Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

sábado, 19 de março de 2011

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - A HISTÓRIA PROPRIAMENTE DITA (3) (Undécima Parte)

A Idade do Bronze
O início da Idade do Bronze (2.500 – 1.500 AC) viu a produção regular de um trabalho de metal mais sofisticado, consistindo principalmente de machados, adagas e pontas de lança conectadas à haste por um pino. Os primeiros bronzes aparecem na Britain nos séculos imediatamente antes de 2.500 AC, que é, usualmente, aceito como o início da Idade do Bronze. Embora a aparência do metal marque um importante desenvolvimento tecnológico, especialmente no controle do fogo, ela não traz uma grande mudança na forma como as pessoas viviam no início da Idade do Bronze. “Henges”, por exemplo, continuam em uso, mas os túmulos comunitários maiores, tais como os túmulos longos e os de passagem são substituídos por túmulos redondos menores. Muitos desses continham um sepulcro inicial ou primário, muitas vezes de um importante homem ou mulher, que poderia ser enterrado com uma cerâmica distintiva e altamente decorada, junto com trabalhos de bronze ou estanho, como adagas ou machados. Algumas vezes os corpos eram adornados com anéis, braceletes e brincos de ouro. Esses locais eram, claramente, importantes locais de reunião de pessoas e eram cuidadosamente situados na paisagem, ou para serem vistos por uma vasta área ou para marcar o início ou fim do território de uma comunidade. As casas no início da Idade do Bronze eram normalmente redondas com um telhado cônico e uma entrada simples.

Mudança acelerada
A Média Idade do Bronze (1.500 – 1.250 AC) marca um importante período de alteração, crescimento e, provavelmente, também de expansão da população. Houve uma alteração importante na prática de sepultamento, do enterro em túmulos para a cremação em grandes cemitérios abertos, onde as cinzas eram colocadas em urnas de cerâmica, especialmente preparadas. Os assentamentos consistiam em casas redondas, muitas vezes agrupadas, possivelmente para defesa, mas também porque as pessoas preferiam viver próximas umas das outras. Durante este período são encontrados números crescentes de amontoados de trabalhos em metal, com centenas de pontas de lanças, machados e adagas colocados no solo, muitas vezes em um local úmido ou alagado, prática que prosseguiria através de toda a Idade do Ferro. A média Idade do Bronze também vê os primeiros sistemas campesinos, indicando uma crescente pressão sobre a terra á medida que o número de pessoas e animais crescia.
O final da Idade do Bronze é marcado pela chegada de novos estilos de trabalhos em metal e cerâmica, permanecendo invariável nos outros aspectos. A cavalgada tornou-se mais popular e as espadas eram projetadas como armas de corte. As casas eram ainda redondas, padrão que penetraria a Idade do Ferro, mas as primeiras casas retangulares começam a surgir. Os sistemas campesinos da média Idade do Bronze continuaram em uso e foram aumentados. Nas terras altas da Britain, o final da Idade do Bronze assistiu à construção dos primeiros fortes de colina e o início do chamado modo de vida ‘Celtic’.

Idade do Ferro, 800 AC – 43 DC
Crescimento e Desenvolvimento
A idade do ferro assistiu à gradual introdução da tecnologia do trabalho com ferro, embora a adoção generalizada de artefatos de ferro não tenha ocorrido até o período de 500 a 400 AC. À medida que a Idade do Ferro progredia pelo primeiro milênio AC, fortes grupos regionais emergiam, refletidos no estilo da cerâmica, objetos de metal e tipos de assentamentos. Em algumas áreas, estados tribais e reinos surgiram ao final do primeiro século AC.
Estudos antigos da Idade do Ferro British, tendiam a ver as invasões estrangeiras como sendo responsáveis pelas alterações em larga escala que tiveram lugar durante este período. Pesquisa moderna tem encontrado pouca evidência que apoie essas teorias e a ênfase mudou, principalmente, em direção a alterações econômicas e sociais nativas. Contudo, a arqueologia demonstra que os contatos de comércio e permuta, entre a Britain e o continente europeu, prosseguiram através de toda a Idade do Ferro.
A inovação tecnológica cresceu durante a Idade do Ferro, especialmente em direção ao final do período. Alguns dos maiores avanços incluíram a introdução do torno de oleiro (principalmente no sudeste da England), do torno mecânico (usado para trabalho com madeira e manufatura de objetos de xisto) e o moinho para moer grãos.
A população da Britain cresceu substancialmente durante a Idade do Ferro e provavelmente excedeu o milhão, parcialmente causado, esse crescimento, pela introdução de novas culturas, incluindo variedades melhoradas de cevada e trigo e plantações crescentes de ervilhas, feijão, linho e outras culturas. Técnicas de cultivo melhoradas e a introdução do arado de ferro forjado tornaram possível o cultivo de pesados solos argilosos.

Os Fortes de Colina

Os mais conhecidos e visíveis vestígios da Idade do Ferro são os fortes de colina. Cerca de 3.000 exemplos são conhecidos por todas as ilhas britânicas, variando em tamanho, desde pequenos muros fechados com menos de um hectare, a locais enormes, com múltiplos fossos, como o Castelo Maiden, em Dorset e o Old Oswestry em Shropshire. A função e forma desses monumentos variou, enormemente, com o tempo. Os primeiros exemplos datam do final da Idade do Bronze e início da Idade do Ferro (900 a 600 AC) e mostram pequena evidência de assentamento permanente, mas sim para reuniões sazonais, talvez para atividades comerciais ou religiosas, com a função adicional de centro de abastecimento para a comunidade mais ampla. Pelo ano 450 AC, muitos desses fortes ficaram fora de uso; os que sobreviveram ficaram sujeitos a fases importantes de reconstrução, muitas vezes com múltiplas barreiras e valas, entradas muito complexas e uma clara evidência de uma grande e permanente população.
A escavação de Danebury, em Hampshire, revelou, em considerável detalhe, o desenvolvimento de um forte do oitavo século AC, até o seu abandono, no primeiro século AC. Em torno de 450 AC, Danebury começa a se transformar em um assentamento maior e planejado, com zonas para armazenamento de alimentos, processamento das colheitas, habitações domésticas e mesmo prédios religiosos. Os artefatos recuperados mostram a perícia e diversidade dos ferreiros, ceramistas e outros “especialistas” da Idade do Ferro.
Em algumas partes do sul da Britain, os fortes de colina foram abandonados em torno de 100 AC, sem razões totalmente entendidas, mas talvez devido à emergência de estados tribais mais centralizados. Na Britain oeste e norte e Ireland, os fortes de colina continuaram a ser ocupados e ainda possuíam um importante papel na vida diária ao tempo da conquista romana no ano de 43 DC.
Afora os fortes de colina, a maioria dos assentamentos da Idade do Ferro era pequena e, possivelmente, abrigava simples famílias estendidas. Esses sítios individuais eram colocados dentro de paisagens de campos e trilhas muito extensas e ordenadas. Muitos eram cercados por barreiras e valas, embora fossem raramente largas o suficiente para serem consideradas como defensivas. Dois bons exemplos foram escavados ao sul da England, em Little Woodbury, Wiltshire e Gussage All Saints, em Dorset. A construção padrão da Idade do Ferro era a casa redonda, feita de madeira ou pedra, com um telhado de turfa, dependendo localmente do material disponível. Exemplos bem preservados em pedra ainda sobrevivem como baixas paredes circulares com entradas amplas, em muitas áreas altas das Ilhas British. As plataformas em nível para casas de madeira ainda sobrevivem dentro de fortes de colina não arados, tais como Hod Hill, em Dorset, British Camp, em Herefordshire e Braidwood, em Lothian. Em bordas de charcos e lagos, assentamentos conhecidos como ‘crannogs’ também foram encontrados. Eram ilhas artificiais construídas de pedra e madeira e podem ter sido localizadas por suas qualidades defensivas. Assentamentos abertos também são conhecidos, variando de uma só ou pequenos grupos de cabanas circulares a grandes assentamentos tipo vilas. As últimas são especialmente comuns a leste da England, por exemplo em Little Waltham, Essex.
As práticas de sepultamento na Britain da Idade do Ferro variavam grandemente, sendo raras em algumas regiões, como no sul da England, com apenas um pequeno número de enterros adultos, descobertos em poços em fortes de colina e outros assentamentos. Descobertas de ossos humanos fragmentários em muitos locais conduziram à sugestão de que a maioria da população nessa região era descartada pela exposição deliberada do cadáver. No sudoeste e oeste, os corpos eram muitas vezes enterrados em pequenos caixões de pedra, conhecidos como ‘cistas’. Os mais notáveis de todos eram os ‘bog bodies’ (corpos de brejos), exemplos dos quais são conhecidos por todas as Ilhas British e norte da Europa. A colocação desses indivíduos em locais úmidos pode também indicar uma relação com práticas rituais pré-históricas de depositar trabalhos de metal em rios, lagos e brejos. Tais locais têm produzido alguns dos mais perfeitos trabalhos de metal da Idade do Ferro nas Ilhas British, incluindo: o Elmo de Waterloo e o Escudo de Battersea, ambos do Rio Thames; o amontoado de Llyn Cerig Bach, de um brejo em Anglesey, North Wales; e a tocha de ouro de um brejo em Clonmacnoise, Ireland. Os ferreiros de bronze e ouro nativos produziram itens de alta qualidade, indicando contato próximo com seus contrapartidas do continente. A primeira cunhagem na Britain apareceu ao final do segundo século AC e pelo ano 20 AC moedas foram encontradas por todo o sudeste da England. O uso de moedas nunca se estendeu para o norte e oeste da Britain ou Ireland durante este período.

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