.
Termas Romanas em Bath, UK
Apenas para ilustrar, há ainda hoje, no sudoeste da Inglaterra, próximo do País de Gales, uma cidade chamada Bath (Banho, em português) que tem esse nome exatamente porque possui ruínas, hoje totalmente recuperadas, de banhos termais construídos pelos romanos durante o período em que dominaram o país. Já no agora longínquo ano de 1972 tive o enorme prazer de conhecer tal cidade, vivendo uma espécie de retorno aos esquecidos tempos em que os generais, soldados e povo romano ocuparam a tão distante Inglaterra. Outro maravilhoso exemplo da conhecida arquitetura romana, é a ponte sobre o rio Gard, porção de um aqueduto romano situado no sul da França, perto de Remoulins, Uzès e Nîmes, construída em três níveis, que assegurava a continuidade do aqueduto que trazia água de Uzès até Nîmes (próximo de Marseille), na travessia do rio Gardon (também chamado rio Gard), provavelmente do século I AC, com 49 m de altura e 275 m de comprimento. Lembranças vivas do grandioso Império Romano!
Aqueduto romano na antiga Gallia (Espanha)
AVE ROMA!


(1) Fogo grego, também conhecido como fogo à prova de água, é uma mistura viscosa que flutua e queima até mesmo em contato com água, muito utilizada pelos bizantinos contra inimigos, em geral muçulmanos. Frequentemente armazenada em pequenos vasos de barro, podia ser lançada de muralhas e barcos, diretamente sobre o inimigo. Pouco se sabe da composição química dessa arma. Os bizantinos esconderam ou destruíram a fórmula, para evitar que caísse nas mãos de inimigos, mas uma provável hipótese é que algum composto variante de nafta.
(2) O canhão que veio a ser conhecido como Bombarda Turca, Basílica, Canhão Real ou Canhão de Mehmed, foi na verdade trazido da Hungria. O seu inventor, um engenheiro de nome Orban, apresentou-o ao sultão Mehmed II após uma tentativa falha junto ao então imperador Bizantino, Constantino XI, que a recusou, na grande ironia da História. O sultão viu naquele engenho grandes potencialidades e dispôs-se a financiar a construção de um protótipo. O projeto, extremamente complexo e oneroso, teria desinteressado Constantino. Durante meses, na cidade de Edirne, noroeste da Turquia, um exército de operários trabalhou sob a orientação de Orban, consumindo quantidades enormes de bronze e outras materiais necessários à fundição das duas peças que compunham o canhão. Ligadas, as duas peças formavam um tubo cilíndrico com 5.20m de comprimento, pesando cerca de 19 toneladas, com um calibre de 75 cm, arremessando bolas de pedra com este diâmetro e pesando cerca de 600 kg, a uma distância superior a 2 km.

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