Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DOS REIS DA INGLATERRA A PARTIR DE 1066 (PARTE 11)

O PODER DO IMPÉRIO E DO MAR (1714 - 1837)

GEORGE I (1714-1727)
George I da Grã Bretanha

George I nasceu em março de 1660, filho de Ernest, Elector of Hanover e Sophia, neta de James I. Foi criado na corte real de Hanover, uma província alemã, e casou com Sophia, Princesa de Zelle, in 1682. O casamento produziu um filho (o futuro George II) e uma filha (Sophia Dorothea, que casou com um primo, Frederick William I, rei da Prússia).
George, Elector of Hanover desde 1698, subiu ao trono com a morte da rainha Anne, sob os termos do Act of Settlement, de 1701, com 54 anos de idade. Sua mãe havia morrido recentemente e ele preparou, meticulosamente, tudo que era seu em Hanover, antes de embarcar para a Inglaterra. Examinou sua posição e concluiu que os Whigs eram o melhor demônio a enfrentar (a outra alternativa era James Edward Stuart, o filho católico de James II com Mary de Modena, o 'Velho Pretendente'). George sabia que qualquer decisão ofenderia a metade da população britânica. Seu caráter e modos eram estritamente alemães: nunca aprendeu a língua inglesa e passou a metade da sua vida em Hanover.
O novo rei chegou à Inglaterra com um enorme séquito de amigos, conselheiros e servos alemães, todos determinados a lucrar com a aventura, liderados por George I. Trazia duas concubinas e nenhuma esposa - Sophia havia sido presa por adultério – e a população inglesa não o perdoou por isso.
Em setembro de 1715, os Jacobites[1] , adeptos dos Tories, liderados por John Erskine, duque de Mar, tentaram um levante, proclamando James Francis Edward Stuart (filho de James II) rei da Escócia. Foram derrotados por forças do governo em novembro de 1715 e três meses depois a rebelião havia sido aniquilada. Os líderes Jacobites foram presos e alguns executados. Após a rebelião, a Inglaterra encontrou um bom tempo de paz, com a política interna e as relações exteriores alcançando bons resultados.
Com a ignorância de George com relação à língua e costumes ingleses, as posições do Gabinete tornaram-se de primeira importância; os ministros do rei representavam o poder executivo enquanto o Parlamento representava o legislativo. As frequentes ausências de George exigiram a criação do posto de Primeiro Ministro, o líder da maioria na Casa dos Comuns, que agia no lugar do rei. O primeiro foi Robert Walpole, cujo ímpeto politico foi testado em 1720, com a debacle da Companhia South Sea, uma empresa de risco altamente especulativa (uma das várias que à época infestavam a economia britânica) cujos investidores atraíram a participação do governo. Walpole resistiu no início e depois que o empreendimento faliu e milhares ruíram financeiramente, ele trabalhou febrilmente para restaurar o crédito popular e a confiança no governo de George. Seu sucesso colocou-o no domínio da política britânica pelos vinte anos seguintes e a confiança num Gabinete Executivo marcou um importante passo na formação de uma moderna monarquia constitucional na Inglaterra.
Robert Walpole, primeiro
Primeiro Ministro britânico
Em abril de 1721, Sir Robert Walpole tornou-se também uma espécie de Ministro das Finanças. Ele confirmou a lealdade do partido Whig à monarquia Hanoveriana. Nunca sustentou o título real de ‘Primeiro Ministro’, mas recebeu poderes que vieram a ser associados com o cargo. George I deu-lhe também a residência de Downing Street, 10, ainda a residência oficial do primeiro ministro nos dias atuais.
George evitou entrar em conflitos europeus, estabelecendo uma complexa rede de alianças continentais. Ele e seus ministros Whigs foram muito habilidosos, mantendo-se afastados das guerras até que George II declarou guerra à Espanha em 1739.
George I e seu filho, George II, odiavam-se, literalmente, um fato que o partido Tory usou para ganhar força política. Nas suas muitas viagens a Hanover, George I, nunca colocou a liderança do governo nas suas mãos, preferindo confiar em seus ministros. Esse desprezo mútuo entre pai e filho foi um mal que tornou-se uma tradição na Casa de Hanover.
Após governar a Inglaterra por treze anos, George I morreu de um derrame durante uma viagem à sua amada Hanover, em 11 outubro de 1727, sendo sucedido por seu filho, George II, o segundo rei Hanoveriano.

GEORGE II (1727-1760)
George II da
Grã Bretanha

George II nasceu em 10 de novembro de 1683, filho único de George I e Sophia. Passou sua juventude na corte Hanoveriana da Alemanha e casou com Caroline de Anspach, em 1705. Foi verdadeiramente devotado a Caroline, que lhe deu três filhos e cinco filhas, tendo participado ativamente dos negócios do governo, antes que ela morresse em 1737. Como seu pai, George foi um príncipe alemão, mas à idade de 30 anos, quando ascendeu ao trono, era jovem bastante para absorver a cultura inglesa que escapara ao seu pai.
George possuía três paixões: o exército, música e sua esposa. Era excepcionalmente bravo e foi o ultimo soberano britânico a comandar tropas no campo (em Dettingen, contra os franceses, em 1743). Herdou de seu pai o amor pela opera, principalmente os trabalhos de George Frederick Handel, que havia sido o primeiro músico da corte em Hanover.
Caroline provou ser o seu maior ativo. Reviveu a vida tradicional da corte, era muito inteligente e uma ardente adepta de Robert Walpole, que manteve o papel de primeiro ministro sob o comando de Caroline, pois George nunca desejou manter o líder do gabinete de seu pai. O ódio que George nutria por seu pai foi também nutrido por seu filho, Frederick, Príncipe de Gales, que morreu em 1751.
Walpole aposentou-se em 1742, após estabelecer as fundações da moderna monarquia constitucional: um Gabinete responsável a um Parlamento que era, por sua vez, responsável a um eleitorado. Naquele tempo, o sistema estava longe de verdadeiramente democrático; o eleitorado era, essencialmente, a voz dos abastados proprietários de terra e comerciantes. O partido Whig estava firme no controle, embora os Tories fieis ainda tentassem uma última rebelião Jacobite em 1745, na tentativa de recolocar um Stuart no trono. O Príncipe Charles Edward Stuart atracou na Escócia e marchou para o sul até Derby, provocando uma nova onda ante catolicismo, na Inglaterra, sendo finalmente derrotado pelo exército real. Charles fugiu para a França e morreu em Roma. Em virtude de sua associação com o Jacobitismo, o partido Whig assegurou o controle oligárquico pelos cinquenta anos seguintes.
Contra os desejos de Walpole, que o havia refreado, George declarou Guerra à Espanha em 1739, que se estendeu pela década de 1740, como uma componente da 'Guerra de Sucessão Austríaca', em que a Inglaterra lutou contra o domínio francês na Europa, iniciada em 1756 e de onde saiu vitoriosa em 1763. Pelo Tratado de Paris, a Inglaterra adquiriu Quebec, Flórida, Minorca, grandes partes da Índia e as Índias Ocidentais.
A hesitação do governo em responder à crise francesa, trouxe William Pitt à proa da política britânica.
George II morreu de um derrame em 25 de outubro de 1760, sendo sucedido por seu neto, George III.

GEORGE III – (1760-1820)
George III do Reino Unido

George III, primeiro filho de Frederick, Príncipe de Gales e Augusta, foi o primeiro dos reis Hanoverian a nascer (em 1738) e criar-se na Bretanha. Durante o seu reinado a Bretanha perdeu as colônias americanas mas emergiu como uma potência europeia líder. Casou-se com Charlotte de Mecklinburg-Strelitz em 1761, a quem foi devotado e com quem teve 15 filhos, nove dos quais meninos e seis meninas. A partir de 1788, George sofreu com uma doença mental recorrente e vários ataques prejudicaram seu controle da realidade e o debilitaram pelos últimos anos do seu reinado. O governo pessoal foi passado ao seu filho George, príncipe regente, em 1811.
George III sucedeu a seu avô, George II, na ausência de seu pai, Frederick, Prince de Gales, morto em 1751, sem nunca ter governado. George estava determinado a recuperar a prerrogativa perdida para o Conselho Ministerial pelos dois primeiros Georges; nas duas primeiras décadas do seu reinado, ele enfraqueceu, metodicamente, o partido Whig por meio de suborno, coerção e proteção. O Primeiro Ministro William Pitt foi derrubado pelos Whigs após a 'Paz de Paris' e homens de talento medíocre e mentes servis foram escolhidas a dedo, por George, como membros do Gabinete, que atuavam com pouco mais do que “homens sim”. Surtos de loucura e a forma como ele gerenciou a Revolução Americana, erodiram seu apoio, e o poder da Coroa foi novamente garantido ao Primeiro Ministro.
A 'Paz de Paris' (1763) encerrou a Guerra dos Sete Anos com a França, pelas corajosas políticas ante francesas de Pitt, enfatizando a superioridade naval na arte da guerra colonial. A Grã Bretanha emergiu do conflito como a maior potência colonial do mundo. A Inglaterra floresceu em tempos de paz, mas a decisão de George de cobrar impostos das colônias americanas pela proteção militar, conduziu a hostilidades em 1775.
O tecido de algodão havia se tornado a maior indústria na década de 1760, com a maior parte do trabalho sendo feito pelas pessoas em suas casas. Em 1771 o inventor Richard Arkwright abriu a primeira fábrica de algodão em Cromford, Derbyshire, como um passo decisivo na automação das indústrias de trabalho intensivo, anunciando o início da ‘Era das Fábricas’ na Bretanha.
Os crescentes e renovados impostos sobre as colônias americanas, acoplados à crença de que o Parlamento não ouvia as queixas americanas, conduziu à revolução. Ninguém sabe quem deu o primeiro tiro, mas em abril de 1775, uma escaramuça entre os casacos vermelhos britânicos e a milícia local, em Lexington, Massachusetts, conduziu à luta que iniciou a 'Guerra Americana da Independência'. Os colonos, liderados por Thomas Jefferson, proclamaram a independência em 1776, mas George, obstinadamente, prosseguiu na Guerra até a vitória final americana em Yorktown, em 1781. Em setembro de 1783, o Tratado de Paris formalmente encerrou a Guerra, garantindo o reconhecimento britânico dos Estados Unidos da América. A sanidade de George estava no limite do rompimento e seu poder politico decresceu quando William Pitt, o Jovem, tornou-se Primeiro Ministro, em 1783; recuperou algum do seu poder quando conseguiu retirar Pitt do poder, de 1801 a 1804.
Tomas Jefferson, principal autor
da Declaração de Independência
dos Estados Unidos da América
Fundado em 1785 como Daily Universal Register, a publicação foi renomeada como The Times, três anos mais tarde e sua primeira publicação saiu em 01 de janeiro de 1788, o mais velho jornal britânico em existência, com constante publicação diária.
A paz que se seguiu ao fim da guerra com a França durou pouco. Em 14 de julho de 1789, a invasão da prisão da Bastilha, em Paris, marcou o início da Revolução Francesa, um evento que abalou o mundo, com a derrubada da monarquia, a execução do rei Louis XVI e o estabelecimento da República. Apenas dez anos depois, a Inglaterra uniu-se a uma aliança continental contra as forças revolucionárias francesas que, após ganharem o poder na França, tentaram a total hegemonia francesa em toda a Europa. Cerca de 1797, a maior parte da Europa encontrava-se sob dominação francesa, permanecendo apenas a Inglaterra contra a República revolucionária. Após algumas vitórias britânicas importantes em batalhas navais, a paz foi negociada em Amiens, em 1802. Na virada do século, Napoleão Bonaparte tomou o supremo poder na França e retomou os ataques contra a Inglaterra em 1803.
Napoleão Bonaparte,
Imperador Francês
Enquanto isso, em janeiro de 1801, Grã Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales) e Irlanda foram formalmente unidas sob o 'Ato de União', para criar o United Kingdom (Reino Unido) e dissolver o Parlamento irlandês, em Dublin. A despeito da união, católicos ainda eram proibidos de votar em eleições gerais ou manter cargos parlamentares e na maioria dos públicos.
Em 1805, as frotas combinadas de França e Espanha enfrentaram a Marinha Real na última grande batalha da era da vela, em Cabo Trafalgar, costa da Espanha. O herói naval britânico, Almirante Horatio Lord Nelson conduziu o audaz ataque no HMS 'Victory', obtendo a vitória que deu à Bretanha o completo controle dos mares, com a perda da própria vida. Com isso, o Reino Unido rompeu o sistema continental de Napoleão, que proibia a importação de bens britânicos.
Em 1807 o comércio de escravos foi abolido após duzentos anos, embora a escravidão continuasse nas colônias britânicas até 1833.
Almirante Nelson, herói da
Batalha de Trafalgar
As hostilidades com a França duraram até 1814 quando uma coligação europeia derrotou Napoleão e ele foi deposto. Retornou brevemente ao comando da França em 1815, ao fugir de sua prisão na Ilha de Elba, durante o seu governo dos “Cem Dias”, sendo totalmente derrotado por forças continentais comandadas pelo general inglês, Duque de Wellington, na Batalha de Waterloo, que encerrou as guerras napoleônicas. Napoleão foi forçado a abdicar como imperador da França e enviado para o exílio na Ilha de Santa Helena, onde morreu.
O aumento da população, melhorias nos métodos agrícolas e industriais e a revolução nos transportes, estimularam o crescimento econômico britânico. A literatura inglesa foi agraciada por alguns de seus melhores autores: Wordsworth, Shelley and Keats estavam entre os escritores da época.
Ao final, a insanidade de George passou o destino da Coroa ao seu filho mais velho, George, Príncipe Regente, na delicada posição de governar ainda com a vontade errática de seu pai, George III, que morreu cego, surdo e louco em Windsor Castle, em 29 de janeiro de 1820.

GEORGE IV – (1820-1830)
George IV, do Reino Unido

George IV, filho mais velho de George III e Charlotte, nasceu em 12 de agosto de 1762. Casou-se secretamente com sua primeira esposa, a viúva católica Maria Fitzherbert, em 1785, sem a permissão de seu pai. O casamento foi declarado ilegal por ordem de seu pai, pois casado com católica, seu filho seria inelegível para o trono inglês. Em 1795 ele casou novamente, com sua prima Caroline de Brunswick, que lhe deu uma filha, Charlotte, nascida em 1796. Caroline tomou a criança e mudou-se para a Itália, retornando à Inglaterra quando George sucedeu a seu pai, apenas para reclamar seus direitos de rainha. George barrou-a de sua coroação, negando-lhe a realeza.
George IV tornou-se profundamente impopular por seu extravagante estilo de vida e escandalosa vida privada, mas foi um entusiástico adepto das artes, legando maravilhosos artefatos à posteridade. Algumas de suas residências inspiraram o estilo de arquitetura denominado “Regency”. Doou a imensa biblioteca de seu pai como base da ‘Biblioteca do Museu Britânico’. Contudo, suas extravagâncias, o período após as guerras napoleônicas e as enormes mudanças trazidas pela revolução industrial, levaram o país a um tempo de desgraça social e miséria geral.
Em 27 de setembro de 1825 George IV assistiu à inauguração da primeira Estrada de ferro a vapor, entre as cidades nordestinas de Stockton e Darlington, que anunciou a era das estradas de ferro, com a construção de uma extensa malha na Bretanha, permitindo um rápido e econômico meio de transporte e comunicação.
Arthur Wellesley,
Duque de Wellington
Em 1828, o parlamento repeliu as leis que baniam os católicos dos cargos governamentais e públicos, bem como de frequência às universidades. O Catholic Relief Act, de 1829, foi além e garantiu total emancipação a católicos britânicos e irlandeses. Tal medida dividiu o partido Tory em diferentes facções. O primeiro ministro, Arthur Wellesley, Duke de Wellington, guiou o projeto de lei nos seus estágios finais e garantiu a aquiescência de George IV.
Em junho de 1829, o Ministro do Interior, Roberto Peel, lançou o Metropolitan Police Act, que estabeleceu a primeira força policial paga para a metrópole, eliminando o sistema informal de vigias e policiais voluntários antes existente. Inicialmente impopular, a polícia teve sucesso, e ao final da década de 1830 o sistema estava sendo instalado em muitas das grandes cidades britânicas.
George IV morreu em 26 de junho de 1830, após uma série de derrames, sendo substituído por seu irmão William IV.

WILLIAM IV – (1830–1837)
William IV, Reino Unido

William IV, nascido em 21 de agosto de 1765, foi o terceiro filho de George III and Sophia. Coabitou com a atriz Mrs. Dorothea Jordan, de 1791 a 1811, que lhe deu dez filhos ilegítimos. Com a morte da Princesa Charlotte, filha e herdeira de George IV, os filhos sobreviventes de George III foram solicitados a, apressadamente, fazer os arranjos para assegurar a sucessão Hanoverian; William abandonou Mrs. Jordan e, após várias rejeições, casou com Adelaide de Saxe-Coburg e Meinengein, que lhe deu duas filhas que morreram na infância.
William foi recebido de braços abertos pelo povo britânico, cansado dos excessos de George IV. William possuía um caráter modesto, vida privada exemplar e desdém pela pompa e cerimônia. 
A reforma parlamentar foi a ordem do dia. A cidadania ampla ainda não havia sido atualizada desde o seu início, em 1430, reinado de Henry VI. Somente proprietários dos condados podiam votar; vilas separadas exigiam várias qualificações para votar. As reformas industrial e agrícola, aumentos na população, comércio e migração do campo para a cidade, haviam deixado a Inglaterra com um dilapidado e ineficiente sistema de representação que apenas beneficiava a aristocracia. Lord Grey, apoiado por William, elaborou um projeto de reforma através dos Comuns, em 1831, que foi derrotado por nobres paranoicos na Casa dos Lordes, com surgimento de revoltas em vários locais da Inglaterra. Um segundo projeto foi oferecido e também rejeitado. Em 1832, a Terceira versão passou nas duas câmaras, mas apenas por ameaças de William de criar novos nobres. A ‘Lei da Reforma’, de 1832, estendeu o direito de voto aos proprietários de terras da classe media e tornou-se a base para leis adicionais que, ao final, deram o direito de voto a todos os súditos adultos.
Em 1833, o nobre reformador Tory, Anthony Ashley Cooper, promoveu a ‘Lei das Fábricas’, que restringia as horas de trabalho de mulheres e crianças nos moinhos têxteis. Sob os termos dessa lei, todos os proprietários de moinhos deveriam provar que crianças até 13 anos recebiam duas horas de escola, seis dias por semana.
A luta pela democracia varria a Europa, com lúgubres consequências para a realeza. O caráter intocável de William muito colaborou para que a Inglaterra saísse ilesa dessa era. Ele foi o único monarca europeu da época a sobreviver ao advento da democracia.
Em 1835, a ‘Lei das Corporações Municipais’ deu a 178 distritos o direito de ter seus próprios conselhos municipais. Todos os contribuintes tiveram, a partir daí, o direito de voto nas eleições do conselho distrital. Em seguida, os novos conselhos tiveram controle de serviços locais, como educação, moradia e iluminação pública.
William IV morreu de pneumonia em 20 de junho de 1837, sem filhos legítimos. Sua morte separou o governo conjunto da Inglaterra e Hanover: sua sobrinha Victoria subiu ao trono da Inglaterra, mas foi barrada, pela lei Sálica[2] , de governar em Hanover, que passou às mãos do irmão de William, Ernest, Duque de Cumberland.

[1] O Jacobitismo (seus adeptos, os Jacobites) foi um movimento político na Inglaterra e Irlanda para restaurar o rei católico James II (Stuart) e seus herdeiros ao trono da Inglaterra, Irlanda e Escócia. O movimento tomou seu nome de Jacobus, a forma latina de James, e refere-se a uma série de levantes entre 1688 e 1746, que tentaram repor os Stuarts vivendo no exílio. Os maiores Jacobites eram os escoceses das Highlands, a Irlanda e o norte da Inglaterra.
[2] Salic Law of Succession, regra pela qual, em certas dinastias soberanas, pessoas descendendo de de uma soberano anterior, somente através de uma mulher, eram excluídas do trono. Gradualmente introduzida na França, a regra toma seu nome dos Francos Salianos (subgrupo dos primeiros Francos que viviam originalmente ao norte das bordas do Império Romano, ao norte do rio Reno, no século III), a Lex Salica. Cada rei francês, do final do século X ao início do século XIV, teve um filho que o sucedesse; por isso, a dinastia Capetiana não teve problemas na sucessão ao trono. Após a morte do rei Capetiano, Louis X, em 1316, sem herdeiro homem e uma viúva grávida, que deu à luz um menino que morreu em cinco dias, Philip V, um irmão de Louis X, intimou os Estados Gerais (1317) a estabelecer o princípio de que mulheres deveriam ser excluídas da sucessão ao trono francês.

Prossegue na PARTE 12

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