Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

domingo, 24 de janeiro de 2010

ROBIN HOOD E O CORAÇÃO DA ROSA - 1a PARTE

Como muitos devem saber, “Air Supply” é o nome de uma dupla de “soft rock” com uma seqüência de sucessos em todo o mundo, a partir do final da década de 70 aos dias de hoje. O conjunto é hoje formado pelo guitarrista e vocalista Graham Russell, nascido Graham Cyril Russell, a 11 de junho de 1950, em Sherwood, Nottingham, England, UK e pelo vocalista principal Russell Hitchcock, nascido Russell Charles Hitchcock, em 15 de junho de 1949, em Melbourne, Victoria, Austrália. O par se encontrou pela primeira vez em maio de 1975 quando participava da produção australiana do musical “Jesus Christ Superstar”, de Andrew Lloyd Weber, o mesmo autor de tantos outros maravilhosos musicais como “The Phantom of the Opera”, “Cats”, “Aspects of Love”, “Evita”, “Joseph and the Amazing Technicolor Dreamcoat”, “Starlight Express”, entre os que conheço e me lembro. Mas essa é uma outra história.
Um pouco mais tarde, no mesmo ano, junto com Chrissie Hammond e outros dois componentes, formaram o “Air Supply”, como um grupo de cinco. Posteriormente o grupo realizou alterações em seus quadros e o resultado final é hoje a dupla vocalista tão conhecida e o seu conjunto de instrumentistas.

Tornei-me um fã incondicional das músicas do “Air Supply” desde que os escutei pela primeira vez: pelo conjunto de suas vozes, pelas composições de alta qualidade que criam, pelos arranjos orquestrais primorosos que produzem para as suas músicas. Entre as suas interpretações há uma que, desde cedo, atraiu particularmente o meu gosto musical, sem que eu mesmo pudesse explicar as razões para tal: “Heart of the Rose”, composição de Graham Russell, de 1995. Pois um dia desses, estava eu escutando minhas músicas gravadas no PC - em ordem alfabética para não demonstrar qualquer favoritismo -, quando realizava mais uma de minhas pesquisas, quando chega a vez de “Heart of the Rose”. Quem possui fluência em qualquer idioma, sabe que, por várias razões, uma das coisas mais complicadas de se entender em uma língua estrangeira, são as letras das músicas enquanto cantadas. Até na língua mãe ocorre esse tipo de coisa. Dei-me conta então, de que nunca procurara a letra dessa melodia, embora a apreciasse muito; e fui buscá-la. E em sua busca tomei conhecimento de fatos incríveis, para mim até então desconhecidos, que pretendo agora resumir neste artigo.
INTRODUÇÃO
O Air Supply permaneceu como uma das bandas mais tocadas do mundo durante as três últimas décadas. Com muitos “simples” nas "Dez Mais" e álbuns de platina a seu crédito, o membro da banda, cantor e compositor, Graham Russell, decidiu compor uma peça musical sobre a história de Robin Hood, lenda internacional original da Floresta de Sherwood, Nottingham, mesma cidade inglesa onde nasceu o cantor. Por que Robin Hood? E o cantor conta que, nascido em Nottingham, era grande candidato a qualquer associação com Robin Hood. Enquanto garoto, sempre queria desesperadamente ir à Floresta de Sherwood e quando pela primeira vez caminhou na real Floresta de Sherwood, com nove anos de idade, tornou-se parte da sua mágica. Naquela época já usava então o seu autêntico boné de Robin Hood e só uma coisa lhe faltava: construir seu acampamento secreto e encontrar os outros divertidos companheiros e Marian, naturalmente, a menos que o mau Sheriff a tivesse capturado. Entretanto, à medida que crescia começou a perceber que Robin era sempre lembrado apenas como uma lenda e isso era desolador, pois o seu Robin era muito real e ele não o deixaria ir. Observava também que os encantos de Robin em Nottingham eram, certamente, apenas lenda; o castelo de Nottingham não tinha nada a ver com Robin, o maior carvalho na floresta de Sherwood que, dizia-se, servia para armazenar todo o dinheiro roubado dos ricos, não era, nem de perto, velho bastante para ser do tempo de Robin. Quem sabe ele seria apenas um mito? Em torno de 1975 Graham começou a sonhar com a floresta em termos de um musical, sentindo um orgulho renovado por pertencer ao território de Robin Hood. Naquela época ele começava a participar da produção australiana de “Jesus Christ Superstar” e começou a dar-se conta de como poderia ser encenado um show chamado “Sherwood”. A coisa o excitava porque ele estava sendo pago para atuar numa produção teatral real ao mesmo tempo em que absorvia e aprendia tudo o que podia.
Nesse instante, algo aconteceu que o fez colocar Sherwood de lado por algum tempo: o Air Supply teve um sucesso extraordinário, excursionando, gravando, escrevendo canções e atuando por todo o mundo por muitos anos. Apenas em 1987, quando as coisas desaceleraram um pouco, Graham pode voltar ao seu sonho de concretizar “Sherwood”. Estimulado por Jodi, sua esposa americana, fizeram uma viagem à Inglaterra para reunir mais informação histórica e, por absoluta coincidência, encontraram um historiador em Coventry, cujo novo livro estava para ser liberado. O título do livro era “Robin Hood: The Man Behind the Myth” (Robin Hood: o Homem Atrás do Mito), e o escritor, Graham Phillips. Em seu livro, Phillips propunha que Robin Hood havia sido, de fato, uma figura histórica. Embora muitos dos contos relativos às façanhas de Robin tenham sido exagerados, Phillips descobriu registros medievais que revelavam que a lenda foi baseada, com um notável grau de veracidade, em eventos históricos.
Tornaram-se grandes amigos e atravessaram a Inglaterra, em busca do “real” Robin Hood e o que encontraram foi muito mais interessante do que a própria lenda. Encontraram Robin Hood, o homem real, e com ele todos os seus amigos e Marian; mas ele mostrou-lhes mais alguma coisa. Ele os conduziu a um lugar que existe em todos nós, cuja corporificação física é um azevinho ao lado de uma fascinante lagoa, circundada por pedras antigas, bem no coração da Inglaterra. Escondido de todos até a hora certa, era um lugar fora dos limites desta dimensão: Robin os havia conduzido ao ‘Heart of the Rose’.

Nenhum comentário: