Lembro aos meus leitores e amigos que quiserem ler o texto completo, que comecem pela primeira parte (1/2), publicada anteriormente; infelizmente, por configuração do blog, ela encontra-se abaixo desta (2/2).
Santa Helena (Saint Helena, em inglês) é um território britânico ultramarino do Atlântico Sul, localizado praticamente a meio do oceano, mas geralmente englobado nos territórios africanos por se encontrar mais perto da África do que da América do Sul. A ilha, entretanto, curiosamente foi descoberta em 1501 pelo navegador galego João da Nova, enquanto a serviço de Portugal. João da Nova dirigia-se à Índia, tendo nessa viagem também descoberto a ilha de Ascensão. Entretanto, Portugal nunca colonizou a ilha rochosa e sem praias, que veio a ser ocupada pela marinha inglesa no século XIX.
Colônia até 1981, o território é constituído pela Ilha de Santa Helena (122 km² e 4.255 habitantes) e por duas dependências muito afastadas: Ascensão (91 km² e 1.122 habitantes), a noroeste, e Tristão da Cunha (207 km² e 284 habitantes), ao sul. Relativamente à ilha de Santa Helena propriamente dita, o território mais próximo é a ilha de Ascensão, seguindo-se a costa africana do sul de Angola e do norte da Namíbia, a leste. Sua capital é Jamestown.
Longwood House foi a residência oficial de Napoleão Bonaparte durante seu exílio na ilha de Santa Helena, de 10 de dezembro de 1815 até a sua morte em 5 de maio de 1821. A casa situa-se numa planície varrida pelo vento, cerca de 6,5 km distante de Jamestown. Originalmente a residência de verão do Tenente Governador, ela foi convertida para uso de Napoleão em 1815. O governo britânico reconheceu sua inadequabilidade como lar do ex-Imperador e seu séquito e, ao tempo de sua morte, havia construído uma nova casa, próxima daquela, que, infelizmente, ele nunca chegou a ocupar.
Após a morte de Napoleão , Longwood House foi revertida à Companhia das Índias Orientais e, posteriormente, à Coroa Inglesa, passando a ser usada para finalidades agrícolas. Relatórios sobre o seu abandono chegaram a Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, inicialmente Presidente e, posteriormente, Imperador da França. Desde 1854 negociava ele com o governo britânico a sua transferência à França. Em 1858 Longwood House foi transferida ao governo francês junto com o Valley of the Tomb por uma soma de £7.100 (sete mil e cem libras). O Valley of the Tomb (Sane Valley) foi o local escolhido por Napoleão para o seu túmulo, muito simples, sem qualquer ostentação. Ele chegou até Sane Valley em uma de suas solitárias caminhadas e ficou deleitado pela paisagem de paz e pelas plantas que lá cresciam. Desde então, ambos têm estado sob controle do Ministro das Relações Exteriores Francês e um representante do governo francês vive na ilha, como responsável pelo gerenciamento das duas propriedades. Em 1959 uma terceira propriedade, The Briars, onde Napoleão passou os seus dois primeiros meses na Ilha, enquanto Longwood estava sendo preparado, foi também doado ao governo francês.
Como resultado da destruição pelos cupins, o governo francês considerou a demolição do prédio na década de 1940. Longwood House e Balcombe House, nos Briars, foram demolidas nessa época, mas Longwood House foi salva e tem sido fielmente restaurada por curadores franceses. Os degraus de pedra na entrada constituem a única parte original da estrutura a sobreviver. Os restos mortais do Imperador encontram-se hoje nos Invalides, em Paris.
Atuamente, a indústria do turismo local explora muito tal particular aspecto da história, bem como o calmo estilo de vida da população de Santa Helena. Por não possuir praias e ser o seu litoral completamente rochoso, a ilha sempre foi utilizada como prisão. Não há uma saída fácil do seu interior, a não ser através da capital, Jamestown.
Santa Helena não possui aeroporto, sendo todo o transporte de pessoas e cargas feito através de barcos. Existe um projeto para construção de um aeroporto, que provavelmente será concluído no ano de 2010, como forma de viabilização econômica da ilha, principalmente através do turismo. Santa Helena é ainda muito dependente de recursos vindos da Inglaterra.
Um triste fim? Sim, muito triste para um homem que realizou, ao longo da sua atribulada vida, feitos tão memoráveis. Um fim justo? Bem, Napoleão julgou a si próprio quando declarou, já em Santa Helena , sozinho com suas reflexões: “O infortúnio também encerra glória e heroísmo. Se tivesse morrido no trono, com a auréola da onipotência, a minha história ficaria incompleta para muita gente. Hoje, mercê da desgraça, posso ser julgado por aquilo que realmente sou”. É tarefa impossível, para qualquer outro mortal, julgá-lo com justiça. Deixemo-la aos cuidados de Deus!
2 comentários:
Muito muito bom. Irretocável o prazer da leitura, parabéns.
Fico feliz que tenhas gostado. Obrigado pelo comentário.
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