Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CURIOSIDADES ACERCA DE "MY WAY" OU "COMME D'HABITUDE"

Existe uma música antiga, belíssima, que foi popularizada por Frank Sinatra, denominada "My Way". Entretanto, na verdade, a melodia original é uma canção francesa, denominada "Comme d'Habitude", composta por Claude François, Jacques Revaux e Gilles Thibault. Quem escreveu a letra, em inglês, para a gravação americana, foi também um cantor americano antigo, que fez muito sucesso pelo final da década de 50 e década de 60, mas continua cantando até hoje, chamado Paul Anka. A letra inglesa, de Paul Anka, contando a história de um homem que se aproxima da morte e que deve ter tido nela sucesso, não apresenta qualquer relação com a letra original francesa de Claude François e Gilles Thibault.
O próprio Paul Anka poderia ter gravado a música cuja letra criou, pois foi, como dissemos acima, cantor de sucesso durante os famosos e decantados "Anos Dourados", dos quais participei com toda a minha energia e imensa alegria. A razão pela qual ele não a gravou, é o objetivo desse artigo.
Paul Anka ouviu essa canção popular, original da França, de 1967, "Comme d'Habitude", executada por Claude François, com música de Jacques Revaux e letra de Gilles Thibault, quando se encontrava em férias, no sul da França. Ele, imediatamente, voou para Paris, para negociar os direitos da canção.
Muitos anos mais tarde, numa entrevista em 2007, ele teria dito: "Eu pensei que fosse uma gravação 'de merda', mas havia qualquer coisa estranha nela".
Assim, ele adquiriu os direitos de publicação sem qualquer custo e, dois anos mais tarde, durante um jantar na Flórida, com Frank Sinatra e um par de indivíduos da Máfia, após oferecer a melodia a Sinatra, para gravação, dele teria ouvido que estava "deixando o serviço. Estou cheio dele, estou caindo fora".
Mesmo assim, de volta a Nova York, Paul Anka reescreveu a canção original para Frank Sinatra, sutilmente alterando a estrutura melódica e mudando a letra. Sobre a sua ação, ele conta:
"A uma da manhã eu sentei numa velha máquina de escrever elétrica IBM e disse: 'Se Frank fosse escrever isso, o que ele diria?' E eu comecei, metaforicamente, 'E agora, o fim está próximo'. Eu li um monte de jornais e notei que tudo era 'meu isso' e 'meu aquilo'. Estávamos na 'geração eu' e Frank tornou-se o cara que eu iria usar para dizer isso. Usei palavras que nunca usaria: 'Eu comi tudo e cuspi tudo de volta'. Mas essa era a sua forma de falar. Eu costumava frequentar saunas de vapor com os caras da 'Rat Pack' (a turma do Frank Sinatra: Dean Martin, Sammy Davis Jr. e outros) – eles gostavam de falar como os caras da Máfia embora tivessem medo da própria sombra."
Paul Anka terminou a canção às cinco da manhã. E prossegue contando:
"Eu telefonei a Frank em Nevada – ele estava no Caesar's Palace – e disse, 'Tenho alguma coisa realmente especial para você!'"
Mais tarde Paul Anka veio a queixar-se: "Quando minha companhia de gravação descobriu o que eu havia feito eles ficaram "putos" porque não a guardei para mim próprio. Eu respondi, 'hei, eu posso escrevê-la, mas isso não indica que sou o cara feito para cantá-la.' Ela foi para Frank e para ninguém mais".
Talvez agora, até se entenda porque os tribunais deram a Paul Anka o ganho da causa, uma vez que ele havia negociado os direitos de publicação sem quaisquer custos. Se ele possuía o documento comprobatório dessa transação, teria que ganhar, inevitavelmente. Mas, realmente, é incrível!!!
Posteriormente, até o próprio Paul Anka e, entre outros, o nosso conhecido Elvis Presley e o moderno Robbie Williams (este, em espanhol: "A Mi Manera") acabaram gravando essa música, mas nunca com o mesmo sucesso obtido por Frank Sinatra, como acertadamente havia vaticinado o escritor da letra inglesa.
Quem quiser relembrar, sinta-se à vontade para curtir "My Way", com o "dono" do sucesso, Frank Sinatra, imbatível mesmo depois de velho.
Esta postagem, feita ao final do ano de 2009, estava encerrada e enterrada, colocada à disposição do público, desde aquela data. Mas vejam como são as coisas. Hoje, 19 de novembro de 2020, um seguidor colocou um comentário elogioso àquela postagem e, para responder ao comentário, tive que reler a postagem. E vi então que, na minha concepção, cometi um esquecimento sem justificativa, considerando a maneira como costumo escrever minhas postagens. E resolvi então fazer este acréscimo a ela.
Na verdade, eu conheci essa música em sua versão original, em francês, sob o título "Comme d'Habitude", quando eu ainda não conhecia a versão inglesa "My Way". Eu já tinha, naquela época, mais de um disco de uma grande intérprete da música francesa, chamada Mireille Mathieu, que se tornou, logo logo, uma das minhas cantoras preferidas. Mireille Mathieu chegou a gravar um CD em que interpretava apenas canções francesas interpretadas pela diva francesa Edith Piaf. Por essa razão, foi indesculpável não mencionar esse fato na postagem, falta de que me redimo agora, oferecendo aos meus leitores a gravação "Comme d'Habitude", na voz maravilhosa de Mireille Mathieu.

6 comentários:

Bayard Fonseca disse...

Que História fantástica!
Tenho esta música (letra / tradução), na interpretação de Frank Sinatra, como uma das canções populares mais belas. Não somente pela interpretação de Sinatra, mas igualmente pela letra (do também fantástico Paul Anka: Diana, You Are My Destny, Put Your Head In My Shoulder, Copacabana...). A letra é psicanalítica, é um auto-epitáfio que está prestes a ir pra lápide, mas reconhecendo que embora não tenha feito tudo "certo", ainda assim ele fez tudo " DO SEU JEITO".
Muito bom! Parabens (e obrigado), Nelson Azambuja!

PS. Que deus não me condene a surdês por um dia, por eu ter cometido a leviandade de escrever a palavra "SOMENTE", quando se trata de Frank Sinatra.

Nelson Azambuja disse...

Prezado Bayard:
Muito obrigado pelos elogios. Entretanto, só agora, por causa do teu comentário, fui reler a postagem e vi que cometi um esquecimento imperdoável. Na verdade eu conheci essa música em sua versão original, "Comme d'habitude", em francês, cantada por uma das minhas cantoras preferidas, Mireille Mathieu!! E esqueci de colocar essa gravação. Vou até fazer um acréscimo em minha postagem.
Muito obrigado novamente. Volta sempre.
Abraço,
Nelson Azambuja

Carina Rondini disse...

Boa noite.
Sempre que procuro pelo compositores de May way encontro o seguinte:
My Way
Compositores: Claude François Junior/Jacques Revaux /Gilles Thibault/Paul Anka

É isso mesmo?
Obrigada.

Carina Rondini disse...

Boa noite.
Poderia, por favor, confirmar se a informação a seguir está correta? Obrigada

My Way
Compositores: Claude François Junior/Jacques Revaux /Gilles Thibault/Paul Anka

Carina Rondini disse...

Boa noite.
Poderia, por favor, confirmar se a informação a seguir está correta? Obrigada

My Way
Compositores: Claude François Junior/Jacques Revaux /Gilles Thibault/Paul Anka


Carina.

Nelson Azambuja disse...

Boa noite, Carina.
Pois é, a menos do "Junior", tu estás certa na tua busca. Como diz a postagem, a canção original é francesa e tem como compositores Claude François, Jacques Revaux e Gilles Thibault. Paul Anka, o famoso cantor e compositor norte-americano, teria produzido uma versão da letra francesa para a língua inglesa e feito uma pequena adaptação melódica para obter os melhores resultados. Sempre que posso, busco descobrir a canção original para dar os devidos créditos a quem a compôs e a quem a verteu e, por isso, pelo menos eu, sempre acrescento, nesse caso, aos compositores franceses, o nome de Paul Anka. O nome completo de Claude François, um dos letristas, é Claude Antoine Marie François, também conhecido pelo apelido de Cloclo que, além de letrista, era compositor, produtor de discos, baterista e dançarino, mas não trazia o "Júnior" em seu nome. Infelizmente, morreu em 1978, com a tenra idade de 39 anos, acidentalmente eletrocutado.
Muito obrigado pela visita e apareça sempre.
Nelson Azambuja.