Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

domingo, 2 de novembro de 2008

AS REVOLUÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL

Como algo absolutamente natural, pelo fato de ser gaúcho, embora da capital, Porto Alegre, sempre tive muita curiosidade acerca das revoluções que se desenvolveram no Rio Grande do Sul, bem como daquelas em que o estado tenha sido, de uma forma ou outra, parte ativa envolvida. Essa curiosidade nunca me foi satisfeita, de forma espontânea, por meu pai que, embora sendo natural de Santiago do Boqueirão e criado em Bom Jesus, portanto digno representante do gaúcho da campanha e dos campos de cima da serra, além de oficial da Brigada Militar do Estado, sempre foi muito calmo e de índole pacífica; posso até mesmo presumir que nunca tenha gostado muito do assunto “revoluções”, pois, de uma forma geral, elas sempre se revelaram, e tiveram origem, como uma forma de subversão da ordem constituída, algo com que meu pai nunca concordou. Como iniciativa minha, nunca lhe coloquei a questão, pois, à época em que o tinha à disposição, tais assuntos ainda não me interessavam; quando me tornei adulto e eles passaram a me interessar, já era tarde demais, pois as oportunidades em que pudéssemos dispor de tempo comum livre para ouvir os relatos das “histórias do Rio Grande”, passaram a rarear cada vez mais.



Recentemente, após ler “Narrativas de Terra e Sangue”, de Arthur Ferreira Filho, um tio de meu pai, minha curiosidade sobre o assunto voltou a aguçar-se e me propus a pesquisar sobre “As Revoluções do Rio Grande do Sul”.
Minha principal fonte de informações foi a “internet” embora tenha lido livros importantes no que se refere ao episódio da “Revolução Farroupilha”. E, claro, não é meu objetivo escrever um tratado sobre cada uma dessas revoluções, mas somente apresentá-las reunidas, resumidamente, em ordem cronológica, de forma a bem poder situar o leitor que se aventurar a travar conhecimento com essas histórias. Pretendo, com isso, colocar o leitor na seqüência dos movimentos, podendo, mais facilmente, entender as causas que os provocaram e as conseqüências da sua ocorrência, o que sempre tive dificuldade em entender. Quero também deixar bem claro, que não é minha intenção, de forma alguma, justificar, condenar, exaltar, colocar-me a favor ou contra qualquer dos movimentos apresentados; até mesmo meus poucos comentários colocados, visam apenas chamar a atenção do leitor menos avisado para referências que a própria fonte destaca e que demonstram coerência, ou o seu oposto, dentro das ações das pessoas envolvidas. A propósito, costumo muito ouvir dizer que o tempo se encarregará de demonstrar a razão ou a sua falta, o acerto ou erro de determinadas atitudes tomadas por este ou aquele personagem. Não creio mais nisso; hoje, estou convencido que na história, só e apenas triunfa, pelo menos frente ao grande público, o lado vencedor. Basta conferir.

Abaixo, as ruínas jesuítas de São Miguel das Missões, Patrimônio da Humanidade desde 1983 no estado do Rio Grande do Sul.


Cumpre também observar, que essa pequena relação de cinco revoluções não esgota, de forma alguma, todos os movimentos em que se envolveram os gaúchos, mas apenas os mais importantes e conhecidos, segundo o que me consta, durante o período pós-independência, pré-república e sua consolidação. Por questão de justiça para com os gaúchos, seria necessário analisar as razões pelas quais o povo do Rio Grande do Sul muito esteve envolvido em ações belicistas, entre outras a sua posição geográfica com relação aos problemas fronteiriços e ao governo central e a sua economia primordialmente dirigida à pecuária, pelo menos inicialmente. Mas tal não é o objetivo da pesquisa.
Abaixo, episódio da Batalha dos Farrapos, apresentada em óleo sobre tela de José Wasth Rodrigues.



Entretanto, é preciso que se diga, que por força mesmo desses movimentos, o estado possui papel marcante na história do Brasil, tendo sido palco da maior guerra civil do país e do mais longo conflito armado das Américas: a Revolução Farroupilha.
Posto que, mesmo resumido, o espaço dedicado a cada movimento ficou bastante grande para reuni-los todos em um mesmo artigo, publicaremos cada um deles individualmente, na ordem cronológica dos acontecimentos. Iniciaremos com a "Revolução Farroupilha".

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